domingo, 25 de outubro de 2015

Veneza, a estrela!

Isso mesmo, estrela! De cinema, é claro! A cidade mais cinematográfica, cenográfica que eu conheci até hoje. É impressionante a capacidade de Veneza apresentar sempre um ângulo novo, um recanto surpreendente, paisagem não, que não há! A cidade é espremida, praticamente sem horizonte, se você não estiver à beira d'água.

Como sempre, um alerta: não há a pretensão de ser um guia, para isso eles existem aos milhares! Narro nossas viagens  esperando encontrar alguém com sentimentos, gostos, experiências parecidas. Não digo "Vá!", mas sim "Aproveite!". Se vc for e não aproveitar, do que adianta?

Baudelaire escreveu sobre o encanto profundo e misterioso que surge quando se contempla um navio, como se fossem criaturas imensas, enormes, complicadas, porém ágeis, animais cheios de energia, sofrendo e arfando com todos os suspiros e ambições da humanidade. É que ele nunca chegou de trem em Veneza e precisou enfrentar aquele sistema de transporte aquático!!

Fosse Caronte um piloto aqui, confundiria Estige e Aqueronte, norte com sul, levaria alguns a alhures de onde desejavam, enfim, uma confusão que colocaria o mundo dos mortos em polvorosa. Prepare-se, chegar em Veneza é uma experiência única! E linda!

O leão alado de Venezia...Representação de São Marcos, o Evangelista, e geralmente carrega..um livro! É lindo!

Pode-se ser mais bonita??Mas atenção para o sistema de transporte aquático, um tantão confuso, barcos com o mesmo número indo para sistemas diferentes. Como sempre, compre os bilhetes de 24 horas ou de três dias, para não ter problemas com filas (sempre há, os turistas contam-se aos milhões diários!). A ida para o aeroporto fora dos horários convencionais pode ser um problema! Atenção! E caso você tenha algum problema de locomoção, esqueça Veneza, por enquanto. A cidade não é nada acessível, por si, e sem poder andar sem dificuldades a cidade não faz o menor sentido.
A Ponte dos Suspiros. Estão vendo ali, no canto inferior esquerdo, um cabelo ruivo? Pois é, fica congestionadíssimo o ponto de observação, a menos que você vá às quatro da manhã, e aí vc terá os ratos como companhia. O pessoal do hotel nos aconselhava a tomar cuidado com os ratos durante a noite. São enormes! Não há gatos! Provavelmente, foram comidos pelos ratos.

As gôndolas...se são seu sonho, são um sonho caro, a menos que você esteja viajando em turma. Há serviços conjugados, gôndola e jantar, mas todas as críticas que li e ouvi eram negativas. E você ainda se arrisca a pegar um gondoleiro chato!

Em Murano, terra do vidro. Um passeio muito agradável, cuidado com a volta, pode ser traumática, se você pegar o barco errado. Muita coisa de vidro, a preço turista, mas ainda assim mais barato do que na "cidade". Viu algo de que gostou? Não pode viver sem? Compre,  as chances de encontrar igual fora são mínimas, para não escrever nulas.

Loja de encadernação. Papel, aparentemente, era e é uma paixão em Veneza. Muitas lojas de encadernação, cartolerias, papéis marmorizados, lojas de caligrafia. E isso apesar da aparente incompatibilidade do papel com a água....

Mais uma loja de papel, que merece registro por ser também de caligrafia. Os papéis usados na encadernação dos cadernos e caixas à frente são todos produzidos pela loja, o dono é um craque em xilo e lito, e esses papéis aí são feitos com carimbos de madeira.

Lindo, né? É o interior de uma escultura em vidro na exposição que vimos no Instituto Europeu de Design. Como sempre, as exposição fora dos tradicionais ambientes são as melhores, ou são as que melhor se encaixam com nossa forma de apreciar arte. Vai saber!" Você tinha de se inclinar, entrar na escultura e olhar para cima. Lindo!

Mais uma da exibição do IED! Além do mais, o prédio onde fica o instituto é um dos mais bonitos que já vi. Um autêntico palazzo.

Vista da janela do IED! 


A Fundação Peggy Guggenheim foi uma das grandes surpresas da viagem! Apesar de sabermos dela, não imaginávamos que seria algo tão deslumbrante como foi. Se vc precisar escolher um lugar para ir em Veneza, que seja aqui. E imagine alguém morando em uma casa como essa, às margens do Canal, convivendo com esse tipo de artista e podendo ser alguém de relevância em suas vidas. Não é fácil! A foto foi tirada da fundação para a casa em frente. Irresistível!

NA entrada da FPG! Alberto ao fundo, besta, como eu, à frente! Como é possível viver assim?

Fosse eu editor, faria um livro" Os Pisos em Veneza... pisando em arte através dos séculos". Há lugares em que você não quer pisar nos mármores e nos mosaicos que se apresentam. Acha que seria um crime! Não é, mas parece.

Bienal de Veneza. O lugar onde é realizada a exibição é grandioso, lindo e super adequado a mostras como essas. Mas a arte moderna anda meio doida demais, é preciso um guia ou o artista ao lado, dando as dicas dos significados e significantes para que alguma coisa faça algum sentido.

Voltamos para a cidade!

Está vendo as pessoas com malas? Pois é, é a chegada de trem a Veneza! Brincadeira né? Você, imediatamente, se apaixona pela cidade, até precisar tomar um vaporetto para o hotel. Sabe como é, amor e ódio são separados por uma linha tênue....

Como devem ter notado, mudei o estilo, achei que estava ficando cansativo sempre o mesmo esquema. Dúvidas, quer perguntar alguma coisa que não seja obviamente um trabalho para um guia?
Coloque um comentário, eu respondo logo que souber dele.

Os inseparáveis companheiros de viagem, cheios de dicas, indicações e informações. Confie neles. Em Roma, diziam que era preciso fazer reservas e prenotações. Não acreditamos e nos demos muitíssimo mal! No Centro, o guia da Fundação Peggy Guggenheim, que, por si, valeria a viagem (a Fundação). Dois guias de Milão? Claro, o em italiano é de 2015, trazia as informações sobre a Expo2015, uma bobagem sem tamanho. Nunca mais me pegam! O Guia espiral, diferente, também é muito bom e fácil de usar, mas continuo preferindo o Passo a Passo. O Guia Folha de Roma é um tijolão, difícil de manipular, de achar o que se quer, os mapas não são úteis. Foi passear na Itália, já que foi aberto pouquíssimoas vezes. Serve como leitura, como fonte de informações, tipo uma enciclopédia. Pena que tenha o peso de uma! À direita, aberto na página com a foto da Crucificação branca, de Chagall, um dos quadros mais significativos de todos os tempos (google aí, procure saber porquê!), o meu caderno de viagem, com as anotações, recuerdos, tudo de importante que aconteceu na viagem. Uma delícia! Como espero que seja sua próxima viagem, seja lá para onde for! Apenas não se esqueça de que a primeira vez nunca se repete, então trate-a com o carinho que merece.

sábado, 24 de outubro de 2015

Milano, La Vecchia

A região do Navigli, onde se passeio à tarde e é uma delícia.

Uma surpresa a cidade, já que se revela aos poucos, a impressão inicial não ajuda em nada. Sombria, meio cinza, fios elétricos correndo pelas ruas, parecendo São Paulo dos anos 60. Mas.... e um mas positivo, mas a cidade se revela aos poucos, interessante, cheia de meandros, lojas interessantes, muita coisa além do óbvio esperado pelos turistas padrão.

A Michelle, uma nova amiga em uma nova cidade. Viajar vale a pena!
O Duomo em madeira
Reservamos apenas três dias para Milão, foi pouco, pelo menos cinco dias para que você possa conhecer a cidade sem atropelos. Se o seu turismo é tipo CVC, você não tem nada a fazer por aqui, as indicações são para quem tem disponibilidade de tempo para vivenciar, pelo menos, um pouco do ambiente da cidade.



No livro "A Arte de Viajar", Alain de Botton fala sobre o que caracterizaria a disposição mental de um viajante, e diz que a receptividade poderia ser considerada a sua (do viajante) principal característica. Aborda-se os lugares novos com humildade, não há uma ideia rígida sobre o que é interessante. Incomodamos os moradores locais porque prestamos atenção em detalhes insignificantes, atrapalhando o fluxo natural e diário do povo do lugar. "Estamos atentos para as camadas de história por baixo do presente; fazemos anotações e tiramos fotografias". Acho que nada descreveria melhor o espírito com que viajamos aqui em casa. E nada descreveria melhor Milão e seus simpáticos habitantes, incomodados pelo assédio, mas gentis e educados.



Como sempre, não detalho atrações, para isso existem os milhares de guias, blogs, etc. Narro nossas experiências, na esperança de encontrar alguém que queira experiências parecidas. Lembre-se: primeira vez é só uma, única e irrepetível. Tenha a sua, e depois me conte.

A região de Navigli, cheia de bares e restaurantes
Hotéis: oferta gigantesca. Como sempre, procure ficar por perto dos centros de lazer! Pegar condução em uma cidade desconhecida para jantar é (quase) o fim do mundo. Evite! Mas também ficar sem dormir devido ao burburinho não é fácil!
Ficamos no Hotel Canadá, que preenche exatamente essa qualidade: é próximo ao movimento, mas longe o suficiente para ser tranquilo. E o pessoal é muito atencioso, quarto bom, café da manhã muito bom. E a simpatia matadora de oferecerem um lanche da tarde, gratuita, a todos os hóspedes. Nada melhor do que voltar cansado de um passeio e encontrar um lanchinho à sua espera. Aproveite. Muito bom mesmo.



Transportes: Uma delícia, andar de bonde por toda a cidade. Quando não der para ir de bonde, conjugar com o metrô ou ônibus. São poucos, os ônibus, mas funcionam perfeitamente.
Compre o bilhete de 24 horas e utilize todos os meios de transporte disponíveis. Mais uma vez, e nunca é demais repetir: valide seu bilhete na primeira viagem, a fiscalização é rigorosa e eles têm especial predileção pelos turistas. Sempre há uma cabine perto das paradas (fermata, lembre-se!) onde vendem os bilhetes. Mais uma vez, e sendo mais repetitivo do que o Lula dando desculpas, qual é a razão para não termos algo parecido por aqui?
Mais uma vez: nos pontos (fermata) há uma placa com o itinerário na direção que você está indo. Facílimo. O metrô também é facílimo de andar, fomos ao recinto da Expo 2015 - uma bobagem, é a último que tento apreciar!- sem o menor problema, o acreditem, era muito longe.

Atrações: os guias estão aí, se você faz esse tipo de turismo. Não é obrigatório fazer nada, tenho sempre isso em mente. Muitas vezes, vale mais conversar com alguém da cidade na entrada do Scala do que ir fazer uma visita guiada. A Internet, hoje, oferece muito mais possibilidades de se conhecer a fundo esse tipo de monumento, indo a lugares que nenhuma visita há de permitir.
Mas uma coisa que você, provavelmente, não sabia: em Milão, existe uma Chinatown!! É isso mesmo, uma Chinatown, com placas em chinês, cardápios incompreensíveis, aquelas coisas cheias de mumunhas, que fazem com que vc tenha a impressão permanente de estar sendo enganado. Querendo ir, pegue o bonde nº 2 e desça quando as placas de lojas começarem a ficar em chinês!!... rs... não há como errar.
Claro, tem o Teatro Scala, o Duomo, as Galerias Vitor Emanuelle, o Castelo Sforzesco, mas você não pode perder mesmo é a Pinacoteca di Brera e a Pinacoteca Ambrosiana, onde está o Códice Atlantico de Leonardo da Vinci. Vale a visita à cidade ( e à Itália, se vc quer saber!).
Saindo da Pinacoteca de Brera, depois de visitar a Biblioteca e a danada cheia de maravilhas, você vai querer andar pelas ruas do entorno, como Fiori Chiari, San Carpoforo, Madonina, via de Brera, e Via Melone e outras menos votadas, cheias de lojas interessantes, antiquários, bares e restaurantes. O Metrô da área é o Monte Napoleone, não tem erro.


Só para registro: um telão na parede lateral do Duomo!!!Inacreditável!! OK, a Samsung patrocinou o restauro, mas isso aí chega às raias do absurdo!!


Restaurantes e Comida: ficamos apenas três noites em Milão, duas jantamos no mesmo restaurante e na outra jantamos com nossas amigas de Floripa que estavam por lá, uma noite deliciosa, que não tem a ver com um guia de cidade. Então, não posso recomendar muita coisa em matéria de restaurantes, apenas o L"Isola del Tesoro, com uma comida bem razoável, preços ótimos. Atenção que nos finais de semana é preciso reservar, já que é um restaurante com comida da Sardenha e fica muito cheio, com filas. Reserve.
Comer na Itália nunca é um problema, se vc tem um bom radar. O médio lá é de altíssimo nível, comparando com o que temos por aqui. Além do mais, os mercados também são um atrativo à parte. Nós almoçamos um dia em uma biboca onde só havia italianos de terno e gravata, as garçonetes loucas, tinham de atender a todos durante o horário do almoço. Uma loucura.!!! Agora, se vc é fã de comida a quilo, esqueça. Não vi sequer um restaurante do gênero! Graças aos deuses da pança!

Há uma Eataly, mas você se diverte muito mais se for à PECK, uma delicatessen, rotisserie, que tem as comidas mais interessantes do mundo. Obviamente, algumas das mais caras também. No segundo andar, há um restaurante, muito bom e muito caro!


Atenção para o precinho do tartufo bianco!! Só na Peck!!

Passeios: Not much! Como eu disse, escolhemos poucos dias em Milão, daí que os passeios mais longos ficaram prejudicados. Não sei o estilo de quem lê, mas recomendo muito irem ao Navigli, a região do canal que, dizem, foi construído para transportarem o mármore com que construíram o Duomo. Vá de bonde, é ótimo, e desça onde tem uma espécie de arco e vá andando. Você vai se divertir muito, ver muitas lojas interessantes, gente bonita bem vestida. Não, não tem sorvete!


fazer esses tipos de piso e tampas de mesa, eu acho que é uma arte que se perdeu!


Na região de Brera também há muitas lojas interessantes e, para quem é ligado em papel, há a loja dos Papéis Fabriano! Há ideias ótimas para presentes, mas você tem de respeitar muito alguém que produz papéis desde 1264. Isso mesmo, 1-2-6-4!!!!!!!!!!!! Nós aqui, matando jacaré no muque e eles produzindo alguns dos papéis mais bonitos do mundo!

Lembre-se: viagens são interessantes quando as descobertas agem em seu (do leitor) próprio benefício. De algum modo, suas descobertas devem enriquecer a sua vida. Concordo totalmente com o Alain, as descobertas devem ser pessoais, as dicas dos amigos e guias devem apenas servir de apoio.
Descubra-se!

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Florença, a linda

Florença, vista da Piazza Michelângelo. Um  passeio obrigatório para quem vai até esta cidade.

Florença é como aqueles amigos que têm tudo: beleza, riqueza, charme, elegância, sorte e, ainda assim, se dão ao luxo de serem simpáticos e atenciosos com todos!

Amei Florença! A cidade tem um astral totalmente diferente do de Roma, é pacífica, recebe você com carinho, atenção, não se esconde, ao contrário! E ainda reserva surpresas imensas, que preencherão aqueles dias em que você se pergunta: "Para que eu viajo?".
A vista das muralhas, de Faisole. 
Ao contrário de Xavier de Maistre, que viajou quarenta e dois dias pelo seu quarto e se divertiu, Florença é um campo aberto, não precisa tanto, e ainda assim, diverte muitíssimo. Mas você precisa sair do quartinho.

É uma cidade feita para andar, ande, ande, ande....Haverá surpresas, nunca negativas. Um canto com uma loja maravilhosa de molduras, onde o dono é um artista supercriativo, que usa livros como suporte. Uma sorveteria que não consta dos guias, mas que faz o melhor sorvete de biscoito que vc já provou. É preciso permitir-se, errar, provar de novo e acertar.
Uma vista do Duomo de Firenze. Toda cidade grande tem o seu. Este é o mais bonito.
Como toda cidade turística da Itália, de marco até meados de outubro está tudo lotadíssimo. As filas são enormes, conseguir reserva em locais mais concorridos não é nada fácil, os restaurantes estão cheios de alemães e americanos que, compreensivelmente, receber a maior carga de atenção. E os japoneses, com a sua agressividade passiva, deliciosa de observar, se contrapõem aos chineses, de quem é bom nem falar, já que seremos obrigados a falar deles, e muito, no futuro.

Palazzo Strozzi, com exposições muito boas.


Florença é facílima de andar,  mas as atrações consomem muito de seu tempo. Não há como não ir ao Palazzo Pitti, à Academia, ao Monte Michelângelo, Ponte Vecchio, Duomo, Fasiole, etc. Pelo menos quatro dias, cinco. Dois meio dias para o Palazzo Pitti, mais meio para a Academia e Duomo, mais um para as Galerias Uffizzi. Não há como escapar ou então não haveria sentido ter ido ali.

O mercadinho no alto de Faisole. Muitos queijos, e o melhor pêssego que já comi.
TRANSPORTES: Florença é facílima de andar, compre seu bilhete e vá até onde quer. Perto das fermate (plural de fermata, parada), há um quiosque onde vc pode pedir um mapa com o roteiro dos ônibus. Não é bom? O bilhete tem um duração certa, cuidado para não exceder o tempo.Mais uma vez: não tente andar sem validar seu ticket. A multa é muito alta e os fiscais estão por lá o tempo todo.
Existe também um bonde que ajuda muito, e, além do mais, é uma delícia para observar a cidade. Mais uma vez, nos pontos existe um quadro com o itinerário, o que facilita muito.


Caminhada pela beira do Arno, até o Parque della Cascine, onde está a feira, enorme e cheia de coisas interessantes. Programe-se para almoçar por lá. Ou lanchar, mas a feira acaba às 14 hs. E esse raio de sol aí da foto, hein?

PASSEIOS: Voltamos ao agendamento e à compra antecipada dos ingressos, para que não se percam horas nas filas, enormes e sem nada para fazer!Nessas horas, devemos agradecer aos smartphones! 
Dois passeios imperdíveis em Florença: a ida a Fasiole, uma colina, de onde se pode observar toda a cidade, com todos os monumentos aos seus pés. É absolutamente lindo! É só pegar o ônibus nº 6 e subir até a pracinha. Do lado direito, há uma atração turística, umas ruínas que não interessam, a menos que vc seja um historiador. Mas (sempre tem!) do mesmo lado esquerdo há um mercadinho onde vendem queijos e frutas para um lanche que são deliciosos!


Vista da Piazza Michelângelo.

No outro dia, pegue o ônibus n. 12 e vá até a Piazza Michelângelo, lá no alto da cidade, onde a vista é mais bonita ainda! Toda a cidade, com todos os monumentos e a vista mais bonita que pode haver da Ponte Vecchio. Para voltar, o mesmo ônibus ou o n. 13, que também é um bom passeio, por um percurso diferente. Aproveite.
As agências de turismo vendem passeios para Pisa, S Geminiano e Arezzo, em um só dia, por €65!! É barato, mas eu acho muito corrido para um dia só, começando às 8hs!



ATRAÇÕES: Praticamente inesgotáveis em Florença. Há tanto para se ver que é impossível não deixar alguma coisa importante para a próxima visita.

As lojas de perfumes são famosas, Santa Maria Novella e outras menos votadas, e mais as inglesas famosíssimas e caríssimas, Penhaligon's e Floris. Todos são caros, não se iluda! Os baratos não têm fixador, a não ser a amostra da loja! Um golpezinho, claro, como o do freeshop. Não diga que não foi avisado, mas compre algum, suas chances de encontrar algum igual são mínimas.

Mesmo que não queira comprar nada, vá visitar a Santa Maria Novella, uma das lojas de perfume mais antigas do mundo. Tem de tudo lá: casa de chá, herbário, coisas para banho, tudo caro e muito caro ou então caríssimo! OK, não compre nada, mas não deixe de passear por toda a loja, superinteressante, com muitas informações.

Qualquer guia (mais uma vez, usamos o Passo a Passo, da Publifolha) vai listar dezenas, centenas de atrações e visitas obrigatórias. Eu sugiro aqui que você use, pelo menos, quatro meio dias para visitar as Galeria Uffizzi e o Palácio Pitti, e mais meio dia para a Academia, afinal, vc não vai a Florença e deixar de fotografar a bunda do David, né? Ainda há meia dúzia de palazzi (plural de palazzo) que têm atrações imperdíveis, mas fazer o quê? Ficar uma semana em Florença? Seria ótimo, né não?

E ainda há as feiras de rua, um ponto fraco nosso. Na via Agnolo, há a feira dos antiquários, todo terceiro domingo do mês;  nas terças-feiras, há uma feira no parque  Delle Cascine, aonde se chega (e de onde se volta) de bonde (sai atrás da Praça Santa Maria Novella), um passeio ótimo, uma feira de mais de quatro quilômetros, com muita comida e muita coisa interessante, além das roupas e coisas usadas. Foi a melhor feira de toda a viagem Ela acaba por volta de 2 da tarde, então programe-se para usar a tarde para visitar um dos palazzi ou os Jardins de Boboli, se não estiver cansado. Outra boa forma de aproveitar esta tarde é reservar para ver o David, de Michelângelo, na Academia, que é pequena e a visita não dura mais de duas horas. Mas não se esqueça de reservar sua visita.
Nós fomos para a feira pela Rua Ognissanti, cheia de lojas, restaurantes, ateliers, muito divertido, uma caminhada de, mais ou menos, 20 minutos até chegar ao parque, olhando o rio e as modas. Uma delícia.

Duomo e Campanella: lindíssimos, mas são mais de 450 degraus em cada um deles!! Vc está em boa forma?
Jardim de Boboli


Preste atenção nas exposições temporárias, são, via de regra, maravilhosas!! Também, com o acervo que têm à disposição para escolher o tema e as peças, como não fazer exibições deslumbrantérmicas?
Vimos uma exposição no Palazzo Strozzi sobre a religiosidade nas obras de arte que nunca será esquecida. Só para ter uma ideia da coisa!

Certamente, com a super-oferta de atrações, vc vai conseguir encontrar coisas que interessam muito a você, exibições que serão um marco na sua vida,  mostras que você nunca irá esquecer. Florença é isso!


Para terminar: nem tente ir aos Palazzi e aos museus e à Academia sem fazer reserva ou sem comprar o ingresso antecipado. Quando vc der com as filas, e vc sem o ingresso, não há esperança para seu futuro! É ficar ali, na fila, faça chuva ou sol, por mais de duas horas! Não diga que eu não avisei! Isso somente para comprar, depois tem mais uma hora de fila para entrar. A menos que você vá em novembro e tenha como companhia um frio de gelar os ossos...



Campanella, em restauro. Junto com o Duomo, são quase mil degraus!!
 Vc está em forma?


HOTÉIS: Aparentemente, a oferta de hotéis e pensões é inesgotável. Vou recomendar o hotel no qual ficamos e que é ótimo, muito bom mesmo: o Unicorno, super bem localizado, ótimos quartos, ótimo café da manhã e que tem uma atração a mais: a Elena, na recepção, muitíssimo gentil, sabe tudo da cidade, dá dicas ótimas, conhece todos os itinerários dos ônibus e, mais importante, tem super boa vontade para explicar as coisas. E o Edwin segue o mesmo caminho.







COMIDA: Demorou, né? É que fica para o final, senão ninguém lê mais nada! Conheço meu público!... rs

Não deixe de ir ao Mercado Central, divertido, alegre, com comidas ótimas. Claro que está cheio, é uma atração turística. Mas vale muito a pena. Pegue sua comida em um dos balcões do 1º andar, sente-se a uma das mesas e logo aparece alguém para perguntar o que vc vai beber. Vinho tem de ser sua resposta, obrigatória! Mas a cerveja também é muito boa.

Pode ter faltado, mas um conselho: não deixe de conhecer todos os mercados das cidades! Por algum motivo, o Rio de Janeiro escolher não ter um mercado central, ou mesmo um mercado de bairro, apenas o de Madureira, eu acho, resiste. Uma pena, já que faz muita falta.

O Mercado Central, um passeio e tanto!
A oferta de restaurantes, osterias, lanchonetes, etc, é gigantesca. Não há como alguém "conhecer" tudo ou uma parte significativa ali. Recomendo onde fui feliz, onde não fui, não menciono, já que pode ter sido apenas um dia ruim para alguém lá na cozinha ou no salão.
Comer no Mercado Central, uma diversão saudável.
Almoço: nesta altura dos acontecimentos, você já sabe que há sempre um tal "menu" de almoço. Uma entrada ou primo piatto, um secondo, dulce, e, às vezes, inclui meia garrafa de vinho da casa. Peça! Vinho da casa ali pode ser muito gostoso! Recomendo muito a Ostaria dei Centopoveri.com um menu de almoço em torno de €12,00, com vinho, e uma comida caseira de lamber os beiços.... os mesmos donos do La Spada, comida deliciosa, jantamos lá duas vezes, comemos pizza em uma refeição. Não comemos carne, mas são famosos pelas bistecas...Fomos também ao Santo Bevitore, um ótimo jantar, do outro lado do rio (se vc está no Unicorno). Também têm um menu de almoço muito barato e bom. Como eu já escrevi anteriormente, exerça sua intuição, seu olhar, seu olfato. Descubra suas próprias lembranças, que estão ali aguardando para serem despertadas e fazerem parte de sua vida. Ter dicas é legal, mas descobrir algum lugar interessante por si só provoca muito prazer. Experimente.

Ah! Não recuse o vin santo com biscotti. Depois me conte!


Precisava ser tão linda?


NO capítulo comida, ainda é preciso falar dos sorvetes, que são os melhores do mundo, mesmo. Na ponte CARRAIA, bem do lado direito - não há como perder, o movimento é enorme - está a sorveteria LA CARRAIA, que consegue se sobressair em um mar de sorveterias. E ainda fica aberta até mais tarde.

Humor é sempre bom! Mercado Central e o David.
E, se vc ainda precisa de uma dica para comer, và à Via del Moro, uma rua escondida, com três ou quatro tratorias e ristoranti, todos eles muito bons.

Ainda existem as livrarias, dezenas delas, com coisas interessantíssimas: as lojas de cerâmica, famosa em todo o mundo; os antiquários, concentrados em uma região da cidade, perto do hotel Unicorno, e as maravilhosas lojas de cadernos e artigos de papelaria, ás dezenas pela cidade, uma mais linda que a outra. Isso sem falar nas lojas voltadas para a caligrafia, como a Scrivimi, cheia de boas ideias para presentes.

Não é a minha praia, mas dizem que os artigos de couro em Florença são muito bons, os melhores da Itália. Não posso ajudar nesse requisito.


Florença é muito linda, e, ao entardecer, fica dourada, quando os raios de sol batem na tinta amarela que predomina nas casas da cidade. Um espetáculo!
Faltou alguma coisa? Sentiu falta de alguma informação? Coloque em comentários, estou aqui todo dia, mas não o dia todo.

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Roma

Castelo de Sant"Angelo. Uma atração maravilhosa, não muito conhecida.
Mas se vc tem dificuldade de locomoção, esqueça!
A caminho de Vila Borghese,sem prenotar.
Um erro sem tamanho! Voltamos sem conhecer!

Uma cidade linda, linda!












"Arrivederci, Roma..."

Sei não, mas acho que não rola. Talvez a excessiva quantidade de estímulos, lembranças, imagens,
tenha criado uma ideia que somente Rafaello, com seus pincéis mágicos, pudesse realizar. A Itália dos sonhos ficou para trás e, se não chega a ser um pesadelo, não é uma transição fácil para um despertar que nunca é menos que doloroso.

Filas, imensas. Comprar ingressos antecipadamente e agendar (prenotar) a visita ajudam a furar as filas. Não se engane: vc vai ficar algumas horas nas filas para as atrações de Roma, e serão muitas horas se você for de março a meados de outubro, no que eles chamam de temporada.


Resolvemos viajar pelas quatro grandes cidades da Itália, Roma, Florença, Milão e Veneza, nessa ordem. Funcionou. Um erro: muitos dias em Roma, poucos em Milão, uma cidade mais discreta, que exige um trabalho maior de pesquisa e dedicação. Não há como ser uma viagem curta, desista, não foi criada ainda uma agência de viagens capaz de reduzir os encantos e desencantos de tantas belezas em dez, catorze dias.


Se vc convive mal com os cachorros, não vá a Roma. Eles são autorizados nos transportes, em restaurantes e em lojas. Não se indisponha com os donos! Esse aqui está dentro do tram (bonde).


Roma: uma chegada Santos Dumont. Táxis bandalhas, oferecendo preços absurdos como se fossem uma pechincha, com a conivência da polícia, que, estimulada a dar uma orientação, recusou-se a fornecer qualquer informação.Então, primeira informação: vá para a fila externa dos táxis, passando direto pelos agentes, pegue o ônibus ou um táxi da fila. Diga bem claro para onde quer ir, se possível, mostre um papel com o endereço e gaste seus primeiros momentos em Roma vigiando o taxímetro, que pode dar pulos como um Pernalonga da era espacial.

Fontana de Trevi em restauro. Procure saber ANTES se sua atração estará lá ou se está funcionando. Pode ser uma tremenda decepção!

Não há também como negar a emoção de, indo para o hotel, dar de cara com o Coliseu (Coloseo, aqui). É muito emocionante mesmo, prepare-se. Mas já adianto: Roma deixou de ser uma das favoritas da marinha, embora Sylvana goste muito da cidade, talvez por ter estímulos diferentes dos nossos. Uma cidade hostil, na definição do Alberto, com a qual eu concordo inteiramente.

Coluna de Trajano, pertinho da Fontana de Trevi. As esculturas que vc não vê são impressionantes. Não consegui achar um livro com a reprodução de todas elas!
Como no post de Madri, vou dividir este em tópicos. Indicações, endereços, somente quando essenciais, já que ha guias, mapas, internet, blogs e mais um milhão de meios para se ter acesso às informações. Aqui, somente para aqueles com um ponto de vista assemelhado, um estilo de vida paralelo ao nosso. Se não gosto, digo. Nada impede que quem esteja lendo goste. Acho ótimo!

Andar de ônibus ajuda a descansar. Compre o bilhete semanal, ajuda a economizar e aliviar o stress de localizar máquinas em todos os locais. Não se esqueça: fermata é parada, que é anunciada pelos locutores.
Transportes: em Roma, é facílimo de andar. Tram (bonde, um trenzinho elétrico), ônibus, metrô, tudo colabora com sua dificuldade em achar seu destino. Não se preocupe, há um meio de transporte para chegar lá, embora o Trastevere seja sem metrô, mas os ônibus são suficientes.  Há um serviço de ônibus turístico, cujo passe vale por 24 horas, com diversas paradas pela cidade. Compre! não discuta, compre! E ainda dá desconto para os ônibus da mesma linha nas outras cidades da Itália!! Não é bom???

Depois de esgotar o turístico, compre o passe para uma semana - mesmo que você vá ficar por quatro dias, vale a pena!Muito! é barato, prático - não há o stress de procurar uma máquina a cada vez que vc precisa de uma condução!- e, ao contrário do Rio de Janeiro, dá desconto em muitas atrações. Use!

Escultura no Jardim do Museu do Vaticano.


Usamos os ônibus 81, 51, e H (várias vezes), que passam pela Piazza Venecia, para ir a diversas atrações da cidades. Usamos o bonde para ir ao museu de Arte moderna e ao Maxxi (imperdível), e metrô para toda parte. Abuse de seu passe de uma semana! Não o poupe, ele não reclama. Se cansou, pegue um ônibus para dois, três quarteirões, um metrô para uma bobagenzinha, o bonde para ir a algum lugar. Não há limite de uso.

Agora, preciso fazer dois alertas que, se vc for esperto, vai ouvir:

1) se viajar no verão, leve sua máscara de gases.  A relação dos italianos e/ou habitantes de Roma com o asseio corporal pode ser descrita como um incidente fronteiriço hindu/paquistanês! Mais de uma vez tivemos de mudar de vagão para podermos respirar! Vale para todo meio de transporte, infelizmente, mas o metrô chega a ser angustiante.

 2) a menos que você dê muita sorte, não peça informações às pessoas. Respondem qualquer coisa, mesmo que não faça o menor sentido, como entrar quatro vezes à esquerda! Confie nas placas que estão em todas as paradas, seja de qual transporte for! Parada é fermata em italiano, e é sempre anunciada pelos locutores. É só prestar atenção!

e, como dois sempre se transformam em três:

3) nem tente usar os transportes sem validar o bilhete! Mais de uma vez fomos abordados por fiscais solicitando o bilhete. Turistas são uma fonte de dinheiro, não se esqueça, e nem se permita julgar-se acima dos demais mortais! A multa é alta e o achaque é, digamos assim, um tanto agressivo. Mais uma vez: não banque o esperto, o risco não vale a pena.

Agora, em vermelho: MUITA ATENÇÃO NO METRÔ! HÁ MUITO LADRÕES E BATEDORES DE CARTEIRA QUE SÃO PROFISSIONAIS NO QUE FAZEM! NINGUÉM É TÃO ESPERTO A PONTO DE DESAFIÁ-LOS! ROUBAM MESMO E A POLÍCIA NÃO VAI AJUDAR EM NADA! ANDE COM SUA MOCHILA À FRENTE, BOLSOS FECHADOS, CELULARES E CARTEIRAS EM COMPARTIMENTOS INTERNOS! NADA NOS BOLSOS DAS CALÇAS!

Passeios: São milhares de passeios possíveis, programe-se!! Depois de esgotar o ônibus turístico, você já tem ideia de onde quer ir, o que quer ver mais de perto. Alguns passeios famosos são inexplicáveis, mas tudo bem, se você acha que ficar sentado em uma escada por horas, olhando nada acontecer, é uma atração, bem-vindo à Praça de Espanha. É isso, mais nada! Está em reforma, por falar nisso. Outra coisa: procure saber se seu objeto de desejo não está em restauro, reforma, emprestado, fechado por greve, dia de folga: não há um padrão, mais ou menos acertado é que as segundas-feiras não há museu aberto. Mas há. A Fontana de Trevi, por exemplo, estará em reforma até 2017, segundo a placa.
Se sua viagem é de dois em Roma, ou três, entregue-se ao guia. É o que você tem!

Passeios que fizemos e merecem registro:

PIGNETO: longe do centro histórico, andar pelas ruas do bairro pode ser divertido. Há uma feira, pode-se comer bem e barato na região. Ônibus H ou tram 19.

PORTE PORTESE: Vc pega o ônibus H e vai até Porte Portese, uma feira de rua gigantesca, com muita coisa interessante e barata. Pule as barracas de roupa ou mergulhe nelas, depende de suas necessidades. Tudo muito barato! Estranhamente, poucas barracas de comida, muitas de antiguidades e bric-a-brac. Aproveite.

ÔNIBUS 81: Pois é, um ônibus! Mas ele passa por todas as atrações da cidade e seu ponto final é ao lado do Vaticano, à esquerda da Praça de São Pedro e a cinco minutos de caminhada do Museu do Vaticano. Passa por várias áreas interessantes, vc pode descer, passear, ver o que quiser, e depois voltar. Mas cuidado, ele vai muito longe, quase nos subúrbios. Pode demorar muito para voltar!

GHETTO: se for feriado judaico, eles não deixam vc andar tranquilamente pelas ruas. Em nome do combate ao terrorismo. Mas, fora isso, é muito divertido, muitos restaurantes, para todos os bolsos.

Atrações: Mais um alerta: prenote (agende) sua visita ou compre seu ingresso com antecedência. Vc pula todas as filas, imensas. Alguns lugares têm um número limitadíssimo de visitantes autorizados por dia e não há quebra-galho (pelo menos, não no nosso nível de viagem!).  Museus do Vaticano, Vila Borghese, museus em geral, os palácios mais famosos, todos - T-O-D-O-S exigem que vc agende a visita. Uma sugestão: no passeio do ônibus, vá descendo onde vc quer voltar e já agende/compre antecipado o ingresso para o dia. Se está entregue a uma agência, peça que providenciem. Não há vida sem agendamento, principalmente entre março/meados de outubro! Você tem de competir com os japoneses endinheirados, alemães super-programados, americanos desembestados e, com uma entrada triunfal no mundo do turismo de agressão, os chineses! Não respeitam nada nem ninguém! Jamais dê seu lugar ou permita que um chinês passe à sua frente, virão mais duzentos e dezessete, empurrando você para escanteio! É divertido, na verdade!
Você vai notar que não enumerei nenhuma atração. Não, não mesmo, os guias já fazem isso, dão telefone, endereço, sítio. Use-os!


Corredores do Vaticano, atulhados de gente. Turistas, com educação, sem, não é possível apreciar com sossego. Conselho: vá logo após o almoço, quando as galerias estão vazias (sort of). E não se esqueça de agendar a visita!!
CONSELHO Tenha um bom guia e um bom mapa. O que é um bom guia?? Não tenho a menor ideia, ou melhor, tenho: é aquele que atende a você! Tem as informações que vc precisa e não tenta passar por uma enciclopédia Barsa de bolsa. Usamos muito o .... Seu guia Passo a Passo, publicado no Brasil pela Publifolha, que é uma adaptação da edição da Gallimard, francesa. Se der, prefira comprar a edição local, mesmo que vc não fale a língua. Provavelmente, a edição é atualizada ou menos antiga que a brasileira que, necessariamente, tem alguma coisa desatualizada.
O Guia Folha, apesar do oceano de informações, é um desconforto enorme de carregar, abrir, achar o mapa. No Passo a passo, abra a página da região onde vc está, veja as atrações por perto e aproveite. Mas lembre-se sempre de que é um mapa esquemático, não reflete a realidade das ruas.

E o que é um bom mapa: algo plastificado, que possa ser dobrado, colocado em um bolso ou bolsa. Volumes causam confusão, principalmente no sobe e desce de meios de transporte.



Você vai comer muito e bem em Roma!
HOTEL:  Ficamos no Hotel Firenze, pertinho da Praça Espanha. A única coisa que tem de bom. O hotel é ruim, o quarto não é bom, o café da manhã é ridiculamente ruim, uma ou outra pessoa é gentil na recepção. O frigobar está lá, mas não funciona. Aliás, um problema recorrente em vários hotéis da Itália. Veneza também é a mesma coisa. Não recomendo esse hotel. O bom disso é que saímos de Roma magros, prontos para enfrentarmos as delícias de Florença.
Há milhares de opções de hotéis, escolha alguma adequada para seu bolso. De preferência, perto de um meio de transporte ou que facilite o acesso a um. Nesse ponto, o Firenze é ótimo!
Tome cuidado, nem tudo o que consta no Booking ou nas fotos reflete a realidade. O Firenze diz que tem elevador, mas eu não o usei uma vez sequer. Não dá! Pessoas com dificuldade de locomoção não existem, praticamente, para eles. Não facilitam nada! Estabeleça suas prioridades e faça suas escolhas de acordo com elas.

Atenção para os FORNOS, tipo de padarias, mas com sanduíches, café, sucos, e que são muito bons! E razoavelmente baratos.

COMIDA: Ficou por último porque é o mais importante.  Não gosto de indicar restaurantes, essas coisas, por que as experiências são únicas e intransferíveis. O cara erra a mão no sal, o garçom está com um furúnculo, a hostess (que é a esposa do dono) brigou com o marido, tudo conspira para que um serviço que já não seria bom piore. Não se iluda, aquele jeito espalhafatoso do italiano é para encobrar grosserias, má vontade e pouca disposição em trabalhar!

Preste muita atenção quando ler a palavra FORNO. É sinal de boa comida, razoavelmente barata, nesses tempos de euro a 5,50. Perto da Piazza Navona, quase ao lado do Consulado Brasileiro (evite a qualquer custo!), fica o Il Fornaio, pães e sanduíches deliciosos e um pessoal super-simpático. Vá, e se estiver economizando, almoce um bom sanduíche. Vale a pena.

Tratoria, Restaurante, e outros nomes, são tudo a mesma coisa, hoje em dia. Evite os vazios, tome cuidado com os muito cheios. Desenvolva seu feeling, arrisque-se, quem sabe você descobre algum que é ótimo e depois indica aqui? Dos que fomos em Roma, indico, sem medo de errar, o Sofia, com preços acessíveis mesmo, boa e pequena carta de vinhos, atendimento supersimpático. Foi onde tivemos nosso jantar de despedida em Roma, o que não é pouco. Mimi e Como, bastante razoável, com preços legais, Enosteria, dos mesmos donos do Sofia, muito simpático, procure ficar nas mesas do tablado externo. Restaurante Piperno, no Ghetto, não jantamos, chegamos a fazer reserva, mas tivemos que cancelar. Muito simpático, bonito mesmo, um pouco mais caro, mas vale a pena! Um pouco difícil de achar, mas existem mapas para isso mesmo. E, finalmente, o Clemente alla Madalena, uma delícia, a melhor refeição que tivemos em Roma. Pode ir sem susto, entregue-se ao maïtre, compententíssimo, e divirta-se. Lembre-se: quem converte, não se diverte!

O Maxxi, uma maravilha de projeto. Você vai gostar!

A entrada do Maxxi, um projeto de Zada Haddid.

E, para finalizar, uma recomendação: não deixe mesmo de ir ao MAXXI, Museu de Arte do século XXI, com projeto da arquiteta/designer Zada Haddid, Uma maravilha, da qual vocês ainda vão ouvir falar muito. Em uma cidade com tanta coisa para se ver, roubou completamente a cena.

Poderia continuar escrevendo muita coisa, falar do Gregory Jazz Club, para quem é do ramo/gênero, do Castelo de Sant"Angelo, maravihoso, do Fórum Romano e outras atrações. Mas seria bobagem! Descubra sua cidade, divida suas impressões, e deixe-se penetrar pelas sensações que a cidade transmite e desperta. Ficar preso a um programa, a um guia vai acabar fazendo de sua viagem um cumprimento de obrigações, o que não é bom em circunstância alguma. Vá e depois me conte!"
O artesão fazendo contas para bijouterias. Em vidro!

Um Paquinho, com um pedinte húngaro. Cachorros são um assunto sério em Roma

Roupas confortáveis, frescas, sandálias que aguentem o tranco e ..voilá! Vc está preparado para Roma!

Vc tem perguntas, quer saber alguma coisa em detalhes? Coloque nos comentários!