Poesia,poesias, poetas,diários de viagem, fotos, e quadrinhos, e vídeos, e tudo que pareça poesia. E música,bastante, quando der. E mais um pouco de tudo, que a vida é poesia
terça-feira, 3 de janeiro de 2012
Revisão
Estive revendo meu antigo blog, o Louro com Miolo (gosto muito do nome, por isso o mantenho). O episódio da escola russa, em que mais de trezentas crianças foram assassinadas, tinha me deixado em estado de choque com a infinita capacidade do ser humano de ser cruel.E perguntava: " Há saída para o ser humano? Qual o limite da crueldade humana, da indiferença para com o sofrimento de outros, quando miramos apenas nossos objetivos? Não dá para entender o que foi feito na escola russa, é de tirar o sono, de se questionar se não vale a pena deixar tudo como está, estabelecer muros, defesas, contra-ataques, a fim de que tanta crueldade não nos contamine! Pior, não deixar que nossa crueldade aflore!!!Porque é difícil não desejar o mal,uma vingança, uma lei de Talião aplicada "ao instante" nestas pessoas!!Pessoas!!!
É preciso que haja uma reação, antes que este mundo seja transformado em "um mar variável, onde todo temor abunda" (Mariot, Complainte 1er). "
Oito anos depois, não mudei, ou melhor, mudei. Acho inviável mesmo o ser humano, estamos condenados ao extermínio, de uma forma ou outra. A violência vai, de forma constante e inarredável, tomando seu lugar e fincando suas raízes, sem que nada de efetivo possamos fazer.
Mudei mesmo, parei de ver jornais na TV, leio o jornal em diagonal, me refugio no meu trabalho de encadernação e nos laços de carinho e atenção com os que gostam e deixam perceber que gostam...Minha capacidade de me esforçar para ajudar o mundo a melhorar está se esgotando, estou à beira de um marasmo emocional...Não me importar com mais nada...tenho ficado péssimo com mais frequencia do que seria saudável, e, sinceramente, não quero mais isso para mim e para quem está por perto.
Muros, defesas, túneis para circular....uma cidadela emocional, é isto... uma saída nada honrosa para quem achou, um dia, que poderia fazer alguma diferença, mesmo que mínima.
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