terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Dificuldades da vida moderna...

As pessoas não entendem que se tenha feito a opção de viver sem carro. "Mas como?", é a pergunta recorrente quando a informação é lançada em uma conversa. Como se a circunstância de ser possuidor do responsável pela maior parte da poluição existente no mundo habilitasse alguém como cidadão do mundo. Mas dá para relevar, continuar a conversa. Porém, sempre fica aquela sensação de que você pode ser um corpo estranho, alguém que, de repente, pode levitar ou soltar um pum com aroma de sândalo da Tasmânia...

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Alô!!??Não atendem!! Não consigo ver a razão...


Então alguém reclama: "Estou ligando, mas não atendem!". O óbvio de não haver ninguém para atender não passa pela cabeça dos que incomodam alguém para saber porque não atendem ao telefone. Também se aplica ao "Estou ligando, mas está dando ocupado!!", como se o fato de alguém estar falando ao telefone fosse uma ofensa pessoal, como é possível o mundo não estar disponível para atender ao desejo de comunicação da criatura?? A necessidade de comunicação hoje é urgente, imediatista, nada mais pode esperar.

Então o sistema cai!!Antigamente, era apenas nos bancos. Aí vc fica sem informação, sem receber, sem fazer o pagamento, sem nada. E hoje, o "sistema" é universal, cai para tudo: marcação de consultas, pagamento em lojas, pagamento em supermercados, sinal de trânsito(??!!), onipresente na sua incompetência.

E nós nos habituamos, vamos nos reduzindo, resumindo, a fim de nos encaixar em um "sistema" qualquer, a preocupação de "pertencer" impossibilitando esforços em direções que fujam à mainstream, prejudicando a visão periférica que tanto acrescenta à vida de cada um. Este direcionamento é cobrado desde cedo, "é preciso foco, temos de estar focados, visualizar o quadro dentro da perspectiva", essas frases de manual que limitam, minam a disponibilidade de experimentação...

Foco deveria ser apenas uma questão de Física, aquela matéria horrorosa, que provocava calafrios... pensar em reflexos, imagem também não ajuda muito. Precisamos estar focados em algo, ter um objetivo, senão seríamos almas perdidas...

E então vc resolve ajudar uma ONG, tenta transferir um pouco do que se tem em excesso para aqueles que vc crê necessitados. Mas vc tem de obedecer ao sistema, preencher fichas, fornecer dados, esperar um retorno, aguardar dois dias até seus dados serem analisados, enfim, inviabilizam a ajuda que clamam precisar, a fim de obedecer a um sistema que é, obviamente, descompensado e contraproducente.

Acender uma vela, quem sabe.... mas em algum lugar que lhe ouçam, daqui, do paraíso dos trópicos, duvido muito que alguém vá ouvir suas preces....

E vc não acha nada na professorinha de frases feitas, idéias de manual, obviamente participante de um partido político sem representatividade, mas que se auto-intitula representante do "povo". Por isso, vc é condenado ao círculo do inferno destinado aos portadores de "falta de solidariedade", "ausência de compaixão" e afins.

Francamente, redes sociais, blogs,...tudo isto é cansativo na sua uniformidade de pensamento. E também na falta de atenção, mas isto é outro assunto...

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