Não é Lupicínio (pela Adriana), nem beque de fazenda. Sou eu, retomando o blog e saindo de fininho do Facebook, um antro. Não abandonarei, mas me verão muito menos.
E nada melhor para festejar um retorno do que uma análise da situação que se nos apresenta, essa falta de futuro e possibilidades.
Jorge de Lima, com aquele tino de clarividência que somente os poetas possuem ( tá bom, alguns artistas também!), escreveu o poema abaixo, sem pensar no que estaríamos atravessando.
Como, às vezes, eu me sinto em um navio à deriva pelos Mares do Sul - ou seja, nada de terra à vista - este poema sempre me cala muito à alma. E, então, não dá para calar.
"Também há as naus que não chegam/
mesmo sem terem naufragado;/
não porque nunca tivessem/
quem as guiasse no mar/
ou não tivessem velame/
ou leme ou âncora ou vento/
ou porque se embebedassem/
ou rotas se despregassem/
mas simplesmente porque/
já estavam podres no tronco/
da árvore que as tiraram".
E eu, sem ser poeta, mas meio profeta, comentei:
"É isto, de onde menos se espera, daí é que não sai nada mesmo! Àqueles que entregaram suas esperanças a esses que ora nos governam: Começar de novo!
Se vai valer a pena? O sentimento de inação é uma tortura diária, a impotência outra, façamos o que se pode para que o sofrimento amenize..."
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