Ah! Essa gente nova, cultivada...jardineiras de belezas...
(do livro inédito A Cartografia da Noite)
Tróia
Toda saudade
repousa nas palavras,
tem cheiro de pinho
e ossos muito brancos.
Toda saudade:
velas arreadas
dos mastros dos batéis,
última visão da chama apagando,
canção de helenas nuas
perdida nos lábios de Ílion.
Em tudo,
o teu nome de pedra,
Saudade,
cadela morta.
A Barata
A barata
tensa
atônita
atenta
frente a folha
pegajosa do poema.
Um calafrio quase
na carapaça dura
e o poema agridoce
acenando
acendendo
dentro da madrugada escura.
O dia nasce
parindo um novo solstício
e ela, impressa,
presa no poema-suícidio.
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