O poema origem da música, que não é igual ao que é cantado, é o poema A Marcha:
As ordens da madrugada
romperam por sobre os montes:
nosso caminho se alarga
sem campos verdes nem fontes.
Apenas o sol redondo
e alguma esmola de vento
quebram as formas do sono
com a idéia do movimento.
Vamos a passo e de longe;
entre nós dois anda o mundo,
com alguns mortos pelo fundo.
As aves trazem mentiras
de países sem sofrimento.
Por mais que alargue as pupilas,
mais minha dúvida aumento.
Também não pretendo nada
senão ir andando à toa,
como um número que se arma
e em seguida se esboroa,
- e cair no mesmo poço
de inércia e de esquecimento,
onde o fim do tempo soma
pedras, águas, pensamento.
Gosto da minha palavra
pelo sabor que lhe deste:
mesmo quando é linda, amarga
como qualquer fruto agreste.
Mesmo assim amarga, é tudo
que tenho, entre o sol e o vento:
meu vestido, minha música,
meu sonho e meu alimento.
Quando penso no teu rosto,
fecho os olhos de saudade;
tenho visto muita coisa,
menos a felicidade.
Soltam-se os meus dedos ristes,
dos sonhos claros que invento.
Nem aquilo que imagino
já me dá contentameno.
fecho os olhos de saudade;
tenho visto muita coisa,
menos a felicidade.
Soltam-se os meus dedos ristes,
dos sonhos claros que invento.
Nem aquilo que imagino
já me dá contentameno.
Como tudo sempre acaba,
oxalá seja bem cedo!
A esperança que falava
tem lábios brancos de medo.
O horizonte corta a vida
isento de tudo, isento…
Não há lágrima nem grito:
apenas consentimento.
oxalá seja bem cedo!
A esperança que falava
tem lábios brancos de medo.
O horizonte corta a vida
isento de tudo, isento…
Não há lágrima nem grito:
apenas consentimento.
A parte em vermelho foi a inspiradora do Fagner, assim como a música do Belchior e Águar de Março, do Tom Jobim. Um bom pout pourri, eu diria...
Não vi o estresse nos comentários, mas desde já quero dizer que sou inocente!
ResponderExcluirE deixemos de coisa, cuidemos da vida pois se não chega a morte ou coisa parecida e nos arrasta moço sem ter visto a vida!
Não, Valéria, foi no Facebook....aí aproveitei para postar aqui e mencionar lá, que é para trazer público ao ADP....e eu amo o Guima (íntimo, eu...) das frases curtas: "Viver é um descuido prosseguido."E mais não digo...que bom que vc ama a MM, eu não.
ResponderExcluirImaginei que vc não gostasse... por isso fiz a ressalva de invadir o ADP com um texto dela! rs
ResponderExcluirA propósito da sua intimidade, eu conheço uma fotógrafa que tem um fox paulistinha chamado Guima em homenagem ao escritor.
ResponderExcluirSe tiver curiosidade (e paciência), ela está no meu FB: Christina Amaral Fotógrafa.
Em meio à centenas de fotos diversas, tem algumas do Guima.