segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Edna St. Vincent Millay


O Canto Fúnebre da Insubmissão
Eu não concordo com a descida dos corações amantes à terra dura.
Assim é, será e foi desde tempos imemoriais: eles seguem pelas trevas, os sábios e os belos.
Coroados de lilases e de louros, eles partem; mas eu não me conformo.
Amantes e pensadores, contigo, dentro da terra, transformados na poeira morna e cega. Um fragmento do que tu sentias, daquilo que tu sabias, uma fórmula, uma frase apenas restou – mas o melhor está perdido.
As respostas rápidas e vivas, o olhar honesto, o riso, o amor – estes partiram.
Partiram para alimentar as rosas. Os botões serão meigos, elegantes e perfumados.
Eu sei. Mas eu não aprovo. Mais preciosa era a luz em teus olhos que todas as rosas do mundo.
Fundo, fundo, fundo na escuridão da cova, docemente, os belos, os ternos, os bons, calmamente eles descem, os inteligentes, os espirituais, os bravos.
Eu sei. Mas não estou de acordo. E eu não me conformo.

Edna St Vincent Millay, traduzido por Roberto Freire.

Um ano em que um adeus quis dizer muito mais do que estar ausente....sinto falta da Teresa, sentimos todos aqui em casa e, acredito, sentem muito pelo mundo que ela construiu com carinho, atenção e amor. Entendo, mas não estou de acordo e nem me conformo.

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