sábado, 8 de dezembro de 2012

Mário de Sá-Carneiro



Ápice

O raio de sol da tarde
que uma janela perdida
refletiu
num instante indiferente -
arde,
numa lembraça esvaída,
À minha memória de hoje
subitamente...

seu efêmero arrepio
zig-zagueia, ondula, foge,
pela minha retentiva...
-e não poder adivinhar
por que mistério se me evoca
esta idéia fugitiva,
tão débil que mal me toca!...

-Ah! não sei por quê, mas certamente
aquele raio cadente
alguma coisa foi na minha sorte
que a sua projeção atravessou...

Tanto segredo no destino de uma vida...

É como a ideia de Norte,
Preconcebida,
que sempre me acompanhou....

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente o que acha que deve, mas use termos gentis, mesmo que desaforados...