Lendo o sítio www.dicta.com.br, encontrei um artigo do Nelson Archer sobre a poesia húngara. O idioma é quase impenetrável, como vocês podem ver. A palavra polícia, no Ocidente, é parecida em quase todas as línguas. Em húngaro: Rendőrsége!! Com todos os acentos!!! E até em euskera é polizia....cqd!!!No sítio acima podem ser encontrados diversos poetas húngaros, dos quais selecionei dois:
Lörinc Szabó (1900-1957)
Válasz
Láttam a komédiát,
hajam beleőszült.
Minden férfi bandita,
minden asszony őrült.
hajam beleőszült.
Minden férfi bandita,
minden asszony őrült.
Gyomrom, agyam tele van,
öreg undor éget.
Választ akarsz? Kezdelek
kiokádni, élet!
öreg undor éget.
Választ akarsz? Kezdelek
kiokádni, élet!
Resposta
Vi a comédia: ela deixou-me
grisalho de repente.
Os homens, todos gangsters; cada
mulher, uma demente.
grisalho de repente.
Os homens, todos gangsters; cada
mulher, uma demente.
Do estômago à cabeça, é um nojo
antigo que em mim arde.
Queres uma resposta? Vida,
começo a vomitar-te.
antigo que em mim arde.
Queres uma resposta? Vida,
começo a vomitar-te.
e
György Somlyó (1920-2006)
Seb és kés
A kés és a seb viszonya változó. A seb vérzik. A kés bevéreződik. A seb sajog. A kés kicsorbul. A seb fájva emlékezik a késre. A kés nem emlékezik a sebre. A seb beheged. A kés sebe tartós. Egyszer a seb is elfeledi a kést. A késnek nincs mit felednie. A kés gyönyört lel a sebben, mint a kinyíló testben. A seb is gyönyörét lelheti a késben, mint a beléhatoló testben. A seb irtózik a késtől. A kés is irtózhat a sebtől. Vannak, akik a sebtől irtóznak. Vannak, akik a késtől. Van, aki mindakettőtől. A seb szeretheti is a kést. A kés is szeretheti a sebet. Megeshet, hogy a kés úgy sajog, mint a seb. Megeshet, hogy a seb oly érzéketlen, mint a kés. A seb előbb-utóbb begyógyul. A kés beletörhet a sebbe. A kés sokszor mondja azt: Én vagyok a Seb. Egyszer a seb is azt mondhatja: Én vagyok a Kés. A seb és a kés viszonya változó. Csak egy változatlan. Hogy van seb és van kés. A kés a seb kése. A seb a kés sebe. Nem lehetnek meg egymás nélkül.
Ferida e faca
A relação entre faca e ferida é variável. A ferida sangra. A faca se ensangüenta. A ferida dói. A faca se embota. A ferida se lembra dolorosamente da faca. A faca não se lembra da ferida. A ferida cicatriza. A ferida da faca é duradoura. Algum dia até mesmo a ferida há de esquecer a faca. A faca não tem o que esquecer. A faca se deleita com a ferida como com um corpo que se abra. A ferida também pode se deleitar com a faca assim como com um corpo que a penetre. A ferida tem horror à faca. A faca também pode ter horror à ferida. Há quem tenha horror à ferida. Há quem o tenha à faca. Há quem tenha horror a ambas. A ferida pode também amar a faca. A faca também pode amar a ferida. Pode ser que a faca sinta dor como a ferida. Pode ser que a ferida seja insensível como a faca. A ferida há de sarar um dia. A faca pode se quebrar na ferida. A faca diz freqüentemente: Eu sou a Ferida. A ferida pode vir a dizer um dia: Eu sou a Faca. A relação entre ferida e faca é variável. Só uma coisa não varia. Que há ferida e há faca. A faca é a faca da ferida. A ferida é a ferida da faca. Uma não existe sem a outra.
O crédito é do sítio www.dicta.com.br. Dos autores, não tenho a menor ideia, só lhes dou o crédito de acreditar que escrevem lindamente. Problemas com direitos? Post um coment, que eu retiro , sem problemas. Mantive o original, por uma questão de coerência...
Voltei, aqui é meu lugar...
ResponderExcluirAgora falando sério, achei as duas poesias bem fortes!
Acaso, estilo ou escolha do autor do blog?
Oba, estava sentindo sua falta, afinal, vc é a única pessoa que frequenta este espaço...não, as duas poesias foram escolhas minhas mesmo, e foram escolhidos pelo motivo que sua percepção refinada percebeu, o sentimento forte manifestado pelas palavras idem.
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