O blog deve seu nome a um poema dele. Então, nada mais justo que eu o homenageie com dois poemas, dos quais eu gosto muito.
O apanhador de desperdícios
Uso a palavra para compor meus silêncios.
Não gosto das palavras
fatigadas de informar.
Dou mais respeito
às que vivem de barriga no chão
tipo água pedra sapo.
Entendo bem o sotaque das águas
Dou respeito às coisas desimportantes
e aos seres desimportantes.
Prezo insetos mais que aviões.
Prezo a velocidade
das tartarugas mais que a dos mísseis.
Tenho em mim um atraso de nascença.
Eu fui aparelhado
para gostar de passarinhos.
Tenho abundância de ser feliz por isso.
Meu quintal é maior do que o mundo.
Sou um apanhador de desperdícios:
Amo os restos
como as boas moscas.
Queria que a minha voz tivesse um formato
de canto.
Porque eu não sou da informática:
eu sou da invencionática.
Só uso a palavra para compor meus silêncios.
Retrato do artista quando coisa
A maior riqueza
do homem
é sua incompletude.
Nesse ponto
sou abastado.
Palavras que me aceitam
como sou
— eu não aceito.
Não aguento ser apenas
um sujeito que abre
portas, que puxa
válvulas, que olha o
relógio, que compra pão
às 6 da tarde, que vai
lá fora, que aponta lápis,
que vê a uva etc. etc.
Perdoai. Mas eu
preciso ser Outros.
Eu penso
renovar o homem
usando borboletas.
"Sou um apanhador de desperdícios"...mesmo que seja uma "boa mosca", há momentos em que fica difícil aproveitar mesmo os restos.
Poesia,poesias, poetas,diários de viagem, fotos, e quadrinhos, e vídeos, e tudo que pareça poesia. E música,bastante, quando der. E mais um pouco de tudo, que a vida é poesia
segunda-feira, 17 de novembro de 2014
Manuel de Barros
quarta-feira, 29 de outubro de 2014
Pós-viagem
A depressão pós-viagem já é esperada. Pelas mais diversas razões, mas, principalmente, pela constatação de que não temos futuro, nenhum.
Não chegaremos a lugar algum como povo ou nação e isto é muito triste. Ou então acontecerá algo extremamente grave que alterará os rumos do país em direção à civilidade, urbanidade, educação e solidariedade.
Na conceituação de autoridade, um dos pilares é a aceitação da autoridade pelo seu portador (ou dito portador). E isto não acontece de forma alguma, pelo menos no Rio. Ninguém obedece a nada nem a ninguém, é praticamente um território livre onde se pode tudo, de motos na calçada a acelerar o carro em direção ao pedestre - não são hipóteses, passo por isso DIARIAMENTE ao sair de casa para passear com o cachorro.
Viajando, percebe-se que há aqui uma confusão esdrúxula entre PODER e autoridade. Autoridade é o emprego legítimo do poder. A discussão de como se dá transmissão do poder já deu origem a uma obra prima de Hanna Arendt, A Condição Humana, e da legitimidade da autoridade também foi discutida por Giddens. Não vou estender aqui, só reafirmar a necessidade de que os dois sejam lidos, por todos. Interessa, e muito, para a construção do país que pretendemos.
O PODER aqui decorre da força, e a AUTORIDADE, da lei. E com a impunidade, nada mais frágil para o cidadão comum, estratificadamente educado de forma inversamente proporcional a sua capacidade e intenção de violar a lei sem ser pego. E a vida cotidiana vai ficando, a cada dia, mais insuportável.
Bom, não é uma tese nem nada, é só um desabafo. Mas em um país onde a autoridade da lei é respeitada e o poder do costume é uma força que regula as interações diárias, andar pelo lado direito das calçadas e das escadas é obrigatório, e não se pensa em transgredir, a não ser por motivos justíssimos, que devem ser identificados de imediato. Quer o diga o Alberto, que, ao descer as escadas do metrô pelo lado esquerdo foi objeto de olhares e palavras pouco gentis e, ao não ceder a passagem para um idoso na calçada, foi alvo de instruções de como se comportar em público aos gritos. Com dificuldade de locomoção, Alberto precisava de apoio para caminhar e descer escadas, mas não era um motivo identificável a olho nu. Ao simular ter sido vítima de um AVC, com um lado do corpo paralisado, as pessoas não apenas respeitavam como cediam gentilmente o espaço. Uma pesquisa antropológica ali, no momento... rs
Foi muito engraçado, de verdade, mas também foi uma mostra de que falta muito para atingirmos um nível básico de educação, civilidade e urbanidade. Sem cumprirmos as leis, sem punirmos os que não as respeitam, não chegaremos a lugar algum. É simples assim...
Não chegaremos a lugar algum como povo ou nação e isto é muito triste. Ou então acontecerá algo extremamente grave que alterará os rumos do país em direção à civilidade, urbanidade, educação e solidariedade.
Na conceituação de autoridade, um dos pilares é a aceitação da autoridade pelo seu portador (ou dito portador). E isto não acontece de forma alguma, pelo menos no Rio. Ninguém obedece a nada nem a ninguém, é praticamente um território livre onde se pode tudo, de motos na calçada a acelerar o carro em direção ao pedestre - não são hipóteses, passo por isso DIARIAMENTE ao sair de casa para passear com o cachorro.
Viajando, percebe-se que há aqui uma confusão esdrúxula entre PODER e autoridade. Autoridade é o emprego legítimo do poder. A discussão de como se dá transmissão do poder já deu origem a uma obra prima de Hanna Arendt, A Condição Humana, e da legitimidade da autoridade também foi discutida por Giddens. Não vou estender aqui, só reafirmar a necessidade de que os dois sejam lidos, por todos. Interessa, e muito, para a construção do país que pretendemos.
O PODER aqui decorre da força, e a AUTORIDADE, da lei. E com a impunidade, nada mais frágil para o cidadão comum, estratificadamente educado de forma inversamente proporcional a sua capacidade e intenção de violar a lei sem ser pego. E a vida cotidiana vai ficando, a cada dia, mais insuportável.
Adicionar legenda |
Bom, não é uma tese nem nada, é só um desabafo. Mas em um país onde a autoridade da lei é respeitada e o poder do costume é uma força que regula as interações diárias, andar pelo lado direito das calçadas e das escadas é obrigatório, e não se pensa em transgredir, a não ser por motivos justíssimos, que devem ser identificados de imediato. Quer o diga o Alberto, que, ao descer as escadas do metrô pelo lado esquerdo foi objeto de olhares e palavras pouco gentis e, ao não ceder a passagem para um idoso na calçada, foi alvo de instruções de como se comportar em público aos gritos. Com dificuldade de locomoção, Alberto precisava de apoio para caminhar e descer escadas, mas não era um motivo identificável a olho nu. Ao simular ter sido vítima de um AVC, com um lado do corpo paralisado, as pessoas não apenas respeitavam como cediam gentilmente o espaço. Uma pesquisa antropológica ali, no momento... rs
Foi muito engraçado, de verdade, mas também foi uma mostra de que falta muito para atingirmos um nível básico de educação, civilidade e urbanidade. Sem cumprirmos as leis, sem punirmos os que não as respeitam, não chegaremos a lugar algum. É simples assim...
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De novo...
Tenho de rir, é claro que às custas de alguém, mas a situação é hilária.
Indiscutivelmente, meu post com mair número de visualizações é o "Travesti", para onde são conduzidos pelo São Google as pessoas que digitam a palavra na barra de buscas - suponho.
Já ocorreu antes e a média continua alta...
Aos conduzidos aqui pela falta de discernimento do buscador do Google, mil perdões.....rs
Indiscutivelmente, meu post com mair número de visualizações é o "Travesti", para onde são conduzidos pelo São Google as pessoas que digitam a palavra na barra de buscas - suponho.
Já ocorreu antes e a média continua alta...
Aos conduzidos aqui pela falta de discernimento do buscador do Google, mil perdões.....rs
sexta-feira, 24 de outubro de 2014
Viajando por terras estranhas
A Trinity Church, refletida em um prédio modernoso, o qual invadimos, pensando que seria o mirante. Não era! |
Em Boston, em certos momentos, você se sente assim, como alguém que foi criado em um país diferente e , de repente, volta para casa. Peraí, é isso mesmo, quer dizer, não é minha casa, mas é a minha definição de casa, então...
A Igreja toda Tiffany, incluindo este lustre maravilhoso! |
Uma cidade com formação católica, ou religiosa?, igrejas em profusão, mas vejam este folheto que retirei na porta de uma igreja! Um espanto!!Muitas igrejas, para todos os gostos, até a Igreja de São Emmanuel, meu (quase) xará, que ficava ao lado do hotel.
Um dia chegaremos lá, à civilização e respeito por todos. |
Tinha perdido as fotos dos folhetos e os próprios. Consegui achá-los, então está ai.. |
A região do Mercado, com prédios ótimos! Há uma feira ao lado e são três galpões enormes! |
As pessoas são amáveis na cidade, que gira em um ritmo muito mais calmo que Nova Iorque, Rio ou São Paulo. As casas são bonitas, os prédios, mesmos os arranha-ceús não são opressivos em sua dominação do espaço, é possível apreciar a cidade de qualquer ponto.
Como se deslocar? Metrô, é claro, com uma pequena confusão In- e Out-bound, mas nada que um viajante frequente a Cabo Frio não tire de letra. O preço? Ridículos US$ 19,00 - dezenove dólares- por uma semana de transporte ilimitado, que você compra em qualquer estação, com cartão, dinheiro, moedas...parece o Metrô do Rio, né? E vai-se a quase todos os pontos da cidade! Se não, você pode conjugar com um sistema de ônibus também muito funcional, com horários nos pontos!
Região de North End, um passeio ótimo! |
Os rios Charles e Neponset cortam a cidade, o que dá um astral diferente. O ticket do metrô dá direito ao passeio de barco, mas não às excursões, e também dá direito ao trem (Commuter Rail Zone). Pronto, com 19 dólares você está arrumado por uma semana!
Indo de riquixá para a NBSS, do outro lado do rio. Um passeio ótimo! |
Muitos restaurantes, muitos passeios a serem feitos, mas recomendo especialmente:
ICA- Institut of Contemporary Art, à beira do rio, um prédio maravilhoso, com um acervo de três salas. Vale o passeio, passando pelo Aquário New england e a parte nova do porto.
Museu of Fine Arts - enorme, com uma coleção de arte oriental maravilhosa! Muita coisa para se ver em uma visita, é melhor eleger uma seção e se aprofundar nela. O ticket vale por vários dias. O mais interessante é que o MFA tem um estrato social bem definido:
-ground, uma cafeteria mais popular, baratinha
-1º andar- um café e um restaurante, com preços mais caros, sem exageros
- 3º andar- um restaurante mais caro, num andar com apenas arte norte-americana.
Mais igrejas... |
No mais, a cidade é feita para passear, é só pegar uma bicicleta e sair andando, já que ela é quase totalmente plana. Ainda restam passeios ótimos, como ir a Harvard, Cambridge, são vários blocos interessantes, com um interesse específico em cada um.
Na Newbury Street, uma loja com uma vitrine espetacular, só com máquinas de costura antigas!! |
Eu, na feira da região do mercado, comendo ostras e tentando não parecer barrigudo! |
Atenção para os pezinhos do organista! uma loucura! |
Compras? Comprem o guia Passo a passo da Folha, lá tem tudo. Eu curti a cidade! Muito!!
Região dos museus |
O passeio de barco, mais ou menos 15 minutos, que o bilhete do metrô dá direito. |
quinta-feira, 16 de outubro de 2014
Teofilo Olivieri in New York
Não estou escrevendo muito sobre a viagem. Já postei muita coisa no Facebook, enviei fotos dos eventos "in loco", os guias estão cada vez mais detalhados e os blogs também. Então vou me deter em pequenos incidentes das viagens, que geraram o que eu chamo de "marcador de tempo", aqueles fatos, momentos, casos, que marcam na memória a viagem, o ano, não deixam que o tempo corra desenfreadamente, servem como quebra-molas de envelhecimento. Entenderam?
Teofilo Olivieri é um portorriquenho que mora em Nova Iorque e que tem uma vida prá lá de atribulada. Luta diariamente contra si mesmo, o que não é fácil, já que nem é sempre que se ganha essa batalha, e descobriu uma forma de dar vazão à parte dele que insiste em permanecer rebelde às circunstâncias de sua (dele) vida.
Ele usa livros destinados à reciclagem e utiliza suas capas, mediante intervenções, pinturas, colagens, aplicação de diversos materiais. O suporte sempre é a capa de um livro, a intervenção nem sempre guarda relação com o título, mas o conjunto da obra é muito interessante.
Comprei dois trabalhos deles, lamento muito não ter comprado o pavão - arrependimento de viagem é muito legal, fica dando uma vontade de voltar e resolver isso logo.
Espero que vocês gostem do trabalho dele, apesar da qualidade das fotos. Eu sou uma vergonha, deveria fazer como a Marilena e fazer algum curso de fotografia. Domage!!
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sexta-feira, 3 de outubro de 2014
Primeiras impressões de uma viagem repetida.
Igrejas, muitas igrejas, inclusive uma toda Tiffany. Não se é católico impunemente. |
Ao contrário do que escreveu Xavier de Maistre, viaja-se cada vez menos ao redor do próprio quarto. Queremos todos aproveitar a chance destes tempos inacreditáveis de oportunidades e ir conhecer o outro, mas sem deixar de levar conosco o mesmo de sempre.
Percebe-se a dificuldade do viajante de abandonar suas amarras - quantas pessoas você conhece que viajam sozinhas?de verdade!- procura-se levar o máximo do "quarto" para onde quer que seja, e mesmo acontece de o quarto ir junto, despercebido mas inevitável.
Mais uma viagem a Nova Iorque, uma delícia, como sempre, mas desta vez acompanhada por Boston, uma surpresa superagradável. E é por Boston que eu inicio, falando de uma cidade cheia de história, cheia de representatividade para o imaginário e para a formação americanos.
A Trinity Church, refletida em um prédio modernão. |
Uma cidade relativamente tranquila para seu tamanho, quieta - estranha-se a ausência dos ruídos de Nova Iorque, aquele hummm interminável e persistente, que insiste em nos acompanhar onde quer que se vá.
E as pessoas, ah! as pessoas, não são nada novaiorquinos, os bostonianos. Mas falarei deles amanhã, que hoje não consigo mais escrever como se deve.
Mais um ano...
Sinto, sentimos muito a falta dela aqui em casa. Terezoca, realmente, deixou um problema para os que haviam se acostumado com seu jeito: a falta dele! Espera-se um comentário, um arcar de sobrancelhas, uma lembrança conectada com algo que mais tarde virá a sua memória, mas antes percorrer aquele cérebro maduro e superesperto. Poxa, Teresa, você faz muita falta!
Este poema é, francamente, o retrato do que temos passado aqui em casa neste período: nos lembramos de contar algo para quem já não pode ouvir, separamos algo para mostrar a quem já não pode ver, amamos loucamente uma ausência que nunca se completará. Que coisa, destino!
Alphonsus de Guimarães Filho
Distraidamente
Distraidamente, disquei para o teu apartamento.
Distraidamente.
(Que coisa haverá mais triste que um telefone soando na distância,
sem resposta possível?)
Foi então que, de súbito, caiu em mim a sensação da tua ausência.
Ah, amiga...
Distraidamente, deixei o telefone soar, soar, soar, como se fosses
responder acaso,
como se de alguma parte, não sei de onde, surgisse de novo a tua
voz alegre, o teu riso jovem.
Cheguei a ouvir teu riso.
Ah, amiga...
Distraidamente, como que à espera,
(em que astro atenderias?)
distraidamente, assim fiquei.
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Teresa Aflalo
quinta-feira, 31 de julho de 2014
Fraternidade lucrativa
Cuba bem que poderia se declarar estado-associado ao Brasil, assim como Porto Rico é dos EUA!!! Aeroportos, portos, hospitais, e nosso desempenho olímpico, tudo daria um salto gigantesco no IDH!!! Hein???!!!Hein???!!!
Depois dos 800 milhões aplicados no Porto de Havana, agora, o BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Social, ou, na definição no sítio deles:
"O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), empresa pública federal, é hoje o principal instrumento de financiamento de longo prazo para a realização de investimentos em todos os segmentos da economia, em uma política que inclui as dimensões social, regional e ambiental.
...
O apoio do BNDES se dá por meio de financiamentos a projetos de investimentos, aquisição de equipamentos e exportação de bens e serviços. Além disso, o Banco atua no fortalecimento da estrutura de capital das empresas privadas e destina financiamentos não reembolsáveis a projetos que contribuam para o desenvolvimento social, cultural e tecnológico.
...
Assim, o BNDES reforça o compromisso histórico com o desenvolvimento de toda a sociedade brasileira, em alinhamento com os desafios mais urgentes da dinâmica social e econômica contemporânea."(a parte grifada, obviamente, é um destaque meu...)). o BNDES vai aplicar milhões no aeroporto de Havana, enquanto ficamos por aqui, com nosso Galeão, Santos Dumont e outros menos votados. Continuando assim, o aeroporto não servirá nem como saída para os descontentes...Tal qual cubanos, teremos de nadar até uma nação civilizada...
Francamente, este país está se transformando em alguma coisa esquésita....
quarta-feira, 30 de julho de 2014
Bom para passear
Um mapinha sempre ajuda! |
Praça Biarritz, onde tem a feira. |
Praça da Liberdade, onde começa a rua de pedestres. |
Nos táxis, bastante baratos, tem um vidro separando o passageiro do motorista, acho que é resquício de um tempo mais perigoso. Os carros amarelos e pretos são mais antigos e menores, os branquinhos são mais modernos e maiores. Não sei se isto quer dizer alguma coisa.
Clarabóia do MAPI, museu de arte pré-colombiana e indígena. Evite! |
O comércio de rua é legal, bem espalhado, mas no mesmo padrão. Como é uma cidade gostosa de passear, pode ser uma vantagem, se não estiver tão frio e ventando tanto.
Hotel: Ficamos no Punta Trouville Hotel, um apart bastante bom, em termos. Se for ficar lá, pergunte se já reformaram o restaurante e o elevador. É, um só, barulhento, parecia uma briga de hienas pela madrugada.
O banheiro é mínimo (necessaire na copa), o atendimento é um tanto claudicante, mas, no geral, e pelo preço, dá para ficar. O restaurante é subdimensionado e no café da manhã pode ter um ligeiro embotellamento. Nada muito grave e o pessoal da cozinha é muito gentil, mesmo. Recomendo a área de Pocitos e Punta Carretas (Bairros), bem servida de ônibus para todos os lugares e próximo à rambla, onde, querendo ou não, você vai acabar passeando e serve como orientação para os passeios. Há vários hotéis e flats por ali, e a Val Galvão recomendou o My Suites.
A exposição de que falei, no Parque Rodó, sobre as mulheres negras. Hám uma poeta, cujo poema vai para a página Um Poema Por dia... |
Quando estivemos no Parque Rodó, havia uma exposição a céu aberto sobre mulheres negras que participam da vida, laboral, cultural e ais a mais de Monti. Muito interessante.
Os monumentos também são muito bonitos, preste atenção neles.
Comer, comer...Mercado del Puerto |
Mercado do Puerto: programa puramente turístico, totalmente desinteressante hoje em dia. Lojas de artesanato e restaurante e interesse nenhum. O interessante é o caminho para lá, veja no item abaixo.
Rua Peatonal: ou de pedestres. È a Calle Sarandi, que vai da Plaza Independência até o porto. Um passeio ótimo, cheio de coisas para ver, tem uma feirinha aos sábados, restaurantes, livrarias lindas, bons restaurantes e alguns dos lugares frequentados por Vinícius de Moraes quando era embaixador lá (ou morou lá, não tenho certeza). Muito bom passeio. Vai até o Mercado do Porto, então você pode conjugar dois passeios aqui, ou três, se for no dia da feira da Tristan Navaja.
Feira da Tristan Navaja |
Feiras: sou fanático por feiras de rua, ou somos, eu e Alberto. Fomos a três, a da Praça Biarritz e do Parque Rodó, que, francamente, não valem a pena. Apenas roupas e artesania de carregação, nada interessante, a não ser que seja a sua praia. A feira do Rodó tem um atrativo, a Taberna del Diablo, que fica ao lado, que vc decifrará em restaurantes.
Agora, para se divertir, vá à feira da Rua Tristan Navaja, aos sábados, a partir das 10 horas da manhã até o final da tarde. Tem de um tudo!!!! De frutas e legumes a bombas antigas de gasolina, de aparelhos de chá da Cia das Índias até o chinelo do vizinho que foi jogado fora e eu acho que dá para vender para alguém, entenderam? T-U-D-O!!!!! E as livrarias, zilhões delas, com todos os tipos de livro. Allegra, Rupafin, Claritin e outros menos votados nos bolsos, senão não se sai vivo dali!!
Prepare-se para achar alguma coisa que você sempre quis e não sabia, achar alguns preços absurdos e outros aceitáveis. Se tiver tempo, os vinis são uma diversão...
Banheiro público, nem pensar! É preciso para a gentileza de um dono de bar, essas coisas.
A feira começa na Tristan e hoje cobre, literalmente cobre, várias ruas do entorno e você se diverte muito. Imperdível!
Livros, zilhões pela feira e por toda a cidade... |
Preços: são caros, os restaurantes uruguaios. Na média, talvez mais caros que os do Rio..não, no preço dos restaurantes médios de São Paulo. É isso.
Cobram sempre o cubierto, você comendo ou não. Então, coma! Gorjetas de 10% são de lei, mas se vc não deixar, eles nem ligam, se bem que estão pegando o hábito. Os pedidos devem ser feitos de uma vez - entrada, sobremesa, bebida-, sobremesas (postres), depois. Reserva, em quase todos. Vimos muuuita gente dar com a cara na porta.
E se você não tomar todo o vinho, além do problema (sim, você tem algum problema!), você pode levar a garrafa para casa.
Francis, o top restaurante desta viagem.. recomendadíssimo!Podem ir! |
Depois, a Taberna del Diablo, para um lanche ou jantar mais cedo, antes de um programa. As melhores empanadas do mundo, segundo minha sobrinha Rachel.Não chego a tanto, mas elas são deliciosas e o atendimento é nota mil. E custam $48 (R$ 4,80) cada!!. E você vai comê-las tomando a cerveja Patrícia, uma delícia. Rima e é uma solução... Fomos na do Parque Rodó, mas tem outra. O legal é ir com mais pessoas, para experimentar vários sabores. São, pelo menos, três empanadas para cada um.
Jacinto: ambiente ótimo, comida muito boa, fica à beira da rua peatonal, então pode-se conjugar um almoço...eu comi um papardelle divino, e eles tem um suco de limão siciliano, gengibre e menta (a deles é diferente) que dá vontade de se afogar nele!
Restaurantes que fomos e enfrentamos a situação descrita na abertura do tópico: para nós, não serviram: Tandori e Ricci, sendo que o segundo foi um fracasso absoluto! O Tandori ainda tem um ambiente bonito, bem cuidado e dá para relevar...já o Ricci...
Parillas: o popular churrasco, com carne nota dez. As de bairro, fora do mercado, são as melhores. Pergunte a alguém na rua onde ele come a parilla e pronto. Com certeza, ele tem alguma a indicar. Foi o que fizemos e nos demos muitíssimo bem!
NO Mercado, falam de uma tal Palenque, mas não deu a menor vontade de comer por lá. Muito barulho e fumaça...
Peça qualquer corte, a carne uruguaia é ótima. Eu adoro as mollejas, refeição sem mollejas (ris de veau ou glândula timo) não está completa. Problemas com colesterol, refluxo, azia: procure outro lugar, correndo. E tome vinho, o preço é bom. Cuidado com o vinagre nas saladas, geralmente é muito!
Lanches: são zilhões de cafeterias, fomos a algumas boas, outras não, outras ótimas. É conta e risco, gostar da aparência e entrar. Os doces uruguaios são deliciosos, pode comer sem sustos!
Coisas que não fizemos:
Não fomos passar um dia em Punta del Este (sacrilégio!!!)...rs. Ambos já conheciam.
Não fomos a Colônia Sacramento...eu detesto! (heresia)...rs
Não comemos um chivito, os dois já conheciam...
Não fomos à vinícola Bouza (não gostamos do vinho, o que iríamos fazer lá?)
Não fomos ao Bairro Carrasco, olhar casas de gente rica e prédios modernosos...Tem um shopping e uma filial do Francis, caso vc não consiga reserva no do centro (Punta Carretas,ok?).
Não fomos ao Palácio do Legislativo nem no Mercado Agrícola (ao lado) onde, duas pessoas me informaram, se come a melhor comida de Monti. E só descobrimos isto no último dia! Mas voltaremos logo.
Não fomos ao Jardim Botânico também, dizem que é lindo.
Não entramos na água, afinal, não somos focas nem pinguins.
Não encaramos o Uruguai como um país folclórico, com um tiozão tomando conta. O país é educado, está no bom caminho, é agradável de se viver e visitar. Pode ir!
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segunda-feira, 28 de julho de 2014
Em ano de eleição...
"Todas as vezes em que você perceber que está ao lado da maioria, é hora de dar uma pausa e pensar um pouco."R.Guzzo
Um velho mundo no Novo Mundo, cheio de novidades
Cada cidade tem o Louvre que tem... Galeria Subte, com obras de uruguaios... |
Já vejo as mentes sedentas, abertas à espera de um relato de viagem risível (double entendre), cheio de coisas. Mas não, o Uruguay não é um país pequenino, envelhecido, governado por um tiozão simpático, que nem liga se os netos puxam um baseadinho, se os garotos se casam um com os outros.
Livraria na Sarandi, rua de pedestres, que vai dar no Mercado do Porto. Um caminho cheio de galerias e livrarias, que vale a pena conhecer. |
Parque Rodó, à beira do Rio da Prata, tem um cassino ao lado, uma feira totalmente dispensável aos domingos. O parque é lindo, bem cuidado, como se vê, sem perigo algum. De dia, é claro. |
Ah, esta estrada escura da insatisfação, não me deixa discorrer sobre o que eu pretendia. Voltando:
O uruguaio é gentil e educado, trata você bem, e tem antipatia pelo carioca (que considera exigente, grosseiro e um grande etc que apenas confirma o falecimento da criatura folclórica que habitava essas paragens que Estácio de Sá descobriu.). Respeita o Brasil, embora não nos compreenda, nem eu tentei explicar, já que compartilho da impossibilidade de compreensão de um país que insiste em não aproveitar as oportunidades históricas que lhe surgem.
O motivo da viagem: 22 anos juntos...e MOntevideo foi um marco bem interessante...Olhe o azul do céu e coloque 2 graus de temperatura....uma delícia para passear! A foto foi no Parque Rodó. |
O aeroporto, bonito, simples, funcional. Olhaí, Infraero, não custa nada se mirar nos bons exemplos! |
Há parques espalhados pela cidade, todos os que vimos relativamente bem cuidados e limpos, as pessoas curtindo um solzinho - o diminutivo aqui não é força de expressão- muitos cinemas, alguns shoppings, um comércio à primeira vista pequeno, existem cassinos cheios de gente mais velha, vidradas naquelas máquinas caça-niqueis, os restaurantes ainda não alcançaram a cozinha fusion com propriedade,embora tentem.
A arquitetura, um dos atrativos de Monti. Fosse eu o síndico, retiraria na marra aquele exaustor ali à esquerda. Como é que fazem isso??? |
Monumentos, uma das atrações de Monti. São lindos, em geral...Os chafarizes merecem atenção. Ao fundo, uma exposição sobre a Copa do Mundo...lá como cá... |
As feiras de rua, faladas, são uma decepção, parece que você está na Rua Tereza ou aquela feira de Teresópolis. A única que vale a pena é a da rua Tristán Navarra, engraçadíssima, uma feirona com tudo, de antiguidades a pets!. Se sua praia for ler em espanhol, o seu paraíso é por ali, há dezenas de livrarias em que vc pode mergulhar por horas. Infelizmente, essa separação Brasil/América do Sul não me deu chance de curtir a leitura em espanhol, que seria mais fácil.
Amanhã tem mais...
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segunda-feira, 9 de junho de 2014
Observando as coisas...Parte II
Como disse a Valéria, do blog Macaquices e outras coisas - além de escrever superbem, ela fotografa melhor ainda!- cadê os outros tópicos? Eu havia numerado dois, dos seis que queria apresentar, mas, honestamente, desanimei.n Fiquei matutando a conveniência e oportunidade de escrever algo que mostra mais de mim do que daquilo sobre o que quero escrever. Minha paciência, também, já não é o que er(r)a....mas ela também é um dos tópicos pendentes.
3. A Caridade Gorda
Já falei nela aqui, mas de uma vez. Sandor Marais, em As horas, fala sobre a caridade que não requer esforço, a caridade "gorda dos excessos", fácil, suarenta...e ela anda muito em moda na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro.
"...
Que ando eu a querer de mim ou de tudo neste mundo?
"Se eu não tivesse a caridade."
E a soberana luz manda, e do alto dos séculos,
A grande mensagem com que a alma é livre...
"Se eu não tivesse a caridade..."
Meu Deus, e eu que não tenho a caridade..."
Fernando Pessoa, né? e só poderia ser ele.
As pessoas estão se santificando, se beatificando. Amam os animais, as criancinhas com câncer ou doentinhas, as matas ciliares (é assim que se escreve, viu?), os cães abandonados, mas ama-se, principalmente, o próprio bolso, já que as caridades em exposição limitam-se sempre ao menor esforço, ao menor desfalque no orçamento mensal ou semanal...não pode dar trabalho, nem requerer algum sacrifício. E, pronto, santifica-se a criatura, passa a agir como um ser superior ao comum dos mortais, não se lembrando que
A Prisão do Orgulho
Choro, metido na masmorra
do meu nome.
Dia após dia, levanto, sem descanso,
este muro à minha volta;
e à medida que se ergue no céu,
esconde-se em negra sombra
o meu ser verdadeiro.
Este belo muro
é o meu orgulho,
que eu retoco com cal e areia
para evitar a mais leve fenda.
E com este cuidado todo,
perco de vista
o meu ser verdadeiro.
Rabindranath Tagore, in "O Coração da Primavera"
Tradução de Manuel Simões
Isto sem falar nas redes sociais, este planeta espelho do planeta Terra, onde tudo é lindo, as pessoas se permitem ser mal educadas ao vivo e em cores, a paciência é praticamente zero e as reclamações, sobre tudo e todos, abundam!
Salvam um cachorrinho e correm para postar antes mesmo que o pobrezito faça seu primeiro cocozinho consistente. Gente, vendam este celular e doem o dinheiro para a Suípa (antes que falem, eu contribuo mensalmente há anos!).
Em Fernando de Noronha pude ter contato com várias pessoas deste tipo, que se sentem superiores à rafaméia por terem um trabalhinho em uma ONG, por colherem cascas de ovos de tartaruga e escovarem os dentes dos tubarões! Voluntários também, parecem que conseguiram um brevê para a santidade!
Mas, enfim, este é o planeta em que vivemos, o país em que nascemos e a cidade que escolhemos para ficar! Atura-se, satura-se, e, enquanto isso, escrevemos nossas bobagenzinhas que nos ajudam a suportar este calvário diário, este Gólgota de infelicidades e descaminhos que não conduzem a santidade alguma.
3. A Caridade Gorda
Já falei nela aqui, mas de uma vez. Sandor Marais, em As horas, fala sobre a caridade que não requer esforço, a caridade "gorda dos excessos", fácil, suarenta...e ela anda muito em moda na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro.
"...
Que ando eu a querer de mim ou de tudo neste mundo?
"Se eu não tivesse a caridade."
E a soberana luz manda, e do alto dos séculos,
A grande mensagem com que a alma é livre...
"Se eu não tivesse a caridade..."
Meu Deus, e eu que não tenho a caridade..."
Fernando Pessoa, né? e só poderia ser ele.
As pessoas estão se santificando, se beatificando. Amam os animais, as criancinhas com câncer ou doentinhas, as matas ciliares (é assim que se escreve, viu?), os cães abandonados, mas ama-se, principalmente, o próprio bolso, já que as caridades em exposição limitam-se sempre ao menor esforço, ao menor desfalque no orçamento mensal ou semanal...não pode dar trabalho, nem requerer algum sacrifício. E, pronto, santifica-se a criatura, passa a agir como um ser superior ao comum dos mortais, não se lembrando que
A Prisão do Orgulho
Choro, metido na masmorra
do meu nome.
Dia após dia, levanto, sem descanso,
este muro à minha volta;
e à medida que se ergue no céu,
esconde-se em negra sombra
o meu ser verdadeiro.
Este belo muro
é o meu orgulho,
que eu retoco com cal e areia
para evitar a mais leve fenda.
E com este cuidado todo,
perco de vista
o meu ser verdadeiro.
Rabindranath Tagore, in "O Coração da Primavera"
Tradução de Manuel Simões
Isto sem falar nas redes sociais, este planeta espelho do planeta Terra, onde tudo é lindo, as pessoas se permitem ser mal educadas ao vivo e em cores, a paciência é praticamente zero e as reclamações, sobre tudo e todos, abundam!
Salvam um cachorrinho e correm para postar antes mesmo que o pobrezito faça seu primeiro cocozinho consistente. Gente, vendam este celular e doem o dinheiro para a Suípa (antes que falem, eu contribuo mensalmente há anos!).
Em Fernando de Noronha pude ter contato com várias pessoas deste tipo, que se sentem superiores à rafaméia por terem um trabalhinho em uma ONG, por colherem cascas de ovos de tartaruga e escovarem os dentes dos tubarões! Voluntários também, parecem que conseguiram um brevê para a santidade!
Mas, enfim, este é o planeta em que vivemos, o país em que nascemos e a cidade que escolhemos para ficar! Atura-se, satura-se, e, enquanto isso, escrevemos nossas bobagenzinhas que nos ajudam a suportar este calvário diário, este Gólgota de infelicidades e descaminhos que não conduzem a santidade alguma.
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Val Galvão
sexta-feira, 6 de junho de 2014
Patriotismo, ou a Pátria de Chuteiras, ou Cinismo tem limites
O Governo e a Fifa apelaram, sem dó, para o patriotismo dos brasileiros em relação à Copa. Quem me conhece sabe do meu (ex)fanatismo por futebol, de acompanhar campeonato de seniores da Zâmbia! Conseguiram me libertar desse vício! Mas acho que ninguém está torcendo mais do que eu para que esta Copa seja um fracasso, que a bagunça atinja um nível intolerável, que jogos sejam remarcados e/ou interrompidos, que as pessoas invadam os estádios para assistir aos jogos. Por sinal, esta seria a rebelião que faria todo sentido: a população invadir os estádios para assistir aos jogos na maior paz, entrar pedindo licença, mas sem pagar, sentar direitinho e ver o jogo até o final quietíssima. Incitação à rebelião e à violência? Não, de forma alguma, só uma participação efetiva do povo, como querem Dilma e a Sra. Fifa.
Há uma dicotomia entre os que querem e os que não querem a Copa! Não dá para não querer, ela vai acontecer queiramos ou não (eu não quero, não quis quando o Brasil foi escolhido, fiz um post dizendo que tudo isso que acontece iria acontecer!), mas estão demonizando os que acreditam que a Copa do mundo está por aqui no momento errado da História!
Estão apelando para o patriotismo, agora todos escrevem sobre futebol, com ou sem preparo, bastando ter amigos na mídia. Uma pena, o assunto é bastante interessante. Mas colocar o futebol como um símbolo da pátria pode ser perigoso, que já as metáforas podem ser aplicadas tanto positiva quando negativamente. Sempre é bom tomar cuidado quando escolhemos nossos símbolos, vejam o Fuleco que, em alguns lugares do Brasil, salve, salve, significa pura e simplesmente CU!!
Patriotismo seria ter cumprido as promessas, patriotismo seria não corromper os dirigentes e empreiteiros, patriotismo seria ter reservado uma cota de ingressos a preços nacionais para a população brasileira, patriotismo seria ter cuidado do transporte público antes que a população percebesse a enganação a que estamos submetidos nos últimos doze anos. Patriotismo seria ter gasto este dinheiro onde realmente é necessário, na saúde e educação (educação, não salário de professor, vejam bem!), e não nas gorjetas indecorosas que, certamente, rolaram. Não tenho provas, não me sujo neste meio, mas considerando-se o país em que se vive...
Vai ter copa? Vai, claro que vai, mas acho que um movimento pela ocupação dos estádios teria toda a força da população. Quem comprou os ingressos a preço de ouro teria (ou terá, se os deuses ouvirem minhas preces), teria feito mais um sacrifício para que o país entrasse no rumo certo. Estamos ficando à deriva, nacional e internacionalmente, e tenho a impressão de que estão deixando a Dilma ir para o buraco para que outro ganhe a eleição de outubro e, tcharaaaaammmmm, em 2019 voltarão como salvadores da pátria, já que inviabilizaram qualquer governo que venha após o PT.
Outubro vem aí, é sempre bom lembrar. Tirando revoluções, é o meio mais seguro de se mudar algo. E, mais uma vez, o PMDB procura se garantir por todos os lados, agora apoiando o Aécio e Pezão. Vendo aquele povo reunido, não dá para não sentir falta do Lula e seus asseclas...(ali na foto, gente maldosa!).
E, mais uma vez bancando o anti-alemão, lembro a todos: em 2016 serão as Olimpíadas!!Alguém imagina que será diferente???
O tempora, o mores....
terça-feira, 13 de maio de 2014
Fernando de Noronha (2)
Por do sol no Bar do Cachorro, um programa diário, com um visual de doer os olhos de tão lindo! |
Pois é, achei que deveria escrever mais um pouco para que ninguém vá a Noronha sem ideia do que vai encontrar.
Primeiro:
O CARIOCA É MAL VISTO À BEÇA! Fama de impaciente, agressivo, mal humorado e VIOLENTO!! Mais de uma pessoa nos disse que não parecíamos cariocas, éramos (somos) educados, gentis, engraçadíssimos - o Rock, marido da Ana, tem uma risada que parece buzina de carro de bombeiro. Nada mais engraçado do que fazê-lo rir!.- e pedíamos as coisas com educação.
Cariocas, vamos tentar melhorar essa imagem, porque foi muito desagradável ouvir isso de gente simples e simpática! Além do mais, cariocas são pão-duros, sabiam? Qua-qua-qua-ra-quá, quem riu? Qua, qua, qua, rá, quá, quá,...fui eu!!!
E isto não foi uma opinião isolada!!
Foto da rede, a nossa ainda nãochegou... |
O melhor de tudo é fazer o mergulho com cilindro! Fizemos com o pessoal da Atlantis, fizemos o DVD, as fotos estão para vir. Facílimo, mais confortável que o snorkel, cada um mergulha com um instrutor, perigo zero. Quer dizer, zero não, que zero é lugar nenhum! Mas as pessoas sabem o que fazem e eu vi: zilhões de peixes coloridos (no barco tem um quadro com os peixes mais comuns, é uma diversão ficar apontando: esse eu vi, esse não....), polvo, moreia, tubarão, arraia, barracudas. Estrela do mar, não...vai ver, brigou com o grão de areia.
Praia Sueste. Neste dia, suja, por que o mangue tinha rompido devido ao excesso de chuvas. Excesso não traduz o que foi a tempestade durante a noite e parte da manhã! |
Repetindo, para vcs terem uma ideia do que se fala. |
Forte de São João, um passeio obrigatório |
Palácio São Jorge é ridiculamente feio e mal conservado, não perca seu tempo, a menos que vc seja restaurador e queira ver o que dá para fazer ali.
Este visual, diaria e constantemente.... |
Mas lembre-se: tudo é caro! Praia dá fome e seu maior item de custo em Noronha será a alimentação, maior mesmo que a pousada. Se vc não for um faquir, vai gastar bastante. Se sua pousada e as acomodações permitirem, fazer um almoço, um lanche por lá ajuda bem a economizar. Vai cortar seu dia e passeio ao meio, é bom pensar se vale a pena.
We, the people, na Praia do Sancho |
Coisas de que desfrutamos e recomendamos às pessoas que gostam de coisas de que nós também gostamos:
- A Mesa da Ana, uma moça simpaticíssima, casada com o Rock (assim mesmo), formada pela Cordon Bleue, que faz um jantar em sua (dela) casa, para um número limitadíssimo de pessoas. Se chover, adeus (conosco, choveu!...)mas a simpatia e gentileza compensam a tristeza. Outubro, estamos de volta com muita fome.
Ana, Rock e we, the people, na sala do aeroporto. Gentileza conquista corações...e conserva-o aquecido sempre. |
- O nosso motorista lá, o Cristóvão. O telefone dele é 0XX-81-95327503 e 0XX-81-85573028, é só dizerem que são amigos do Alberto e Manoel Há uma tabelinha que ele segue direitinho, e, se gostar de vcs (de nós, ele gostou), faz a cortesia do traslado ao aeroporto.Como ele escreveu no cartão, táxi padrão FIFA!!!
- Almoço no Flamboyant, um quilo que fica no meio da praça, perto de onde se tira a entrada para os lugares. Simples, mas gostoso e mais fácil de controlar os gastos.
-0 Bar do Cachorro, com a melhor vista de Noronha! A Brenda inventa uns drinques ótimos, com misturas e, no padrão de lá, não é um local caro. Queijo coalho com mel de engenho...ai, ai, ai...
-Forte de São João, com a melhor vista da ilha. Subestimado por todos, vale a pena mesmo!
Pode-se alugar um buggy, mas isto é fora de nossos padrões de preocupação. Todo (ou quase) mundo aluga, parece que se divertem...As ladeiras (ah!surpreso? Lá tem ladeiras!) de lá são terríveis!Imaginem uma Rua das Pedras com ladeira!Então? É isso mesmo!
Andar, andar, andar...e quando cansar, andar mais um pouco!! Mas lá você vai definir felicidade pela quilometragem que andou!
E, para encerrar, o que não podia faltar: PROTETOR SOLAR E CHAPÉUS, DE QUALQUER JEITO, TECIDO, O QUE FOR! O sol é mortal e não há proteção por perto! Se esquecê-los, você está condenado a esturricar ao sol e ficar vermelho dolorido! Protetor tem de ser 50 para cima e as roupas anti-UVB são um plus. Essencial!!
Será que estão encolhendo a pança? |
E, para que tudo corra bem e vc se sinta feliz por lá, a última recomendação: vá com alguém que seja um bom companheiro, divertido na medida certa, chato na medida idem. Eu fui, aproveitei muito, e agora, quero voltar!
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