quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Carlos de Oliveira





Poeta português, embarcado em 1981 na caravela que nos levará a todos em direção ao Mar das Tormentas.
Nesta época de acordos espúrios, de cabralices e luladas, relato uma

"Cantiga do Ódio":

"O amor de guardar ódios
agrada ao meu coração,
se o ódio guardar o amor
de servir à servidão.
Há-de sentir o meu ódio
quem o meu ódio mereça:
ó vida, cega-me os olhos
se não cumprir a promessa.
E venha a morte depois
fria como a luz dos astros:
que nos importa morrer
se não morrermos de rastros?"

(no livro Mãe Pobre)

e, como se não fosse suficiente, ainda escreve:

"Aço na forja dos dicionários
as palavras são feitas de aspereza:
o primeiro vestígio da beleza
é a cólera dos versos necessários."

(também no livro Mãe Pobre)

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