segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Permanência e distância


Nesta época, final de ano, Natal, sentimentos à flor da pele, exemplos comoventes, cartinhas emocionantes, as pessoas que gostam de pensar, geralmente, usam essa torrente de sentimentos como estímulo para pensar sobre a permanência e os valores que dão sentido à vida.



Viver é simples, né? Respirar, comer, dormir, acordar, um ciclo a que vamos acrescentando os marcos que distinguem seus períodos. Acho que a rapidez com que os anos passam para as pessoas que vão envelhecendo tem a ver com a ausência de marcos, novidades no ano de cada um. Cada vez mais, viu-se de tudo, ouviu-se mais ainda e os exemplos estão aí para (não) ajudar o tempo a passar.

Zygmunt Bauman fala da liquidez das coisas, da fluidez com que tudo escorre entre os dedos, da impermanência, pouca duração de tudo que acontece. E se nos concentramos nos que realmente conta para cada um e para si? E se transformamos o egoísmo em algo positivo, em um sentimento capaz de provocar simpatia com o outro pelas consequências de sua interação na vida de cada um?

Zaratustra estabelece que há felicidade para todos, mas não a mesma felicidade para cada um. E se a buscarmos na permanência do que nos gera o sentimento de estar feliz, se conseguirmos enxergar, em nós mesmos, aquilo que precisamos para que possamos reconhecer no outro um componente da felicidade pessoal? É mais fácil falar do que fazer, não é?


Então, (influência das minhas constantes idas a São Paulo, esse "Então...), luto pela permanência das coisas que me são caras, para que eu possa ajudar alguém a manter as coisas que lhe são tão caras quanto.

A amizade de minha irmã, querida Carolina, que parece vem se reforçando com o passar do tempo. Falta-nos a intimidade, mas não o amor que é preciso para que consigamos pensar em fazer um ao outro felizes!

O pessoal de São Paulo, não vou relacionar os nomes pois teria pavor de ter esquecido alguém e não conseguiria fechar esta página, mas que personalizo no Paulo Mesquita e na Déboha Cifu, um pessoal que reafirma, a cada ocasião, o valor da amizade e o significado de uma intimidade respeitosa.

A convivência, na maior parte do tempo, pacífica com os problemas do dia-a-dia de uma cidade tão cheia de problemas como o Rio! As amizades virtuais, tão valiosas como qualquer outra, que personifico no Carlucho, que ajudam a dar sentido a este excesso de informação e escassez de memória...

Também as amizades da vida real, palpável, aqui fora...essas são o sal da terra, ajudam todo dia que se veja que nada é tão complicado quanto parece, que fazer o bem pode ser tão prazeroso quanto conviver com os poderosos (em qualquer sentido), não é Ana? que ser enrolado pode ser uma virtude, não é Tereza? e são tantos e tão variados que é preciso a amizade que nos une para que consigamos nos ver como indivíduos.

E, sobretudo, o Alberto, que ajuda a dar sentido a todo este universo de estranhezas e disparidades, de emoções e alheamentos, mas que é o companheiro que se precisa para atravessar alguns períodos da vida em que tudo parece mais difícil do que deveria ser. Ser grato não é a questão aqui, já que tudo que temos em comum é isto mesmo: tudo o que temos em comum! Conseguimos, à custa de sangue, suor e lágrimas, transformar o sonho de muitos em nossa realidade. Zé Virola, um chatão, é essencial para que tudo faça sentido.

Vamos todos para 2014, em busca de novas permanências e procurando forças para resistir à ausência do que não pode ser permanente, mas que gostaríamos que o fosse. Antes de lamentar a efemeridade das coisas que importam, lutemos pela sua presença constante em nossas vidas.

E, claro, não poderia faltar o componente do charme e beleza que acrescenta, como uma rosa é um supérfluo que nos foi ofertado pela entidade superior,  não poderia faltar o Paquinho....


quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Bondade

Natal, né? Época em que a compaixão, a bondade deveriam estar mais à tona, mas em algum lugar da caminhada, perdeu-se o senso. Nada muito cristão, principalmente se não der IBOPE!

Sandor Marai, em "O Jantar" (acho que é este o título), fala da caridade gorda, da compaixão fácil, que não exige esforço algum para ser feita, como enfiar a mão no bolso e jogar uma moeda na caixinha de chicletes do garoto ou do aleijão mais próximo. Esta caridade tem valor zero...

Mas, definitiva mesmo, é a mestre de todos nós, Hannah Arendt, que define, definitivamente: (ah!Uma aliteração provocada e óbvia!!Vai ficar!)

"A bondade, para se afirmar como tal, deve ser genuína. Sermos bons, porque está na época em que é de bom tom mostrarmos que somos bons, é a mais absoluta hipocrisia. Sejamos bons sim, mas continuamente. Sejamos bons sim, mas não para mostrarmos aos outros que somos bons. A maior, e a verdadeira bondade, é aquela que se pratica sem alaridos, sinal de que a bondade é algo que deve ser normal e frequente, e não uma festa sempre que acontece - senão estamos exatamente a denunciar que só somos bons de vez em quando."

Bondade e Sabedoria devem ser inocentes, Hannah Arendt

Quem sou eu para discutir!!!

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

A solidão compartilhada

Que coisa! Sentir-se sozinho em meio a tanta gente, sentir-se só no meio da festa, procurar a razão justa para se estar ali e sentir que a resposta está em algum lugar, fora de si mesmo...
Não falo de mim, tive sorte suficiente na vida para ter um companheiro que está presente em todas as horas, que se esforça para acompanhar minhas "mood waves". Fazer o quê? desejo que cada um tenha a chance de reconhecer quem vai preencher o espaço que cada um coloca disponível em sua vida. Encontrar, talvez todos encontrem. A grande questão é saber reconhecer, é notar que "É esse!!!" ou "É essa!!"...
No mais, um poema sobre a solidão do português Antonio Feijó:



Hino à SolidãoDiz-se que a solidão torna a vida um deserto; 
Mas quem sabe viver com a sua alma nunca 
Se encontra só; a Alma é um mundo, um mundo 
                                                                [aberto 
Cujo átrio, a nossos pés, de pétalas se junca. 

Mundo vasto que mil existências povoam: 
Imagens, concepções, formas do sentimento, 
— Sonhos puros que nele em beleza revoam 
E ficam a brilhar, sóis do seu firmamento. 

Dia a dia, hora a hora, o Pensamento lavra 
Esse fecundo chão onde se esconde e medra 
A semente que vai germinar na Palavra, 
Cantar no Som, flores na Cor, sorrir na Pedra! 

Basta que certa luz de seus raios aqueça 
A semente que jaz na sua leiva escondida, 
Para que ela, a sorrir, desabroche e floresça, 
De perfumes enchendo as estradas da Vida. 

Sei que embora essa luz nem para todos tenha 
O mesmo brilho, o mesmo impulso criador, 
Da Glória, sempre vã, todo o asceta desdenha, 
Vivendo como um deus no seu mundo interior. 

E que mundo sublime, esse em que ele se agita! 
Mundo que de si mesmo e em si mesmo criou, 
E em cuja criação o seu sangue palpita, 
Que não há deus estranho aos orbes que formou. 

Nem lutas, nem paixões: ideais serenidades 
Em que o Tempo se esvai sob o encanto da Hora... 
O passado e o porvir são ânsias e saudades: 
Só no instante que passa a plenitude mora. 

Sombra crepuscular, que a Noite não atinge, 
Nem a Aurora desfaz: rosicler e luar, 
Meia tinta em que a Alma abre os lábios de Esfinge, 
E o seu mistério ensina a quem sabe escutar. 

Mas então, inundando essa penumbra doce, 
De não sei que sublime esplendor sideral, 
Como se a emanação dum ser divino fosse, 
Deixa no nosso olhar um reflexo imortal. 

Na vertigem que a vida exalta e desvaria, 
Pára alguém para ouvir um coração que bate 
No seio mais formoso, o olhar que se extasia 
Vê o mundo que nele em ânsias se debate? 

É só na solidão que a alma se revela, 
Como uma flor nocturna as pétalas abrindo, 
A uma luz, que é talvez o clarão duma estrela, 
Talvez o olhar de Deus, de astro em astro caindo... 

E dessa luz, a flor sem forma, há pouco obscura, 
Recebe o seu quinhão de graça e de pureza, 
Como das mãos do artista, animando a escultura, 
O mármore recebe a sua alma — a Beleza. 

Se sofrer é pensar, na paz do isolamento, 
Como dum cálix cheio o líquido extravasa, 
A Dor, que a Alma empolgou, transborda em 
                                                          [pensamento, 
E a pouco e pouco extingue o fogo em que se 
                                                                   [abrasa. 

Como a montanha de oiro, a Alma, em seu 
                                                             [mistério, 
À superfície nunca o seu teor revela; 
Só depois de sondado e fundido o minério 
Se conhece a riqueza acumulada nela. 

Corações que a Existência em tumulto arrebata! 
Esse oiro só se extrai do minério candente, 
No silêncio, na paz, na quietação abstracta, 
Das estrelas do céu sob o olhar indulgente... 

António Feijó, in 'Sol de Inverno'

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Mais um, ou uma...

Sempre a encontrávamos de supetão. Os encontros marcados não se realizavam, por motivos que podem parecer até esotéricos. Mas, de repente, avolumando o horizonte, lá vinha Dinorah e seu Uísque ( um cachorro, mas que provocava nela o mesmo efeito que o licor escocês nos provoca).
Sempre uma palavra amiga, sempre uma lembrança gentil, uma lembrancinha, uma história amiga ou amável para contar. Um neném que ia chegar, o estudioso neto, as filhas  de quem se orgulhava tanto que os olhos chegavam a marejar...
E nós, sacanas com ela, arrumávamos os pretendentes mais improváveis, promovíamos romances irrealizáveis, inventávamos histórias que nunca aconteceriam, mas que nos divertiam por horas. Nosso chá não se realizou, não houve tempo para a apresentação "daquele" pretendente que faria com que um sorriso maroto percorresse seu rosto.
A preocupação com os que estavam à sua volta deveria tornar-se matéria obrigatória no ensino fundamental, não a caridade gorda e indolente, por que fácil,  de que falou Sandor Márai, mas a verdadeira, em que o amor genuíno pelo semelhante, a compaixão pelo estado dos menos afortunados era real e exigia uma urgente solução, de alguma forma...
Conheci duas das filhas, Viviane e Isabel, dois retratos pintados pela artista capaz de transmitir bons sentimentos, boas vibrações, atenção pelos amigos..dois amores, que, certamente, continuarão a espelhar a mãe neste mundo tão cheio de exemplos que deveriam ser esquecidos.
Não estou gostando, a velhice tem me trazido a perda de queridos à alarmante média de um por ano!! E eu gosto de tantos que são tão poucos!!! E gosto tanto de tão poucos, que são tantos"!!! E agora menos uma, que era tantas...que valia por muitas.
Tchau, Dinorah, certamente o bem que você espalhava continua por aí, viajando por este mundo em busca de outro receptáculo digno de um sentimento tão verdadeiro.

Não tenho uma foto sequer da Dinorah,  é certo isso? Então, falo de amor....é a mesma coisa!

domingo, 17 de novembro de 2013

Visões do mundo


Olhando a foto acima, a indiferença estúpida das garotas ao lado do senhor sem teto, minha intenção de postar algo de Saigyö, o grande mestre japonês do tanka foi-se...

Há tantos exemplos semelhantes que usar essas moças, inocentes de sua ignorância e soberba, como mostra de uma situação do mundo atual não chegar a parecer justo. Mas o mundo não é justo, não é mesmo?

Mudo de Saigyö, mudo o sentimento que me move neste momento:

"Isto será bom:
Meu corpo pode debulhar-se
em lago de lágrimas,
mas nele meu inalterado coração
à lua dará adequado alojamento"

Na profunda em sua plácida sapiência tradução de Nissim Cohen.

"De todos os tipos do orgulho humano, o que recusa admitir a existência daquilo que não compreende é, talvez, o mais elaborado e ,provavelmente, o mais obtuso". Pode parecer que estou falando da bancada evangélica, mas queria me referir a todo uma classe social que simplesmente, escolheu ignorar o seu entorno.

Parabéns, gente boa!!

domingo, 3 de novembro de 2013

Poesia russa

Marina Tzvietáieva

A Carta

Assim não se esperam cartas.
Assim se espera - a carta
Pedaço de papel
com uma borda
de cola. Dentro - uma palavra
Apenas. Isso é tudo.

Assim não se espera o bem.
Assim se espera - o fim:
Salva de soldados,
No peito - três quartos
De chumbo. Céu Vermelho.
É só. Isso é tudo.

Felicidade? E a idade?
A flor - floriu.
Quadrado do pátio:
bocas de fuzil.

(Quadrado da carta:
Tinta, tanto!)
Para o sono da morte
viver é o bastante!!

Quadrado da carta.

Como vcs já notaram, sou fã da poesia russa!Uma coisa, um poder de concisão, um derramamento de paixões que fazem a cabeça dar voltas. Tzvietáieva teve uma vida que nem Shakeaspere ousaria imaginar: paixões, sumiços, morte de filhos por inanição (fome, gente!), campos de recuperação do stanilismo, uma vida amorosa movimentada, Pasternak (de Dr Zhivago) pensou em se separar para ir viver com ela. Mas uma vida atribulada não faz uma poesia de talento, não é verdade? Senão teríamos muito mais gente capaz de escrever: "Porém, enquanto houver saliva/Todo o país está em armas!" (a respeito da invasão da Tchecoslováquia).
Não ouvimos falar muito dela, pela razão mais óbvia: ela não se perfilou com o movimento de esquerda que deu sustentação a Stalin. Era a morte. Foi a morte: matou-se! Russa não fosse....

O poema acima foi traduzido por Augusto de Campos, um dos Campos Brothers, que eram gênios, compostos unicamente de cérebro! O livro é o Poesia da recusa, uma lindeza, que recomendo, e olhem que eu não costumo recomendar livros aqui.


Na página do FB (UM poema por dia) postei o poema acima e queria postar este outro. As regras da página não permitem, então apelo para o blog...rs.

Tentativa de ciúme

Como vai você com a outra?
Fácil, não é - Um golpe de remo!!-
E de pronto a linha da costa
Se foi e você já em se lembra

De mim, ilha flutuante.
(No céu, por certo, não no mar)!
Almas!Almas! - antes amar
como irmãs, não como amantes!!

Como vai você com a mulher
Comum? Sem nada de divino?
Sem soberana, sem sequer 
Um trono (você foi o assassino).

Como vai, meu bem?Tudo a gosto?
E o dia a dia - sempre igual?
Como você se arranja com o imposto
Da banalidade imortal?

"Mil sobressaltos, incertezas-
Basta!!Vou arrumar um teto!"
Como vai, com quem quer que seja -
O eleito pelo meu afeto?

A comida é melhor, mais familiar?
Diga a verdade. Como vai 
Você com a imitação vulgar - 
Você, que subiu o Sinai?

Como é viver com uma estranha?
Você a ama? Nâo disfarce!
O chicote de Zeus da vergonha
Nenhuma vez lhe zurze a face?

E a saúde, vai bem? Que tal
A vida - uma canção? A ferida
da Consciência imortal
como a suporta, meu querido?

Como vai você com o adereço
de feira? A taxa é muito cara?
Como é aspirar o pó de gesso
Depois do mármor de Carrara?

(Deus talhado em barro, termina
em pedaços) Como é o convíveo
com a milionésima da fila
Para quem já conheceu Lilith?

As novidades da feira
Se acabaram? Farto de portentos,
Como é a vida corriqueira
Com a mulher terrena, sem sexto

Sentido?
Vamos, tudo cor de rosa? Ou não?Aí, nesse oco
sem fundo, amor, como vai? Pior ou
igual a mim com o outro?

em Poesia da Recusa, p; 156 trad. de Augusto de Campos

Perdoem-me as senhoras presentes, mas PQP!!!! Chamar a "outra" de adereço de feira, compará-la com gesso, sendo mármore de Carrara, não dá!!


sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Biografias, autobiografias e censura...

Se você tiver uma vida escandalosa e resolver escrever sua autobiografia, alguém pode se sentir ofendido e pedir para não publicar? Uma vida de sacanagem pode ser sacralizada, mitificada para o registro histórico, se o biografado se arrepende do que fez?

Considerando as pessoas que tem lutado contra as biografias não autorizadas, os favoráveis à chapa branca, há algo estranho no ar...Roberto Carlos, não! Além de rei, ele deixou de ser normal há tempos, aquela história de marrom, azul, TOC,... na Luciana Vendramini ainda fica bonitinho.

Aproveitando a onda, minha listinha das 10 biografias que li e marcaram, de certa forma, a pessoa que hoje é favorável que se divulgue tudo, voluntariamente ou não, sobre todo mundo. A transparência é ótima!! Alfred Bester tem um livro ótimo, O Homem Demolido (ficção, fixados em sociologia, nada a ver!!ficção científica classe AAA!) onde todos são transparentes, comunicam-se telepaticamente e não há espaço para falsidades e mentiras. Há os que só transmitem e os que apenas recebem, esses se transformam em uma classe à parte, já que "incompletos". E não há espaço para o crime, é claro...até que...Procure!

1 - Life of the Painters, Sculptors and Architects,  Giorgio Vasari;
2- Proust, do G. Painter
3- Cocteau, do Steg Muller
4- Richard Burton
5- Genet, do Edmund White
6- James Joyce, do Ellmann
7- Oscar Wilde, do Elmann também
8- Chateaubriant, do Fernando Morais
9- Paul Gauguin, do Sweetman
10- Todo o Pedro Nava...

falta alguém? Ah!é claro que falta, muita gente mesmo. Mas acho que sem esses dez acima, minha vida seria diferente. E a de vcs?

E no episódio brasileiro, ninguém consegue argumentar de forma clara a favor da censura. Por que será?

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Notícias da Semana

Agora são chamadas de "pessoas em situação de rua" por uma gente "em situação de idiotice"..
Diz a Val Galvão, cujo blog Macaquices e outras coisas é uma delícia, e agora está se especializando em fotografia, uma mais linda do que a outra, diz ela que eu atraio, mas acho que as coisas acontecem comigo por que eu presto atenção nas pessoas. Vejamos:

1) Descendo a rua da Assembleia, a senhora moradora da rua se aproxima, depois de mais uma tentativa frustrada, e pede:
"-Moço, paga um pedaço de bolo prá mim!
 e eu:
 - "Bolo? Não serve pão de queijo?"
Aqui, já se nota que algo estranha acontece. A pergunta doida, e a resposta, com duas perguntas mais doidas ainda!Eu nem tinha pão de queijo!E quando me pegam distraído, é sempre um perigo!!!
- "É meu aniversário, eu quero um bolo!"
Pronto, gente velha, pedindo o mais do que razoável, o menos que mínimo, sempre me atingem nos bagos!!
E lá fomos nós até a Lanchonete Nacional, onde ela comeu seu bolo de limão com casquinha de açúcar, tomou café pingado com leite ("Preto não, senão eu não durmo!"), um longo papo, um tchau. Não rolou beijinho nem sei o porquê, acho que o cheiro do cobertor cortou uma despedida mais efusiva!!


2) No caixa do supermercado Apolo, passo meus dois itens (Sucrilhos e peito de frango, com osso!), que, como poderão ler, são peça importante no desenvolvimento da minha análise sociológica. "Senha", assim mesmo, uma palavra só, e seca. Estamos todos acostumados, né não? Gentileza, hoje em dia, é apenas uma palavra na camiseta, já que nem o próprio praticava o que escrevia. OK, o costume me levou a digitar os números mágicos. Enquanto aguardava a resposta do banco, a caixa levanta os olhos e diz:
"- Me dá aquela flanela ali!", e, realmente, ali havia uma flanela.
Eu baixei meus olhos, olhei nos olhos profundos como um valão na Zona Norte do Rio, e não me mexi. Ela levantou seus olhos em direção aos meus, eu baixei os meus em direção aos dela, isto por três vezes... e aí:
"- Não ouviu?", assim mesmo, uma professora primária, sem disposição para repetir a pergunta para o aluno que não prestava atenção.
Mas eu estou acostumado, né? e mandei:
"-Ouvi. O que eu não ouvi foi o pedido de por favor!!".
Ah! uma frase vencedora, vocês não acham? Pois erraram, feio mesmo, erraram longe. Pois tive de ouvir:
"-Essas pessoas que compram essas coisas acham que todo mundo é escravo!", dirigindo-se a ninguém, especificamente, mas referindo-se a mim. Peguei minha sacolinha reciclável e me mandei.A Kellog's nunca deve ter imaginado a posição ingrata que ocupa no imaginário dos menos favorecidos cariocas.

Selvagem é bonzinho até o forno atingir a temperatura correta...
Minha vocação para Leôncio, francamente, é muito fraquinha. Estou mais para Lévi-Strauss, que aproveita estas oportunidades para apreciar o desenvolvimento (ou a involução) do ser humano.
É triste ver no que o carioca está se transformando, no que está transformando a sua cidade, e no que a cidade está transformando a ideia antiga de que carioca era um estado de espírito. Não mais, até mesmo porque carioca hoje é uma espécie em extinção.
Não tenho a menor nostalgia do que não vivi, muito embora ache que a cidade do Rio de Janeiro era a cidade mais linda que o mundo já viu. Era, gente, era um lugar lindo, como disse a Elizabeth Bishop, com uma cidade horrorosa nele. Ah! Os poetas! Tão perspicazes!!! Se vissem em que a cidade se transformou, derramariam lágrimas de sangue e suas palavras mágicas os abandonariam...


sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Brincadeirinha

O notícia da moço (assim mesmo!) que resolveu se matar aos quarenta e quatro anos por acreditar ter vivido o suficiente só veio reforçar a depressão na qual ando mergulhado.

Nós, pessoas nº 6, somos assim: transformamos nossas tristezas e depressões em jogos. Alguns terminam bem, outros nem tanto.

Então, resolvi fazer a lista dos dez filmes mais depressivos que vi em minha vida de cinéfilo, e convido aos poucos que leem o que escrevo aqui a fazerem a sua lista e postarem como comentário. Nada é definitivo, a não ser o fato de que nada é definitivo. Então, posso mudar minha lista amanhã, se estiver melhorzim...

1 - The Pledge (acho que se chamou A promessa), com o Jack Nicholson;
2 - Boa Noite, Mãe! - ver o post de 3/10/13
3- Mas eles matam cavalos, não matam? (They shot horses, don't they?)
4- O Homem de Kiev (The Fixer), com Alan Bates
5- Imitação da Vida - precisa dizer alguma coisa?
6 - Frances - Chorei dias seguidos, ninguém deveria sofrer o que essa mulher sofreu!
7- Ironweed (Merry Streep e Jack Nicholson, acho que é do Hector Babenco), baseado no livro do W. Kennedy;
8 - Requiem para um sonho, por tudo, todas as cenas.
9 - Johnny vai à Guerra;
10- It's my Party (a pessoa dá uma festa para avisar que vai morrer!!)
e tive que achar um espaço para
11. Leolo

Não são filmes tristes, são filmes depressivos, ok?

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Super-8

Para quem se lembra do filme 'Night Mother, com a Anne Bancroft e a Sissy Spacek (originalmente, uma peça de teatro, que nossos tradutores acharam por bem chamar de "Noite de Desamor", tirando toda a carga dramática do título original), não chega a ser uma notícia  surpresa. A surpresa mesmo é serem tão poucos a tomarem a mesma atitude.



Não sei o que acontece, mas os vídeos não se incorporam mais às postagens.
veja aqui:

http://noticias.r7.com/videos/belga-decide-tirar-a-propria-vida-em-procedimento-conhecido-como-eutanasia/idmedia/524c13770cf299286d27a819.html


A Caminho do fim...



O último terço do ano..muita coisa passou, muita coisa que não deveria ter acontecido, aconteceu, e ficamos, como sempre, à espera de melhores tempos.
Em um ano pré-eleitoral - é sempre bom lembrar que 2014 não existirá: Carnaval, Copa, eleições, preparativos para posse em 2015 - mais uma vez temos contato com a selvageria e apetência do pessoal do SEPE, onde alguns poucos manipulam a vontade de muitos.



É uma discussão ultrapassada, no sentido de não fazer mais sentido, o grande problema da educação no Brasil: o salário do professor deixou de ser o problema há tempos, já postei aqui, os jornais também já mostraram, quem continua mostrando contracheques de professor com turno de 20 horas semanais aos crédulos é o SEPE. Mas este não é o assunto agora.


O passar do tempo, esse é o problema...além dos óbvios problemas físicos e consequentes problemas psíquicos, o passar do tempo nos coloca cada vez mais distante do nosso Shangrilá, que, espantosamente, localiza-se no passado, no "como tudo era bom", "como as coisas mudaram para pior", e por aí vai.


As mudanças, principalmente neste gigante deitado eternamente neste berço que dá sinais de esgotamento, são para pior, infelizmente. O ser humano não está acompanhando a evolução tecnológica, tornamo-nos diferentes em muitos sentidos, acentuamos as diferenças em vez de nos aproximarmos pelas semelhanças.



Daqui a pouco, imploraremos por um Messias, por um Moisés que nos conduza para fora deste deserto. E ele surgirá, podem ter a certeza. E cinco mil anos de evolução desabarão como muralhas, só que ao som do Rock in Rio...ou um sertanejo, vai saber.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Poupar de amor, poupar de amar, perdoa-me por te ferir...


Para Vos Poupar ao Meu Amor

Sentada à mesa do jantar, troco com a família considerações de recém-licenciada. Constato, pela primeira vez e com alguma violência, que o mundo contemporâneo não foi feito para mim. Ou que eu não fui feita para o mundo contemporâneo. Sinto - fulminantemente e obscuramente e dolorosamente - que a matéria de que sou feita não poderá resistir a um só dos maravilhosos planos que a civilização humana tem preparados para mim desde há séculos: ser mulher, mãe, trabalhadora, cidadã. Crente, protestante. Ser amiga, ser amante. Sou uma peça do puzzle que não encaixa, um produto industrial com defeito de fabrico. Tenho por dentro um intruso, um inimigo invencível. Estou à mercê de um predador implacável. Compreendam: eu não posso esperar pelo Natal para que possa dizer que vos estimo. Eu não posso esperar pelo fim das coisas para que possa dizer que vos desejo bem. Do que eu preciso é de um mundo onde possa citar Rilke sem correr o risco de ser internada. Onde possa viver livremente o meu romantismo sôfrego e vagamente idiota. Um mundo onde possa aparecer - sem livro para devolver, sem DVD para pedir emprestado - e dizer «Tudo, excepto tu, é rotina peganhenta»! 
Ouvir dizer «amo-te» era fácil, hoje já é mais complicado. Requer muito treino, não estamos preparados. Fomos educados para sermos acima de tudo eficazes. Nada nos foi dito na aula de descer abismos. Nada vem escrito nos livros que lemos. Tudo nos abala, nos confunde. Nos funde por vezes com o que, depois vemos, não é digno do nosso amor. 



Ah, o amor. O amor faz-se se houver tempo. O amor faz-se aos bocadinhos e só se convier. O amor faz-se na pausa para o café. O amor é uma aberração. O amor mete medo. Chega-te para lá com esse «adoro-te»! Não me venhas com esse «gosto de ti»! Cai-nos a PIDE do amor em cima, és apanhado e vais dentro. O amor quer-se preso pela trela. O amor quer-se de castigo no canto da sala. Pouca conversa, pouco barulho. O amor custa. Perde-se tempo e dinheiro. O amor está fora de moda. Não condiz com as batas brancas da biologia nem com os botões coloridos da tecnologia nem com a cor do papel dos contratos pré-nupciais. O amor é para meninos, ser-se crescido é outra coisa. O amor foi-nos confiscado. 
Não contem comigo. Eu não tenho jeito nenhum para ser a pessoa que todos esperam. Não tenho competência para ficar a ver o amor passar sem correr atrás. Compreendam: o amor é a minha campainha de Pavlov. 
Estímulo-resposta, como me foi explicado na escola de fazer profissionais. 
Eu não tenho jeito para telefonemas nem para passeios em centros comerciais. 
Não contem comigo para ser cão que ladra mas não morde. Não contem comigo para não dizer o que não é suposto. Para cancelar beijos, inventar pretextos, sufocar euforias, adiar alegrias. Para vos escutar em silêncio. 
Para vos poupar ao meu amor, não contem comigo. Compreendam: eu não me posso comprometer. 

Susana Cristina Marques Santos, in 'Textos de Amor – Museu Nacional da Imprensa'

Evidentemente, há razões para isto, eu não me comprometo, eu não peço moderação, hoje só peço desculpas...mas não posso me comprometer em poupar o meu amor.


domingo, 22 de setembro de 2013

O grande erro é estar certo...

Foto minha, na ArtRio 2013. Esqueci o autor...

Há tempos sem postar, né? Queria evitar o inevitável lugar comum, passar ao largo da decepção fundamentada em preceitos legais, da escarificação da justiça brasileira (sempre com minúsculas, a partir de hoje).

 A discussão de que a vida (pública) é um teatro, ou poderia ser tomada como uma peça teatral é antiga e tem argumentos fortes para sua afirmação e para a negação também. Richard Sennett, no seminal livro The Fall of Public Man", discute um ensaio de Fielding, chamado "A Comparison Between the World and the Stage", que começa:



"O mundo tem sido frequentemente comparado a um teatro...este pensamento tem sido usado por tanto tempo, e se tornado tão geral, que algumas palavras próprias do teatro, e que são, a princípio, metaforicamente aplicadas ao mundo, agora são usadas indiscriminadamente e literalmente pelos dois (mundos): assim, palco e cena, devido ao uso, tornaram-se familiares para nós, tanto quando nós falamos da vida em geral, quanto nos confinamos à performance dramática."


e por aí vai, até a afirmação de que "a single bad act no more constitutes a villain in life than a  single bad part on the stage...the analogy becomes a literal truth. The character of acts and the character of actors are separate, so that a man of the world "can censure an imperfection, or even a vice, without rage against the guilty party".



Estão percebendo onde quero chegar?  Não há como definir as pessoas vivendo numa sociedade como a nossa, e a ênfase, então, deve ser na análise do que as pessoas praticam e fazem em relação às outras. Pratica-se o mal e fere-se alguém? A grande questão passa a ser, para esta pessoa, a mudança de seu papel social. E qual seria a razão para não fazê-lo, já que não há papel fixo na sociedade determinado pela necessidade ou pelo conhecimento que os outros têm de seu passado. (aqui, traduzi, misturei, inclui, um turbilhão....)

Onde chegarão nossos homens públicos, com a prática dos atos lesa-sociedade que têm nos atirado, como uma carga nos ombros de escravos condenados a uma eterna caravana através de um deserto de boa vontade, sem um oásis à vista? A certeza de que a analise de seus contemporâneos poupará o caráter particular os deixa à vontade para a prática de todo o mal.



A transferência de poder, tão discutida por Hannah Arendt, tem se mostrado equivocada e mal dirigida. É preciso que tenhamos consciência disto já para que nosso futuro vá além de um abismo que nos aguarda logo ali. Não houve civilização que resistisse a isto, a esta falta de perspectiva e futuro.

supremo tribunal federal, tão "legal" e "cônscio dos diplomas legais, igualitários e soberanos", você tem ideia do mal que fez a esse país? O grande erro, eventualmente, é estar certo.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

New Hope


Nossos amigos nos levaram para passear em New Hope, uma pequenina cidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos.


Nós, no famigerado restaurante...

Muito interessante, parece uma Umbu das Artes com arte e educação... e o lugar é absolutamente lindo.


Tem um teatro imenso, restaurantes a perder a conta, muitas sorveterias e, em um dia de verão, fica lotadíssima. Como fica a apenas uma hora, uma hora e meia de NYC, recomendo o passeio.

Por sinal, em New Hope aconteceu um fato inédito, pelo menos para mim, que viajo há tantos anos e nunca tinha presenciado um garçom, isso mesmo, um garçom de restaurante ser absolutamente agressivo, mal educado, desatento e respondão. A história é um pouco longa, mas ele foi punido na forma america: US$ 0,47 (quarenta e sete centavos de dólar americano), de gorjeta. É o que americano entende: punição no bolso, ficar discutindo não iria acrescentar nada para ele nem para nós. O pior é que não anotei o nome do restaurante, para NÃO recomendá-lo aqui.


Em compensação, a French Bakery é muito boa, com doces e pães feitos por uma família francesa. É um pouco difícil de achar, mas andando pela rua principal, dá-se de cara com esta placa. Não tem erro, pode escolher qualquer um dos pães ou dos doces.

Muitas fotos desapareceram, a do cartaz da psychic, ou fortune teller, que cobrava por parte do corpo que ela lia: uma palma, duas palmas, futuro para um mês, dois ou seis meses...e escalava em valores e estava lendo a mão (ou as mãos, ou o cotovelo) de alguém quando tirei a foto...que coisa.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Conquista da América - parte III - The End


Ao contrário de várias pessoas, não tenho nenhum tipo de prevenção contra os americanos. Na verdade, não tenho prevenção contra nacionalidade alguma, com exceção dos marcianos, mas aí já entramos em outro campo.

Dean & DeLucca de Washington, em Georgetown, o lugar para se passear por lá. Restaurantes, lojas, gente bonita.

Como se vê, Washington é (quase) toda assim: prédios baixos, arborizada, muitos parques e monumentos. 


Por falar nisto, vcs já pensaram que qualquer que seja o extraterrestre que nos contate, nós seremos os botocudos supersurpresos e admirados, e prontos para sermos derrotados/devorados/usados com cobaias da civilização que nos encontrar? A menos que sejam drones que se aproximem, então tudo fica mais fácil.

Lembram de Forrest Gump? Então...O Obelisco está sendo reformado, mas é muito lindo, e haja parques...
Preciso ainda escrever o post do blog Cavezan, que trata quase que exclusivamente de encadernação. Há um post sobre Buenos Aires lá que surpreendeu até a mim...era para estar aqui...rs
Momento totalmente Nani Gouveia, junto ao monumento mais emocionante que já vi. São apenas nomes, 58 mil e tantos, sem estar em ordem alfabética. Como é americano (o monumento), existe um app para você localizar o nome que se quer.

Vida cultural em NYC: só não se faz o que não se quer. Alguns programas exigem meses de planejamento, com antecedência, principalmente se for mainstream. No mais, um, dois meses bastam, inclusive há lugares que somente aceitam reservas trinta dias antes do evento.

Interior da Biblioteca do Congresso, impressionante...

Museus, galerias e outros: só adquirem vida após o Labor Day, este ano cai em 2 de setembro, não sei se é móvel. O Google sabe!! A grande maioria das galerias que agitam as ruas 19 a 25 estava fechada, uma ou outra exposição, um ou outro summer show.É padrão, isto é, repete-se todo ano: nada acontece antes da retomada das aulas, que é depois do feriado. Cuidado ao se programar, mas adianto que os restaurantes e alguns outros lugares ficam mais acessíveis e reservas são conseguidas com mais facilidade no último mês do verão (agosto).

Ruas de Nova Iorque. No caso, a Broadway e ao fundo, vermelha, a Strand, livraria de usados, 8 miles of books....Fecharam a loja de Seaport, uma pena.




Museus: mesma coisa, se não considerarmos os acervos. Se bem que o Metropolitan, o Moma, o Whitney preenchem semanas de visitas somente com o acervo. As exposição especiais, geralmente, também são depois do verão, começando em outubro, meio de setembro. Tivemos muita sorte em ter visto a exposição do Edward Hopper (Whitney) e também a do Modernismo Americano (Moma), com mais quadros de Hopper, Georgia O'Keefe, uma série inteira do Jacob Lawrence (meu queridinho do momento!!) e outros menos votados, o que não é o caso do Stuart Davis!! No Moma, Le Corbusier também comparecia com uma exposição imensa, da qual não gostamos muito, se limitava a expor o acervo da Fundação Corbusier, de Paris.
O quadro dos pratos do Momofuku...não perca e não tenha medo de experimentar. A comida é maravilhosa. Não, Valéria, você não vai gostar..rs. Mas a cerveja é ótima, David.

As perspectivas para setembro e outubro eram ótimos, estava programada uma hiper-exposição sobre Matisse e também uma sofisticadíssima exibição sobre a arte flamenca. Quem sabe eu volto? Para saber das coisas com antecedência, os sítios dos museus são ótimos.
O Capitólio, símbolo de poder!Todo mundo gentil e educado, afinal, com quem estou falando? Os gramados impecáveis e tudo organizadíssimo ao redor. A foto foi tirada por uma brasileira, é claro.

E não deixe de ir aos museus pequenos, que são surpreendentes quase sempre: a Frick Collection, o Rubin Museum, somente de arte asiática, mas sempre tem as melhores exposições, o Museu de Arte e Design (MAD), a Neue Gallery (arte européia), o New Museum (arte moderna, às vezes demais), o Museu da China na América, o Museu do Sexo, enfim, há muitas opções para você gastar seu tempo e enriquecer seu vocabulário. E ainda tem o The Cloisters, um braço medieval do Metropolitan, longe à beça, mas é um ônibus só, ou um metrô. Anime-se!!

Columbus Circle, muita coisa para se ver: Museu de Arte e Design, shopping center, com o Per Se (melhor restaurante dos EUA) dentro, a estátua do idem, início do Central Park, passeio de carruagem...
Bares e clubes de música têm mais de uma revista, revista mesmo, que pode ser consultada pela internet. A programação já atinge até o final do ano, mas nem todos aceitam reservas com tanta antecedência. Os teatros dos musicais vendem antecipadamente, mas, a menos que seu inglês seja perfeito - afinal, são quase três horas de espetáculo contado através de canções - não vale muito a pena pagar tão caro (US$ 150, por um lugar nem tão bom assim) para boiar no plot. As filas para os ingressos mais baratos, tanto no TKTS como na porta dos teatros são enormes e começam cedo, na hora do almoço. "O Livro dos Mórmons", por exemplo, tinha fila às onze da manhã!!!
Manhattan vista de Nova Jersey, deslumbrantemente linda...a foto foi tirada do Parque Hamilton, que tem o monumento aos mortos da Guerra da Coréia (se estou enganado, corrijam-me). Ao final da tarde, com o sol apenas nos prédios, é de tirar o fôlego.
Vimos "Kinky Boots", uma adaptação quase literal (algumas cenas são idênticas às do filme!) do filme, divertida, muita música (duh!!), dois shows no Kitano, um no Blue Note, e havia muita gente que não conhecíamos. Com o dólar a R$ 2,50 não dá para arriscar muito, é preciso alguma informação prévia. Mas há os concertos gratuitos do Central park, mas nestes o tambor toca muito alto.
O final de Kinky Boots. 

Esqueci alguma coisa? Caso a resposta seja sim, poste aí um comentário que eu terei prazer em responder. Mas repito aqui uma advertência que já fiz em outro post: descubra sua cidade, descubra o que você gosta em Nova Iorque. Você vai se surpreender com a qualidade e a quantidade das opções que existem à mão, desde que você se disponha a gastar algum tempo circulando pela rede. As informações estão aí mesmo, qualquer que seja ela!

A cidade vista do rooftop do Metropolitan, que só fica aberto durante o verão.

Americano é muito besta, é a essência deles! Mas são simpáticos, solícitos e, no mais das vezes, corretos. Aparentam serem comportadíssimos, mas não são!!Aparentam ser organizadíssimos, mas não são!! As revistas são feitas pela metade, se fosse o caso, teríamos entrada com um elefante todo ornamentado no avião e nos museus. Mas fomos revistados do mesmo jeito, entendem? O Metropolitan "sugere" que você pague US$ 25,00 para entrar lá. Leia as letras pequenas: você paga quanto quiser e nós sempre quisemos pagar US$ 1,00 (um dólar). E aí vem a americanice: eles tratam você e seu dolarzinho como se você fosse o melhor cliente que eles pudessem ter!!Não é ótimo? Na visita guiada da Biblioteca Pública de Nova Iorque, a senhora, são todas senhoras, as guias, a senhora avisa que "ao final da visita" teremos um bilhete que nos dará desconto de até 20% na loja!! "Afinal, somos americanos!" diz ela.

E americanos eles são.