quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Gastão de volta!!!




Dos personagens que convivi, este é quem precisa voltar logo, já, ontem... Talvez se desidrate ou tenha um choque qualquer, devido ao volume de vômito necessário para suportar este país nas atuais circunstâncias. Pelo menos os jornais diários estão servindo para alguma coisa, recolher o vômito indignado e cotidiano de todos nós que nos importamos com os rumos desta Nação...

Jazzz 1 ..... One for us

Elizabeth Bishop

Este é um poema de Elizabeth Bishop(http://www.poetryconnection.net/poets/Elizabeth_Bishop), na tradução de Horácio Costa.. Nem sei se gosto muito desta tradução, mas o poema, nestes tempos, pode estar dizendo o que deveria ser gritado: talvez o processo da perda, conviver com a ausência, seja a grande lição a ser aprendida.

ONE ART

The art of losing isn’t hard to master;
So many things seem filled with the intent
To be lost that their loss is no disaster.

Lose something every day. Accept the fluster
Of lost door keys, the hour badly spent.
The art of losing isn’t hard to master.

Then practice losing farther, losing faster:
Places, and names, and where it was you meant
to travel. None of this will bring disaster.

I lost my mother’s watch. And look! My last, or
Next-to-last, of three loved houses went.
The art of losing isn’t hard to master.

I lost two cities, lovely ones. And, vaster,
Some realms I owned, two rivers, a continent.
I miss them, but it wasn’t a disaster.

-Even losing you (the joking voice, a gesture
I love) I shan´t have lied. It´s evident
The art of losing’s not too hard to master
Though it may look (Write it!)like disaster.

UMA ARTE

A arte de perder não tarda aprender;
tantas coisas parecem feitas com o molde
da perda que o perdê-las não traz desastre.

Perca algo a cada dia. Aceita o susto
De perder chaves, e a hora passada embalde.
A arte de perder não tarda aprender.

Pratica perder mais rápido mil coisas mais:
Lugares, nomes, onde pensaste de férias
Ir. Nenhuma perda trará desastre.

Perdi o relógio de minha mãe. A última,
Ou a penúltima, de minhas casas queridas
Foi-se. Não tarda aprender, a arte de perder.

Perdi duas cidades, eram deliciosas. E,
Pior, alguns reinos que tive, dois rios, um
Continente. Sinto sua falta, nenhum desastre.

-Mesmo perder-te a ti (a voz que ria, um ente
amado), mentir não posso. É evidente:
a arte de perder muito não tarda aprender,
embora a perda – escreva tudo! – lembre desastre.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Lorenzo Brstrô

Uma noite tenebrosa: UMa visita há muito aguardada, uma companhia que precisava ser conferida, dois grandes amigos de São Paulo e nós. Todos acostumados a restaurantes, serviços de qualidade variável ao infinito para cima e para baixo, prazos um tantinho mais dilatados para atendimento, etc. Mas o que o Lorenzo Bistrô fez conosco hoje à noite deveria dar cadeia...Deveríamos ter desconfiado quando fizemos a reserva. É, somos do tipo que faz reserva aqui no Rio, mesmo sabendo que raramente os horários são cumpridos. Levaríamos Paulo Sérgio e Dodô, os dois habituados aos melhores restaurantes do mundo, habitués de roteiros gastronômicos pelo mundo afora, os dois credores de uma atenção mais do que especial de nossa parte. Depois da reserva inicial, contato de dois amigos de São Paulo, também habituados aos melhores restaurantes de São Paulo e do mundo....Ah! reserva para seis pessoas, apenas no terraço, sem ar condicionado, sem elevador....será que nunca aprenderemos a perceber os sinais? Na chegada ao restaurantes, o atendimento sofrível, uma garçonete despreparada, um serviço descortês...Caramba, terminaram com a tradição de "Ladies first!!"??? Ao pedido de um pão, a resposta seca: "Não!"!!!!!. Ainda aguardamos o alho assado....As margaritas demoraram mais de meia hora, chegaram junto com o vinho...Acontece!!...Mas os sinais....nunca vamos aprender???Os pratos demoraram uma hora e vinte para chegarem à mesa!!!80 minutos, quase uma partida de futebol!!!! E os pratos de carne chegaram frios à mesa. Vc já tentou comer um T Bone gelado? A carne, indiscutivelmente, de primeira, macia e sabarosa. Pena que gelada (os dois pratos de T Bone, mais o filé de Cláudio!!), fria mesmo. Para a reclamação sobre a demora, a resposta que acredito inaceitável e incompreensível: "Hoje atendemos mais de cento e vinte pessoas!!!". Peralá: será que o atendimento está diretamente e inversamente ligado à quantidade de pessoas no restaurante? Eles torcem para haver pouco público para atender melhor? Alguém consegue acompanhar o raciocínio de alguém capaz de dar esta resposta??? Um pacto na mesa: não vamos reclamar, a noite está otima, vamos à sobremesa. Tiramisú? Não tem, ou melhor, tem, mas está em falta...não, temos apenas uma porção. Quarenta minutos depois, não, não existe mais a tal porção...mas tome este pedaço de bolo para compensar... E as outras sobremesas? ..."Tão vindo aí!!". Há bom humor que resita????Há, o nosso. Café, mais vinte e cinco minutos para a conta, mil reais...O vinho era ótimo, o pessoal simpático, mas fica a pergunta: ATÉ QUANDO VÃO ENCOBRIR INCOMPETÊNCIA COM SIMPATIA??? Eu não quero sorrisos, apertos no ombro, alguém que abra a porta, eu quero ser bem atendido, quero que a comida chegue à mesa na temperatura correta, que as ofertas do cardápio sejam realizáveis, que alguém se dê ao trabalho de dimensionar corretamente os suprimentos do restaurantes em relação à sua capacidade. Lorenzo, esta foi uma noite para esquecer. Vamos melhorar, por que nós vamos cobrar!!!Foi uma noite infeliz, mas esperamos que ela não se repita....
Lorenzo Bistrô
www.lorenzobistro.com.br

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Joaquin Sabina

Poeta e cantor espanhol, infelizmente ensombreado pela ignorância que insistimos em colocar em nossa fronteiras com toda a America do Sul espanhola. A razão para não aprendermos espanhol desde crianças um dia vai ser explicada racionalmente. Por enquanto, não dá...

No Puedo Enamorarme De Ti
Joaquin Sabina

Escucha una cosa
Que te voy a decir
Aunque te duela el alma
Como me duele a mi
Podría engañarte
Si se me diera de ti
El caso es que
No puedo enamorarme de ti
No, no puedo enamorarme de ti
Nadie te roba nada
Nadie ocupa el lugar
De nadie son los besos
Del los labios del mar
De nadie es el camino
Que no mira hacia atras
Donde se desangran
Las estatuas de sal
No no puedo enamorarme de ti
No no puedo enamorarme de ti
No no puedo enamorarme de ti
No no puedo enamorarme de ti
Si quieres quererme
Voy a dejarme querer
Si quieres odiarme
No me tengas piedad
Pero hay una cosa
Que no vas a lograr
Y es hacer negocios
Con la necesidad
No, no no puedo enamorarme de ti
No no puedo enamorarme de ti
No no puedo enamorarme de ti
No no puedo enamorarme de ti

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Felice Picano

Não conheço nenhum livro dele editado em português, embora Like People in History e The Book of Lies estejam acima de 99 por cento da literatura gay publicada no Brasil.
Este poema é dele, embora ele não seja conhecido como poeta, e consta do Penguin Book of Homosexual verse, esgotadíssimo.


The Heart Has Its Reasons

Not because you didn't call.
I almost expected that.
Not because we set a date
you just couldn't make-
whatever your reasons.

Not because you never arrived,
never left a number to reach you.
For all I know you were hit by a car;
mowed down in some neighborhood war.

Not because the night I had planned
never got off the ground
never mind reach the heights.
We didn't have that much in common
except a good fit -
if you still can remember that fondly, that far.

No, not because you stopped a trip
never gave me the chance to decide
whether or not I'd take the ride,
whether I'd take the risk of true love or illusion.

But simple because
I straightened all day.
Washed all the glasses
changed pillows and sheets
cleaned out the closets
even laundered the drapes.
Did everything that was needed
if a guest like you was coming.

Did, in short, what could wait,
For that I could never forgive you.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Travesti....

Reportagem publicada pela revista Época, retirada no sítio http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI4421-15228,00-POR+QUE+HOMENS+PROCURAM+TRAVESTIS.html, reproduzida aqui sem autorização do autor, Ivan Martins.
Mas a matéria é boa, ajuda a derrubar mitos e esclarece um pouco.

Por que homens procuram travestis?
Muitos parecem precisar de uma forma atenuada de sexo com outro homem. A ambiguidade dessa relação sugere muitas outras fantasias
Ivan Martins

CABEÇA ABERTA

Márcia, travesti de classe média paulistana. “Os homens que saem comigo são héteros que topam tudo”.Mendes tem 37 anos, cabeça raspada e brinco na orelha direita. Pelos modos e pela aparência, o rapaz branco de família evangélica não se distingue de outros milhões de jovens paulistanos, exceto por uma particularidade importante: ele namora um travesti, Flávia. Os dois se conheceram há cinco anos no centro de São Paulo e, de lá para cá, constituem um casal. Na semana passada, sentado ao lado de Flávia na sala de um apartamento na Rua General Osório, Mendes explicava, em voz pausada, as bases da relação. “Nosso relacionamento é hétero”, afirma. Isso quer dizer que, no sexo, ele é a parte viril do casal, enquanto Flávia cumpre o papel de mulher. “Mas entre nós não existe só sexo. A gente tem amor e cuida um do outro.” Com cabelos negros e corpo esguio, Flávia ganha a vida se prostituindo nas ruas. Ele trabalha nas ruas como vendedor.

As palavras de Mendes revelam, sem explicar, um dos grandes mistérios da sexualidade moderna: a sedução exercida pelos travestis. Desde meados dos anos 70, quando despontaram nas esquinas das metrópoles brasileiras com saias minúsculas e seios exuberantes, essas criaturas híbridas conquistaram um espaço enorme no imaginário sexual do país. Todos os dias, milhares de homens se esgueiram por avenidas sombrias para comprar o prazer oferecido por seus corpos alterados. O risco envolvido nesse tipo de operação ficou claro há duas semanas, quando Ronaldo Nazário, o jogador de futebol mais famoso do mundo, transformou-se no protagonista de um escândalo que tinha como coadjuvantes três travestis do Rio de Janeiro. Ele foi com o grupo ao hotel Papillon e, durante a madrugada, desentendeu-se com um deles, Andréia Albertini. Acabaram todos na delegacia, de onde a história ganhou o mundo. A avalanche moral que desabou sobre Ronaldo a partir daí foi incapaz de responder à questão mais simples colocada pelo episódio: por que homens adultos e mesmo famosos arriscam segurança e reputação e vão atrás de travestis?

O antropólogo americano Don Kulick passou um ano vivendo com travestis em Salvador, sabe muito de seu cotidiano e mesmo de suas preferências íntimas. Mas não se arrisca a explicar quem são seus clientes. “Essa é uma grande incógnita. Embora acompanhasse os travestis todas as noites, não consegui distinguir um cliente típico”, diz. O livro de Kulick, professor da Universidade Nova York, sairá em português no fim deste mês, pela editora Fiocruz, com o título Travestis: Prostituição, Sexo, Gênero e Cultura no Brasil. Kulick conseguiu uma descrição razoavelmente rigorosa do que os fregueses exigem dos travestis. Durante um mês, pediu a cinco deles que registrassem o tipo de serviço prestado nas ruas. O resultado de 138 programas: em 52% dos casos os clientes queriam sodomizar, em 19% exigiam sexo oral, 18% queriam fazer aquilo que se costuma chamar de “troca-troca”, 9% pagaram para ser sodomizados e 2% para ser masturbados. “Não é insignificante que 27% dos homens nessa amostragem quisessem ser penetrados por travestis”, escreve s Kulick. “Mas esses homens não são maioria, como os travestis geralmente afirmam.”

‘‘Não é irrelevante que 27% dos homens da amostragem quisessem ser penetrados pelos travestis’’,DON KULICK, antropólogo americano
A confiar apenas no que dizem os travestis, o porcentual de seus clientes que se portam como homossexual passivo é alto. “Nove em cada dez homens querem ser penetrados”, diz Flávia, a namorada de Mendes. “Se o travesti não for bem-dotado e ativo, não ganha a vida na rua.” Exagero? Talvez. Assim como as prostitutas, os travestis têm uma relação antagônica com aqueles que pagam para usar seu corpo. Muitos não suportam exercer o papel viril que se exige deles na prostituição e o fazem com grande sofrimento, porque não encontram outra forma de ganhar a vida. Vingam-se dessa situação degradante com a mesma arma que a sociedade usa para humilhá-los: questionam a hombridade do freguês e o ridicularizam.

O psiquiatra Sérgio Almeida trabalha com travestis em São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, e sua experiência corrobora em alguma medida a versão de Flávia. Cabe a Almeida a tarefa difícil de distinguir entre os travestis – definidos como homens que gostam de agir e sentir como mulher – e os transexuais, que se sentem mulheres aprisionadas em corpo masculino. Para estes, recomenda-se a cirurgia de troca de sexo. Para os travestis, ela equivale a uma mutilação e pode levar ao suicídio. Almeida gasta dois anos com cada paciente até decidir em que categoria ele se encaixa. “Desde 1997, fizemos 95 cirurgias e não tivemos nenhum problema”, afirma. O pós-operatório mostrou ao psiquiatra que ex-travestis são freqüentemente abandonados por seus parceiros quando perdem a anatomia masculina. E que os operados que insistem em continuar na prostituição perdem também a carteira de clientes. Algo de crucial desapareceu na cirurgia. “Não é verdade que os homens procuram travestis porque estes se parecem mulheres”, diz ele. “Eles querem o algo mais que as mulheres não têm.”


TRANGRESSÃO

Por que os homens arriscam sua honra e sua segurança nesse tipo de aventura sexual Os próprios envolvidos têm opiniões diferentes. Um leitor anônimo de epoca.com.br enviou depoimento no qual afirma, basicamente, que os travestis são a melhor opção sexoeconômica. Diz ele: “Já saí com vários travestis. O que me atraiu foi justamente o desejo físico pelos bumbuns e seios avantajados. Ficar com uma travesti para mim é conseguir a baixo preço uma mulher de porte e formas que eu jamais conseguiria pagar ou namorar”. Márcia, travesti paulista,repele qualquer tentativa de analisar os homens com quem sai voluntariamente. “Para mim, homens que saem com travestis são heterossexuais de cabeça aberta, que topam qualquer coisa”, afirma. Advogado, casado, pai de uma moça, diz que tem impulsos de vestir-se e agir como mulher desde criança, mas que isso nunca o impediu de ter relações normais com mulheres: “Quando saio com um homem, ele não importa. O que me interessa é reforçar minha identidade de mulher”.

O mistério em torno dos homens que procuram travestis é proporcional à ignorância que cerca os próprios travestis. Como grupo populacional, eles são escarçamente estudados: não se tem a menor idéia de quantos sejam, no mundo ou no Brasil. Os líderes das organizações de travestis estimam que haja 5 mil ou 6 mil deles no Rio de Janeiro e uma quantidade muito maior – fala-se em 30 mil – em São Paulo. Nenhuma ciência ampara essas estimativas. Sabe-se que há travestis de Porto Alegre a Manaus, inclusive em cidades pequenas. Tem-se a impressão, entre os que lidam com o assunto, que o Brasil é o líder mundial nessa categoria – e o principal exportador para os países europeus, sobretudo Itália e Espanha. “O Brasil tem a maior população mundial de travestis e o maior número de travestis per capita”, afirma Kulick. Trata-se de uma opinião bem informada, mas é apenas opinião. Líderes de organizações de travestis como Keila Simpson, presidente da Articulação Nacional de Travestis e Transexuais, querem que o censo inclua perguntas que permitam quantificar os diferentes grupos sexuais do país. “Como se pode dirigir políticas públicas a uma população de tamanho ignorado?”, diz.

A palavra-chave quando se trata de explicar a atração exercida pelos travestis parece ser ambigüidade. Eles são percebidos simultaneamente como homem e mulher, uma incongruência que mexe com as profundezas da psique humana. “O travesti mobiliza o desejo como mobiliza a repulsa”, afirma a psicanalista carioca Regina Navarro Lins. Outra psicanalista, Maria Rita Kehl, vê duas razões no fascínio pelos travestis. A primeira é que, por ser uma mulher com pênis, ele captura os restos das fantasias sexuais infantis. A outra está no fato de os travestis encarnarem a feminilidade de uma forma absoluta, que nenhuma mulher contemporânea aceitaria. “Só um travesti saberia ser tão feminino quanto quer a fantasia de alguns homens”, diz Maria Rita. “Se alguém sabe o que é ‘ser mulher de verdade’ (uma ficção masculina), é justamente o travesti.” Os próprios travestis são taxativos ao afirmar que seus fregueses procuram neles a diferença: a mulher com falo, a fantasia, o risco. “Transgressão é essencial. O proibido atrai”, afirma Marjorie, travesti com 20 anos de experiência nas ruas, que hoje trabalha na Secretaria de Assistência Social da Prefeitura do Rio de Janeiro. “As coisas que se dizem sobre os homens que saem com travestis são lendas machistas.”

Paira sobre essa discussão uma palavra que os psicanalistas detestam: patologia. Sim, as pessoas têm o direito inalienável de manter relações sexuais com quem quiserem, desde que haja consentimento mútuo. Posto isso, cabe a pergunta: está bem de cabeça um homem casado (como parece ser a maior parte dos clientes dos travestis) que abre a porta de seu carro na porta do Jockey Club, em São Paulo, e paga R$ 40 por uma hora de sexo com um homem que parece ser mulher? Os especialistas não têm uma resposta unânime a isso.

“Só um travesti saberia ser tão feminino quanto quer a fantasia de alguns homens”, diz uma psicanalista.

Liberais dizem que, bolas, desejo é desejo, e não se pode explicar ou reprimir. Há que aceitar. “Entendo que os homens que só se realizam sexualmente com travestis possam estar mal resolvidos em sua orientação sexual”, diz Maria Rita Kehl. “Mas considerar que todos os que gostam de travestis são homossexuais acovardados é uma redução preconceituosa.” Na outra ponta, fala-se em sofrimento e confusão por trás dessa forma específica de prazer. “Para alguns homens é patológico”, afirma o psicanalista Oswaldo Rodrigues, do Instituto Paulista de Sexualidade. “Muitos fazem isso num impulso de autodestruição.”

Há os incapazes de lidar com seu próprio desejo por outros homens. Há os que buscam cumprir seu “papel social” no corpo feminilizado dos travestis. Há de tudo, e nem tudo é a festa do desejo que a modernidade implicitamente recomenda. Onde está o limite? Na dor. De acordo com o psiquiatra Ronaldo Pamplona da Costa, com mais de 30 anos de experiência terapêutica, muitos homens que saem com travestis o procuram em estado de sofrimento. Eis o que diz a respeito a psiquiatra Carmita Helena Abdo, que coordena o Projeto de Sexualidade do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo: “Se as pessoas fazem sexo responsável, não estão sofrendo e não me procuram, não quero normatizar a vida de ninguém”.

Adendo: A sabedoria do comentário da Dra. Carmita Helena Abdo é luminosa! Se não é um problema, não se o transforme em um!

sábado, 8 de outubro de 2011

Nov'Iorque VII

Estas são toooodas as fotos da viagem de setembro de 2011. Qualquer dúvida, comentário...perguntas, comentário..elogios, comentário....se não gostar, comentário, que é para eu saber que não gostou.
As fotos não têm (e eu também não) qualquer tipo de pretensão, além do registro de uma viagem muito agradável.
Querendo usar para alguma coisa, ou para fazer algum tipo de registro, feel free.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Rimbaud, sim senhô...



Sonnet: To the Asshole

Dark, puckered hole: a purple caration
That trembles, nestled among the moss (still wet
with love) covering the gentle curvation
of the white ass, just to the royal eyelet.
Threads resembling milky tears there are spun;
Spray forced back by the south wind's cruel threat
Across the small balls of brown shit has run,
To drip from the crack, which craves for it yet.

Not wishing the prick to have its bent,
My mouth too has often mated with that vent,
My sobbing tongue tried to devour the rose
Flowering in brown moisture. The chute unmanned,
It's a heavenly jam-pot, the Promised Land
Which with other milk and honey overflows!

A.Rimbaud e P. Verlaine, de "Penguin Book of Homosexual Verse, p. 235
Foto: ânus, com trabalho usando recursos do Picasa.

Mário de Sá-Carneiro

Ápice

O raio de sol da tarde
que uma janela perdida
refletiu
num instante indiferente -
arde,
numa lembraça esvaída,
À minha memória de hoje
subitamente...

seu efêmero arrepio
zig-zagueia, ondula, foge,
pela minha retentiva...
-e não poder adivinhar
por que mistério se me evoca
esta idéia fugitiva,
tão débil que mal me toca!...

-Ah! não sei por quê, mas certamente
aquele raio cadente
alguma coisa foi na minha sorte
que a sua projeção atravessou...

Tanto segredo no destino de uma vida...

É como a idéia de Norte,
Preconcebida,
que sempre me acompanhou....

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Nov'Iorque

Para quem leu com atenção os posts sobre NYC, este é um passeio que quero fazer na próxima viagem. Beirando as Palisades,...

http://forgotten-ny.com/2004/12/duyvilinthedetails/

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Carlos de Oliveira

Poeta português, embarcado em 1981 na caravela que nos levará a todos em direção ao Mar das Tormentas.

Nesta época de acordos espúrios, votações fantasmas, ministérios pessoais, relato uma "Cantiga do Ódio". A capacidade de indignar-se não pode se perder na inação. Pelo menos, não vote nos mesmos de sempre!!

"O amor de guardar ódios
agrada ao meu coração,
se o ódio guardar o amor
de servir à servidão.
Há-de sentir o meu ódio
quem o meu ódio mereça:
ó vida, cega-me os olhos
se não cumprir a promessa.
E venha a morte depois
fria como a luz dos astros:
que nos importa morrer
se não morrermos de rastros?"

(no livro Mãe Pobre)

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Nov'Iorque V



É uma homenagem à cidade que se acha, e é, o umbigo do mundo...Estive lá no aniversário de 10 anos do 11/09 (ou nine eleven, como eles dizem).. ouvi esta música à exaustão, cantada por crianças para bombeiros aos prantos; por velhinhas para ninguém em especial, apenas pelo prazer de cantar; por marmanjos do coro de homens de San Francisco, e em nenhuma das vezes deixei de me emocionar. Talvez eu goste de Nova Iorque mais do que seja razoável, mas também gosto assim do Alberto Benzecry e isto só me trouxe bem e paz...Então, amo NOva Iorque!



Alguns passeios que podem ser feitos, se vc tiver tempo e disposição:

1) Beacon Dia: facílimo, tem uma estação de trem praticamente dentro da antiga fábrica de biscoitos transformada em super galeria de arte!!Passeio de, pelo menos, meio dia. Programe-se.

2) Palisades: é lindo, o Rio Hudson lá embaixo. Vários filmes já foram feitos usando estas paisagens maravilhosos e há uma estrada que vai beirando o rio, mostrando a paisagem e os condomínios lindos à sua margem...é preciso um carro para ir parando e olhando a paisagem.

3) Battery Park: ao sul da ilha, um parque novo, cheio de gente e com uma vista linda. Só pelo prazer de estar lá. Agora no frio, acho que não...

4) DUMBO: Não, não é o filme de Walt Disney!!! Significa "Down Under the Manhattan Bridge Overpass" e é no Brooklyn, muito legal, cheio de lojas e galerias de arte. Pode ser feito a pé, atravessa-se a Ponte do Brookliyn e o DUMBO fica embaixo da Manhattan Bridge. Agora em outubro tem um super-festival, com as galerias, restaurantes(River Café, e outros menos votados), chocolates (Jacques Torres, ótimo, e melhor ainda se estiver frio..), etc...

5)The Cloisters: museu da Idade Média, fica longe, em Washington Heights... vale muitíssimo a pena, é lindo, é um lugar diferente!Faz parte do Metropolitan, então o esquema de entrada é o mesmo: óleo de peroba e US$ 1 ou 2 por pessoa. Elesd são muito ricos, dá para abusar um pouco, já que olhar não gasta...(mais ou menos, uma racionalização meio porca!)

Certamente, há muitos outros passeios a serem feitos, mas só posso recomendar os que já fiz...Aproveitem!!

domingo, 25 de setembro de 2011

e.e. cummings

Um dos meus favoritos, em uma edição ilustrada de Erotic poems, que trouxe da última viagem a NYC. O plano era fotografar uma ilustração e postar aqui, mas a preguiça é a mãe de todas as promessas não cumpridas....

viii.

i like my body when it is with your
body. It is so quite a new thing.
Muscles better and nerves more.
i like your body. i like what it does,
i like its hows. i like to feel the spine
of your body and its bones, and the trembling
-firm-smooth ness and which i will
again and again and again
kiss, i like kissing this and that for you,
i like, slowly stroking the, shocking fuzz
of your electric fur, and what-is-it comes
over parting flesh...and eyes big love-crumbs,

and possibly i like the thrill

of under me you so quite new

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Nov'Iorque IV


Qual outra cidade do mundo teria esta placa?

Algumas informações que podem ajudar vc a descobrir uma cidade diferente da que vc imagina encontrar:


A Pietá Indiana (ou TIbetana)

1) Museum Rubin od Art:
150 West 17th Street, New York, NY 10011: museu especializado em arte oriental, da região do Himalaia, Nedal, Tibet e outros menos votados. Vimos uma exposição sobre o povo Naxi que nos deixou de queixos caidaços!! A localização do museu é ótima, no Chelsea, facílimo, e e pequeno, uma hora e meia bastam para a visita. E a lojinha tem coisas lindas, para os orientalizados...
Neste museu, vimos esta Pietá indiana, uma imagem recorrente nas civilizações. Lindíssima.


As árvores são uma escultura!!!


O Beijo

2)Storm King Park:: já falei nele no NI III, mas agora detalho. Fica longe de NYC, é preciso de programar, mas vale muito a pena ir. Os maiores escultores americanos têm obras lá, a maior parte delas enormes. Gostei muito de uma chamada O Beijo e de outra, do Libierman, chamada Adohnai. Tambem há algumas esculturas móveis interessantíssimas.



Vale pelo passeio, pelas esculturas, pelos jardins e pela oportunidade de verificar que fizemos alguma coisa melhor que os americanos, tirando o soccer: Inhotim é muito mais bonito, as obras são o máximo e é aqui pertinho....

3)Daffys's: barganhas para milionários, não é tudo baratinho, mas pode-se achar coisas muito interessantes por preços ótimos. Há várias lojas, vejam aí no site.

4)United Airlines: evite, só funcionam em ceu de brigadeiro, isto é, se estiver tudo bem. Qualquer problema ou fuga da rotina descompensam totalmente o pessoal, que, certamente, vai largar vc ao Deus dará, com frases apavorantes, como: "às 21 horas desligo o computador e vou para casa!", frase dita às 20:58 horas, sem terem resolvido nosso problema. Não dá!!E graças à UNited, pudemos conhecer o Parque Industrial de Long Island e suas fábricas maravilhosas!!(isto é sarcasmo, gente!!era o c.. do mundo!!)

5) THe Container Store: um ótima loja para coisas úteis que, em algum momento, você vai precisar, e para coisas inúteis, que vc nunca soube que precisava e não podia viver sem...UM enrolador de fio de headphones é tudo do que vc precisava, certo?



6)Ônibus em NY: quase tão bom quanto o Metrô. Umas linhas correm na horizontal e outras na vertical, o que facilita tudo!!Olhando o mapa de Manhattan, é mais fácil: Vc está na 9ª Av, rua 50, e quer ir para a 1ª Avenida, perto da rua 13. O que fazer, além de rezar? Simples: Pegue o ônibus que desce a 9ª Av (sentido vertical e as placas estão em todos os pontos, com o itinerário), desça até a Rua 14 (as ruas mais largas, onde os ônibus transitam no sentido horizontal)e pegue o ônibus no sentido horizontal até a 1ª Av.!!!Vc descerá na esquina da 14 com a 1ª Av e andará, no máximo, meio quarteirão. O essencial: lembre-se que o Central Park atrapalha um pouco este esquema! E o bilhete do Metrô dá direito a vc usar o ônibus dentro das duas horas, e o semanal não tem limites!






7) Comida: indicar comida em NYC é mexer em um vespeiro. O restaurante trendy de hoje pode não existir mais amanhã (mais de 40% dos restaurantes fecham com menos de 1 ano!!!), o chef mudou-se para uma nova rede, ficou na moda demais e não se consegue almoçar nem jantar, os preços ficaram absurdos (Boulud!!qualquer um!!Só a Dilma consegue pagar a conta do Café Boulud!). Portanto, confie no seu faro ou no amigo que ACABOU DE CHEGAR DE LÁ!Felizmente para vc, este é o meu caso:

Blossom: Comida vegetariana espertíssima, uma delícia mesmo. Os sucos são simplesmente inacreditáveis, a comida tem uma apresentação fancy total, parecem esculturas. Não é caro, mas não é baratim...Iria dia sim, dia não, se não fosse em NYC!!E existem vários, que bom!!

Celeste: comida italiana barata e honestíssima!!Está sempre lotado, o dono faria minha amiga Cleyde desmaiar de emoção (ah! os eufemismos!!).A hostess é uruguaia, uma simpatia!E o tiramisu é de chorar, vc vai querer comer de novo!!E qualquer massa é muuuuuuuito boa! E os vinhos têm preços ótimos!!

Land: thai fancy, chiquérrimo (culinariamente falando, é de uma simplicidade monacal!), a comida não tem explicação!!Ótimo, bonitinho e baratíssimo, mesmo para padrões brasileiros (pensando bem, principalmente para padrões brasileiros: por menos de 70 reais, vc come duas entradas, dois pratos, sobremesa, cerveja importada e um serviço ótimo!!)!! Recomendo muito!




Sopa- o prato já está vazio!!! Era com pato!!!

Sopas em Chinatown: como estava mal do estômago, uma solução prática!!Entre em uma loja de noodles, peça sua sopa com pato, porco, won ton, qualquer uma!!É barato - em média, 5 dólares- e valem uma refeição do dia!Aproveite a chance!!! Nâo dá para dar endereços, são zilhões!!!


Zabar's
: queijos, queijos, queijos, e comidas pré-prontas(??!!) Duzentos ou mais tipos de queijo, a preços baixíssimos!O queijo do dia sai, em geral, a 1,5 dólar meio quilo!!!Uma ofensa!! Vc toma um café da manhã com suco, capuccino, bagel com cream cheese, para dois, por US$ 8,5!Tá bom? E tudo é muito bom!

E por hoje chega, aproveite seus sentidos, acredite neles,siga-os, pois, como escreveu Kazantzakis: "O que somos nós, senão atores em um palco dominado pelos nossos sentidos??". Acredite em vc, e se vc não acreditar, acredite no seu corpo, na sua intuição. Vale muito a pena!!!

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Nov'Iorque III

Música, muita música pela cidade toda. Mùsica de rua, bares, casas de show, opção é o que não falta. Fundamental é comprar - alguns hotéis, como o IMperial Court Hotel dão a revista para os hóspedes - a Time Out NYC, que está à disposição na internet. Sai às quartas feiras, portanto, chegando lá segunda ou terça, espere até quarta e consulte a revista pela internet. Poupar é importante!!

O vídeo abaixo é de um show que eu e Alberto Samuel tivemos o prazer de assistir, inclusive esta gravação foi feita no dia em que estávamos lá. Sorry, periferia, mas alguns são mesmo privilegiados...

Nov'Iorque II

"Esta semana começo os posts de NYC, com a costumeira verve e o venenoso wit de sempre...Estou baixando as fotos, que têm tudo a ver...Mall de 800 lojas? Parque de esculturas comparável a Inhotim? Como andar de taxi em NYC? Onde ver um bom show de jazz? Dá para não gastar em NYC? Onde comprar um pão quentinho? Se vc pisar no cocô de cachorro, o que fazer? Essas e outras perguntas serão respondidas no blog ou neste mesmo bat canal. Mas só manhana, que estou podre!"

Este é o post, que levantou palpitantes questões que agora passo a responder:

1) O mall com 800 lojas (e não é o único) é o Woodbury Outlet. Na verdade, são quase 300 lojas, um absurdo que um desavisado sem foco vai levar dias para percorrer e que vai gastar todos seus dolarezinhos...Tem um ônibus que sai da Port Authority Station e que sai pela manhã e volta no final da tarde. Se vc for logo após um feriado (este ano o Thanksgiving é dia 24 de novembro, no dia seguinte absolutamente tudo está pela metade (ou menos) do preço!!É imperdível para quem tem compras específicas. Para quem quer snoopy, é um perigo...

2) O Parque de esculturas é o Storm King Park. Ouso dizer que Inhotim é mais bonito e os trabalhos expostos são melhores, mas há Lieberman, Calder, e outros menos votados e os jardins são muito bonitos.

3) Para os taxis, veja o posto anterior (Nov'Iorque I) e como dar o endereço, também, mas não custa repetir: primeiro, o número seguido da direção (East ou West), depois o número da rua ou avenida, em ordinais (primeira, segunda etc e tal). A direção East-West é fundamental, senão vdc vai parar do outro lado da cidade de onde vc quer estar!

4) Shows de jazz: muitos lugares, muitos clubes. Veja em http://www.ny.com/clubs/jazz/ uma relação bastante atualizada. Birdland, Village Vanguard, Blue NOte, Metropolitan Room, Iridium, são clubes tradicionais, sempre com bons shows.

5) Não, não dá!! Há programas gratuitos, baratinhos, mas sem gastar....não, não dá!
Nos museus ofíciais, passe seu óleo de peroba e diga que quer pagar um (one,un, eins, adin), eu disse um, dólar ao invés dos 20 que eles pedem. Ninguém questiona, nem nada. É só ter cara de pau! Programe-se para almoçar na cafeteria -eu disse cafeteria, não restaurante- do Metropolitan, comida muito boa e barata!!Dê sua circulada pelo museu até a hora do almoço, desça ao ground floor para a cafeteria, e depois gaste as calorias com o restante da visita ao museu. Um programaço por 10 dólares (1 da entrada, 9 do lanche!!!)

6) Pães quentinhos em qualquer bagel shop. Eu adoro com cream cheese!!Na hora de pedir, mostre que vc sabe das coisas: toasted (quentinho na torradeira), puppy seeds (sementes de papoula)...não pode ser melhor!

7) Vc não vai pisar em cocô de cachorro em NYC! A multa é de 350 dólares, todo mundo curb after his dog, que eles não são o país mais rico do mundo à toa!!

Este post sai sem fotos, depois coloco alguma.

Nov'Iorque I



quando já se está acostumado com uma cidade,a ponto de se locomover por ela sem a ajuda de mapas e referências - Metrô (MTA) não, mesmo os novaiorquinos precisam da ajuda de um mapa quando saem de seu percurso de rotina-, você sente que a cidade já faz parte de sua vida e que vc também já faz parte da cidade, de alguma forma. Se vc estiver com algum mobile,existe vários apps grátis na rede, a MTA abriu todos seus códigos para que desenvolvessem os apps.

Daí eu não entender a presunção de certos blogs de viagem, que pretendem ter descoberto uma cidade só sua, tipo "Nova Iorque Secreta", "Segredos de New Iorque (ou Nova York, esta mistura de grafias sendo mais um sinal de que temos um autêntico Pedro Álvares Cabral pela frente). Tudo já foi explorado em NYC, inclusive o que ainda nem foi inaugurado ou criado. Parece estranho, escrito assim, mas Gotham é uma cidade em que é quase impossível ser uma novidade, ter um pensamento realmente original- memes abundam, aquela sensação de 'eu já vi isto' é um fantasma recorrente. Se vc não viu inteiro, certamente viu alguma parte.



E o nova iorquino, sabendo disto, é cheio de atitude, se sente no centro do mundo, de onde se irradiam todas as vibes que circulam pelo universo. E isto, de certa forma, torna a cidade provinciana, mesmo nos círculos ditos descolados, todos cheios de pose, nariz em pé, seja o garçom da pizzaria ou o porteiro daquela galeria trendy do Brooklyn ou do Lower East Side. E a cidade, ainda assim, é maravilhosa. Pode-se passar um dia inteiro sem ouvir inglês, pelo menos o inglês ensinado nas escolas -, pode-se fazer refeições étnicas, sem repetir o país, durante semanas; pode-se passar dias e dias nos principais museus sem nunca chegar perto de esgotar o acervo; pode-se dar de cara com nacionalidades das quais vc nunca desconfiou da existência, enfim, New York é mesmo uma cidade única. Mas segredo ela não tem nenhum, é uma cidade aberta para todos os que se interessarem...

Algumas coisas de Nov'Iorque que algumas pessoas podem adorar e outras odiar:



Metrô= algumas pessoas, talvez por alguma má experiência, têm pavor. Eu uso direto e nunca tive problemas. Talvez um bilhete comido, ou uma coisa menor assim. Leva vc a qualquer lugar, mas exige um pouco de esforço, as conexões nem sempre são simples, os expressos confundem um pouco as coisas, mas é seguro até onde consigo ver. Perguntar não adianta nada, provavelmente vc não vai entender a resposta, se houver. IMPORTANTE: se ficar mais de três dias em NYC, compre o bilhete de uma semana, pode-se usar ônibus, metrô e barco..., mas apenas os gerenciados pela MTA.IMPORTANTE 2: pedir o mapa. O cara e as muheres da cabine são iguais a gays problemáticos: não gostam muito, mas acabam dando....

Passear: a melhor coisa para fazer em NYC, depois das compras, para quem faz questão. A cidade é dividida em duas pela 5ª avenida, de um lado é oeste (West) e do outro Este (East). Toda rua tem duas numerações, um oeste e outra leste,portanto se vc ai para 200W (oeste) da rua 34, vc vai à esquerda da 5ª avenida (de quem olha o mapa).Se vc for para 200East (E),vai estar exatamente do lado oposto de onde quer estar. Parece confuso, mas olhando o mapa é simples. ATENÇÂO: isto só vale para Manhattan. Quando vc der o endereço para alguém ou ao taxi, começa-e pelo número (200), depois a direção (West ou East), depois o número da rua ou avenida, em ordinais (Primeira, Décima, e por aí vai). Os taxis são um problema, recusam a corrida sem o menor constrangimento. Abrem a janela e vc diz para onde vai e eles nem se dignam responder, simplesmente vão embora se o destino não lhes agrada. Fique com o Metrô.



A cidade é cheia de parques e praças que têm de ser conhecidos. São, em geral, lindos e lindas, não dá para enumerar todos aqui. E são usados pela população, vc vai poder ter uma noção da vida do novaiorquino. O legal é comprar um doce na bakery mais próxima e sentar-se em um banco para comê-lo. Uma delícia, com qualquer tempo. Por exemplo comprar uns cupcakes na Magnolia Bakery (fila na porta, sempre) do Village e ir para a Praça Abingdon, a um quarteirão.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Saber das coisas...

NO filme "Rabbit Hole" (Reencontrando a felicidade, na tradução supimpa dos profissas brasucas!!),o casal briga, depois de ele preparar todo um clima para uma transinha que ela recusa. Ele então diz que não queria transar, só um carinho... e ela: "Não quer transar e coloca um Al Green para tocar? Al Green!!?? E ainda diz que não quer transar??!!Come on!!!""
Não sei quantas pessoas entenderiam ou entendem a piada e a brincadeira, mas tenho certeza de que Andreia Dutra, com perfil lotado e sem, é uma das privilegiadas...




A música aqui é Something...a do filme, não consegui pegar...

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Mitos e crendices




Da série "O Enterro da Cafetina": esta foto com o arame amarrando o bondinho, onde deveria haver um parafuso, poderia servir como epitáfio do famoso "jeitinho" brasileiro, da célebre "criatividade" brasileira no serviço profissional, da indolente "malemolência criativa" do prestador de serviços carioca. Até quando vamos tentar encobrir incompetência com simpatia??Mais quantos deverão morrer quando deveriam estar se divertindo??

A carioquice genuína está em extinção, ao contrário do que pensam os colunistas de amenidades da grande imprensa carioca. Bom humor, civilidade, educação, non-chalance são artigos cada vez mais raros no dia a dia de quem mora nesta cidade e não é turista e nem faz parte de uma elite abrigada em sinecuras e refúgios residenciais à beira mar.

O remédio, eu sempre insisto, é votar, votar, votar e, mais uma vez, votar. É a única chance de participação efetiva nos destinos da cidade, ao contrário do que querem nos fazer pensar os beneficiários de ONGS, OSSP, OSP, e mais uma dúzia de siglas que, no final, não significam nada.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Eu vejo o futuro repetir o passado...




Fico pensando que o retrovisor de nossa vida deveria ir embaçando com o passar dos anos.O que foi feito, foi feito e suas consequências, boas ou não, independem da nossa análise e aceitação. Quem é que aprende com o passado? Somos o produto do que fomos, sem tirar nem por, para que expectativas em relação ao que o passado proporcionaria ao nosso futuro?

O passado...

Das coisas lamentáveis que o inevitável progresso traz, a substituição da memória pela possibilidade de um futuro é a mais triste...Pôxa vida!!!

http://www.guardian.co.uk/world/2011/aug/21/buenos-aires-cafe-nike-shop

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

John Ashbery

Alcove

Is it possible that spring could be
once more approaching? We forget each time
what a mindless business it is, porous like sleep,
adrift on the horizon, refusing to take sides, "mugwump
of the final hour," lest an agenda—horrors!—be imputed to it,
and the whole point of its being spring collapse
like a hole dug in sand. It's breathy, though,
you have to say that for it.
And should further seasons coagulate
into years, like spilled, dried paint, why,
who's to say we weren't provident? We indeed
looked out for others as though they mattered, and they,
catching the spirit, came home with us, spent the night
in an alcove from which their breathing could be heard clearly.
But it's not over yet. Terrible incidents happen
daily. That's how we get around obstacles.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Às Vezes


às vezes, vou e não volto...
às vezes, vou e volto...
às vezes, multiplico...
às vezes, divido.

às vezes, não sei o que virá...
às vezes, sei mas não quero
e saio, como sempre, e procuro...
às vezes, encontro.

Clarice

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Filme de terror

NO Globo de hoje, um filme de terror: A Volta dos Mortos Vivos!!! e na seção de política....Chaves e Fidel juntinhos....brrrrrr!!!!!!

terça-feira, 28 de junho de 2011

Lobão - El desdichado



Pagando minha dívida com o Lobão, El desdichado...está no CD que foi vendido nas bancas.

terça-feira, 21 de junho de 2011

W.H. Auden


Nestes dias de Wykpedia, é até bobagem falar sobre alguém em blog, mas não custa nada...W.H>Auden fez uma viagem muito doida com Isherwood pela China, no princípio do século. O diário da viagem é otima leitura e eu recomendo( claro, na Amazon tem!). Mas aqui ele ficou famoso pelo soneto lido no funeral do cara dos coletes escandalosos. Para quem queria e não tinha, aí vai:

Funeral Blues

Stop all the clocks, cut off the telephone
Prevent the dog from barking with juicy bone
Silence the pianos and with muffled drum
Bring out the coffin, let the mourners come.

Let aeroplanes circle moaning overhead
Scribbling on the sky the message He is Dead
Put crêpe bows round the white necks of the public doves,
Let the traffic policemen wear black cotton gloves

He was my North, my South, my East and West,
My working week and my Sunday rest,
My noon, my midnight, my talk, my song,
I thought that love would last for ever: I was wrong.

The stars are not wanted now: put out every one
Pack up the moon and dismantle the sun;
Pour away the ocean and sweep up the wood
For nothing now can ever come to any good.

É impossível ler e não se emocionar! A imagem é de Schiele, meu ídolo total!!!

sábado, 18 de junho de 2011

Sophia Breyner Andresen


Sophia de Mello Breyner Andresen, a começar pelo nome, uma princesa, escrevia principescamente: elegante, chic, seus poemas são belíssimos.Essenciais!!
Não era gay, mas qual beleza é?

Em Nome


"Em nome da tua ausência
Construí com loucura uma grande casa branca
e ao longo das paredes te chorei."


Assim, três versos, e é tudo!

quinta-feira, 16 de junho de 2011

LObão

Alguém com voz e que sabe usá-la...chic! Estou pagando uma dívida de ainda não tê-lo postado, um crime de lesa-música!

terça-feira, 14 de junho de 2011

Fernando Pessoa

Já se falou tanto, tanto já se escreveu, filmou etc...então só posto, mas tem muito a ver com nossos "campeões" midiáticos, com os 90% de aprovação que andam por aí.

(Álvaro de Campos)
[538]


Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma covardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,
Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?
Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?
Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Mario Faustino




Dizem horrores dele, que era muito doido, devasso(a), qualquer coisa. Mas é impossível não amar alguém capaz de escrever:

Soneto
Necessito de um ser, um ser humano
Que me envolva de ser
Contra o não ser universal, arcano
Impossível de ler
À luz da lua que ressarce o dano
Cruel de adormecer
A sós, à noite, ao pé do desumano
Desejo de morrer.
Necessito de um ser, de seu abraço
Escuro e palpitante
Necessito de um ser dormente e lasso
Contra meu ser arfante:
Necessito de um ser sendo ao meu lado
Um ser profundo e aberto, um ser amado.

A imprensa que eu amo...


Da série "A imprensa que eu amo": Acho que não tem coisa mais mau caráter que notinhas do tipo "UM vereador.....", "um jogador louro....", "um deputado....", "uma cantora da MPB..." e segue-se um comentário desabonador, um episódio constrangedor, uma historiazinha que sempre parece armação ou invenção.
Vem cá: se é verdade, qual a razão para não colocar o nome da criatura, seja lá quem for? A verdade protege de ações jurídicas, etc e tal. Se é verdade, não colocam o nome para proteger a criatura, colocando todo o espectro sob suspeição?E o protegido deverá ficar eternamente grato... Se estão protegendo o autor ou paciente do fato, esta é a função do jornalista? Se é para não informar, para que colocar a nota, é para trocar por alguma facilidade?

Agora, se é mentira, o que parece mais provável, isto diz muito do caráter dessas pessoas que sobrevivem de notinhas, favores, trocas, um tráfico de influência nojento que, devido à falta de "catigoria" de seus participantes, fica a cada dia mais transparente.
Vamos parar com isso e nos preocupar em realmente informar o que interessa? Que tal um reportagem investigativa sobre a influência do Judiciário dentro do Poder Legislativo? Aquele trânsito todo de desembargadores, procuradores pelos corredores da ALERJ tem de significar alguma coisa... Que tal uma reportagem sobre o real motivo de tantas viagens de nosso jovem Governador? Que tal um reportagem sobre todos os casos esdrúxulos que nunca chegam ao fim porque sempre aparece um caso novo? Que tal um reportagem, que permita ou chegue a uma conclusão, sobre o que realmente aconteceu com a ciclovia de 20 milhões? Que tal uma reportagem, que não é tão dificil assim, sobre os clientes do Palocci (se ele prestou o serviço, tem de ter emitido recido!Se não emitiu recibo, fraudou mais uma vez...simples, né? Notas fiscais são documentos públicos...) Que tal uma reportagem sobre t-o-d-o-s os não-eleitos das duas ou três últimas eleições que se abrigam em alguma sinecura obscura (um bom nome para um grupo punk!!) para não chamar a atenção???Cadê a conclusão da reportagem do ECAD? PAROU PORQUÊ?????

Como dá para notar, pauta é o que não falta...(outra!!).

Vamos, gente, trabalhem!!!E parem de tentar se beneficiar com agradinhos, convites,listas amigas, frees, etc....O trabalho gratifica e enobrece!!!

(Considerando o nível atual dos nossos membros da imprensa, esclareço que o título pretende ser sarcástico!! E, como tantas generalizações, estou sendo injusto com um ou outro, inclusive parentes de quem gosto muito...mas a impressão geral, para mim, é esta!!!Portanto, não adianta ficarem nomeando as exceções. A vizinha daquele enfermeiro que matou 117 velhinhos o achava um amor, uma pessoa doce...)

terça-feira, 7 de junho de 2011

Rumo à m....

Saiu hoje o Decreto 43007, do senhor Governador, que reserva vagas para negros e índios em concursos públicos. Mais o Prouni, mais as cotas todas, mérito passa a ser uma entidade etérea, inalcançável. E o serviço público e a educação caminham a passos largos para.... sei lá onde, só não quero estar lá.
E vem aí a decisão sobre os quilombos....Valham-nos os deuses!!!!!!!!!

Stacey Kent



Um clássico do Charles Trenet, na voz desta cantora que me provoca sentimentos bipolares:um dia adoro, no outro não sei se quero!!!Adoro esta música gravada pela Dalida, mas nem pensar em achar!!!A música? Que reste-t-il de nos amours...

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Nana Caymmi

Gravada por Nana Caymmy, com música de João Donato e letra de Lysias Enio e João Melo, esta música sempre me lembra um grande amigo, Edvaldo, um alegre companheiro que se foi. Como Papai Noel não passa mais por aqui....

Depois do Natal

Chega o dia a gente entende
Que o amor teve um ponto final
O Natal já chegou de repente
sem presente nenhum para dar
nosso sonho feliz que se foi
a brincar como duas crianças
E querer um brinquedo,
Esperanças,
Tudo foi, já passou!

Mas eu quero o Natal novamente,
Todo festa e alegria geral
Com você ao meu lado, tão lindo,
O meu sonho, o meu mundo ideal,
O presente será como sempre
eu queria e sonhava afinal
o presente é você,
meu Natal.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Cassiano Ricardo




Paulista do interior, morreu no Rio, já velhinho, tendo participado de vários movimentos poéticos e também de alguns políticos, assim, meio que do lado errado das coisas (foi integralista, por exemplo! e também do DIP...)Mas era um poetaço, escreveu coisas maravilhosas, é uma pena que seja tao pouco difundido.

Ditirambo da Paz

quero paz
não
de pás
de cal
nem de pas-
maceira

quero paz
de pás
ao ombro
paz viva
paz
que mantém
o homem
em pé
na pers-
pectiva
do advir.

paz
de sempre
viva
muito viva
que cada um
de nós
cultiva
no peito
homem da
rua
ou na faina
do eito
lutando por
uma
madrugada
definitiva

segunda-feira, 23 de maio de 2011

De volta... a poesia

Fui chamado às falas,pela falta de posts...Bom, não justifico, explico: preguiça, pura preguiça!Escrevo uma coisas aqui, outras ali, notas no FB, mas falta-me a paciência. Tenho lido pouco, também, o que dificulta a indicação de favoritos. Mas volto com a poesia, romena, se não mais, de Lucian Blaga, que postei em outro blog em outros tempos. Espero que gostem!

A SAUDADE

Sedento bebo teu perfume e seguro teu rosto
com ambas as mãos, como quem segura
na alma um milagre.
Queima-nos a proximidade, olhos nos olhos,
[ como estamos.
E contudo me sussurras: "Tenho tanta saudade
[ de ti!"
Falas tão misteriosa e desejosa, como se eu
[ estivesse
exilado em outro mundo.

Mulher.
que mares levas no peito, e quem és?
Canta ainda uma vez mais tua saudade,
por que te ouça
e os instantes me pareçam botões prenhes
de que florescessem de fato... eternidades.

• De Poemele Luminii (Os Poemas da Luz), 1919

O poeta é romeno, morreu em 1961. Sabemos pouco sobre ele, mas também é pouco o que sabemos sobre nós mesmos, na verdade.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Das dificuldades da vida moderna...

As pessoas não entendem que se tenha feito a opção de viver sem carro. "Mas como?", é a pergunta recorrente quando a informação é lançada em uma conversa. Como se a circunstância de ser possuidor do responsável pela maior parte da poluição existente no mundo habilitasse alguém como cidadão do mundo. Mas dá para relevar, continuar a conversa.

Então alguém reclama: "Estou ligando, mas não atendem!". O óbvio de não haver ninguém para atender não passa pela cabeça dos que incomodam alguém para saber porque não atendem ao telefone. Também se aplica ao "Estou ligando, mas está dando ocupado!!", como se o fato de alguém estar falando ao telefone fosse uma ofensa pessoal, como é possível o mundo não estar disponível para atender ao desejo de comunicação da criatura??

Então o sistema cai!!Antigamente, era apenas nos bancos. Aí vc fica sem informação, sem receber, sem fazer o pagamento, sem nada. E hoje, o "sistema" é universal, cai para tudo: marcação de consultas, pagamento em lojas, pagamento em supermercados, sinal de trânsito(??!!), onipresente na sua incompetência.

E nós nos habituamos, vamos nos reduzindo, resumindo, a fim de nos encaixar em um "sistema" qualquer, a preocupação de "pertencer" impossibilitando esforços em direções que fujam à mainstream, prejudicando a visão periférica que tanto acrescenta à vida de cada um. Este direcionamento é cobrado desde cedo, "é preciso foco, temos de estar focados, visualizar o quadro dentro da perspectiva", essas frases de manual que limitam, minam a disponibilidade de experimentação...

E então vc resolve ajudar uma ONG, tenta transferir um pouco do que se tem em excesso para aqueles que vc crê necessitados. Mas vc tem de obedecer ao sistema, preencher fichas, fornecer dados, esperar um retorno, aguardar dois dias até seus dados serem analisados, enfim, inviabilizam a ajuda que clamam precisar, a fim de obedecer a um sistema que é, obviamente, descompensado e contraproducente.

E vc não acha nada na professorinha de frases feitas, idéias de manual, obviamente participante de um partido político sem representatividade, mas que se auto-intitula representante do "povo". Por isso, vc é condenado ao círculo do inferno destinado aos portadores de "falta de solidariedade", "ausência de compaixão" e afins.

Francamente, redes sociais, blogs,...tudo isto é cansativo na sua uniformidade de pensamento. E também na falta de atenção, mas isto é outro assunto...

quinta-feira, 5 de maio de 2011

JKan Garbarek



encontrar seus CDs por aqui é quase impossível...neste vídeo, ele toca com o músico pasquitanês Ustad Fateh Ali Khan. A ECM bem que poderia tornar nossas vidas mais fáceis...

Peraí, Ministro...

Há certas coisas que provocam a necessidade de você se expressar, de falar para mais alguém aquilo que vc pensa, mesmo que isto não provoque seque o movimento da asa de uma libélula (uma cabeça poética chama a atenção da vítima leitora em potencial!!).

Caso não tenham notado, eu sou gay, tenho um relacionamento ha 19 anos, 9 meses e 10 dias e não estamos emulando nenhum relacionamento hetero. Nós gostamos muito da companhia um do outro, talvez já tenhamos expressado isto de forma mais ardente, temos um cachorro ao qual não tratamos como filho, formamos um patrimônio razoável juntos (financeiro e cultural, já que partilhamos nossa evolução como pessoas durante este tempo), nunca negamos nossa condição a quem sentiu necessidade de perguntar, nunca impusemos nossa situação de forma agressiva, com o objetivo de reivindicar um posicionamento social.

Na formação do patrimônio, tivemos algumas dificuldades, existe uma cláusula ne escritura de nosso apartamento dizendo que não formamos um casal, uma bobagem burocrática à qual nunca dei muito atenção, o que me traz arrependimento.

Nossas divergências e idiossincrasias são administradas civilizadamente na maioria das vezes, e de maneira ríspida e mal educada em algumas, e na maior parte das vezes, essas são provocações minhas.

Pronto, considero-me apresentado, mesmo para os que me conhecem.

O que motivou isto?? A frase do Ministro Ayres Brito, do Supremo, dando seu voto favorável à união estável entre casais do mesmo sexo. Muitas platitudes, obviedades, mas a frase abaixo chamou minha atenção por sua inadequação e clara falta de análise do seu conteúdo:

"Aqui, o reino é da igualdade absoluta, pois não se pode alegar que os heteroafetivos perdem se os homoafetivos ganham - explicou." (transcrição de O Globo do dia 5 de maio de 2011, página 3).

Resumiu-se tudo em um perde e ganha?? Ridículo, senhor Ministro. Do que se trata é da reparação de supressão de direitos!!!Direitos são negados por sermos gays, direitos são escamoteados por navegarmos no mesmo mar que todos navegam, mas aproveitando uma corrente diferente. Não existe, filosofica, financeira ou juridicamente, a tal igualdade absoluta.

Do que se trata é de reconstituição dos direitos básicos constitucionais, de formação de família, garantia de patrimônio, garantia do direito à procura da felicidade.

Vamos mudar esta idéia de que os gays estão ganhando um presente...façam o que é preciso para que as pessoas homoafetivas (termo tão caro ao Ministro) tenham reconhecida a necessidade de ser um cidadão em pleno gozo de seus direitos, já que nunca fomos eximidos de nossos deveres por sermos gays.

Eu não quero me casar, eu não quero adotar uma criança, eu não quero poder chamar o Alberto de marido, nem quero ser chamado assim. Nosso companheirismo ou seja lá como gostam de chamar já atravessou momentos muito mais conturbados do que esse. Mas eu quero que as pessoas que sonham esses desejos não tenham de acordar em uma realidade cruel, segregadora e preconceituosa.

Então, desabafei....

quinta-feira, 24 de março de 2011

e.e. cummings

e.e. cummings' Erotic Drawings - Galleries - The Daily Beast

e e cuumings é uma onda...vai...vem....entra na moda, sai de moda, mas é sempre bacana!!!Esses são dez desenhos eróticos, com dez poemas idem, uma delícia. Aproveitem!!

sexta-feira, 4 de março de 2011

ee cummings Somewhere I have never travelled..."



o poema é de e e cummings, Somewhere I have never travelled...O leitor é o próprio, uma chance rara...

Tom Waits lê Charles Bukowski



Ninguém mais adequado...

Bettye LaVette



Já postei Bettye aqui, cantando Moody Blues...agora, ela canta Stones, no programa do David Letterman. A música é Salt of the Earth. Nada pode defini-la melhor....

Carmen McRae



Minha favorita, of all times...lembro-me dela no Maksoud Plaza, em São Paulo, quando os tempo$$$ eram outros...De qualquer forma, ela era uma orquestra, uma delícia de se ouvir ao vivo e uma delícia de se ouvir em casa, percebendo toda a sutileza de suas divisões...e além do mais, foi ela que socorreu Bilie Holiday quando a Ella (Fitzgerald) recusou-se a ajudá-la (Bilie, of course). If You Never Fall In Love With Me é linda, embora eu tenha me apoixonado por Carmen há tempos...

domingo, 20 de fevereiro de 2011

John Keats




The day is gone, and all its sweets are gone


For Fanny Brawne

The day is gone, and all its sweets are gone!
Sweet voice, sweet lips, soft hand, and softer breast,
Warm breath, light whisper, tender semitone,
Bright eyes, accomplished shape, and lang'rous waist!
Faded the flower and all its budded charms,
Faded the sight of beauty from my eyes,
Faded the shape of beauty from my arms,
Faded the voice, warmth, whiteness, paradise!
Vanished unseasonably at shut of eve,
When the dusk holiday—or holinight—
Of fragrant-curtained love begins to weave
The woof of darkness thick, for hid delight;
But, as I've read love's missal through today,
He'll let me sleep, seeing I fast and pray.

Foto de Rui David.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Odylo Costa, filho

As pontes

(a Marly)


Doce luz de azulejo em claro céu
entre marés, luares e telhados,
eras, minha São Luís, estranho pássaro,
com as asas amarradas pelas cordas
de movediça prata dos teus rios.


Veio o gume das pontes e as cortou.

E as asas livres se abrem pela terra
num espreguiçamento de alvorada.

Erguem-se voando baixo sobre os mangues.
São garças? São guarás? manchas no Sol.

Levam às praias a memente rara
de sobrados, mirantes e varandas.
O braço do homem luta contra o pântano
e arranca o chão dos bichos e da lama
para estender ao sol, sobre as areias
antes do passo humano mal trilhadas,
doce luz de azulejo em claro céu.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Charles Bukowski



Esta animação é inspirada pelo poema de Bukowski, Blue Bird. Transcrevo-o abaixo, para dar uma idéia...

there's a bluebird in my heart that
wants to get out
but I'm too tough for him,
I say, stay in there, I'm not going
to let anybody see
you.
there's a bluebird in my heart that
wants to get out
but I pur whiskey on him and inhale
cigarette smoke
and the whores and the bartenders
and the grocery clerks
never know that
he's
in there.

there's a bluebird in my heart that
wants to get out
but I'm too tough for him,
I say,
stay down, do you want to mess
me up?
you want to screw up the
works?
you want to blow my book sales in
Europe?
there's a bluebird in my heart that
wants to get out
but I'm too clever, I only let him out
at night sometimes
when everybody's asleep.
I say, I know that you're there,
so don't be
sad.
then I put him back,
but he's singing a little
in there, I haven't quite let him
die
and we sleep together like
that
with our
secret pact
and it's nice enough to
make a man
weep, but I don't
weep, do
you?

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

The White Stripes




We're Going To Be Friends

Uma pena, eles resolveram que já deu!!! E eu ainda gosto, muito, da "Seven Nations Army.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Madagascar, A Journey Diary



Uma animação do Director Bastien Dubois, feita de forma hipercriativa!!!Cadernetas de viagem que ganham vida, movimento e beleza. Bom, beleza não, já que são belos por si!!Aproveitem!!!!

domingo, 6 de fevereiro de 2011

The Dead



O autor do poema é Billy Collins e há vários poemas dele por aí...

Dianne Reeves & Lou Rawls



Fine Brown Frame é o nome da música. Eu gostaria de postar (i fell like) A Motherless Child, mas não achei. Se alguém tiver, please, send me.

Obrigado...

sábado, 5 de fevereiro de 2011

POMONA PIZZAS

Tenho uma tendência em ser condescendente com quem está iniciando, entender os problemas decorrentes de uma exposição em um veículo poderoso, incentivar quem está começando, mas sou absolutamente intolerante com mau caráter, mentira e enrolação.
Pedimos uma pizza às 21:26 h de sexta feira e foi dito que deveríamos esperar aproximadamente uma hora. Ao telefone, o presunçoso atendente disse que sua pizza era melhor do que a do Braz...(eu devia ter suspeitado!). Às 23:05, ligamos para saber a quantas andava nosso disco mata-fome, e, ôba, ele já estava a caminho...Pratos à mesa, entusiasmo, gelo nos copos....às 23:30, nova ligação, onde andaria nossa querida amiga pizza? "Acabou de sair", diz o atendente para um já não tão entusiasmado cliente, que ainda assim se dispôs a esperar mais alguns minutos. Ás 23:46, ligamos para cancelar o pedido (se vc não fez as contas, faço eu: 2 horas e 20 minutos, 140 minutos no total!!!), e a resposta foi um "OK!!"...Cinco minutos depois, alguém liga da pizzaria dizendo que o entregador estava perto, perdido e se não poderíamos receber a pizza...que nunca apareceu!!
Francamente, o jornal O Globo deveria ser mais cuidadoso com as pessoas/empresas que promove e também deveria, pelo tempo de carreira, saber detectar um jabá amigo. Isso não se faz, O Globo!! Isso não se faz, Juarez Becosa!!!E aos jovens empreendedores: o mercado não tem mais lugar para gente que não leva o cliente a sério!!Pomona Pizzas, NUNCA MAIS!!!

ET: o citado estabelecimento fica a três (3, tri, three, trois, drei, III quarteirões de minha casa!!!)

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Thom Gunn


Já postei um poema dele, The Hug, um dos meus all time favorites. Ele é, melhor, era inglês, tem vários livros publicados, infelizmente nenhum aqui (novidade?).




The Dump


He died, and I admired
the crisp vehemence
of a lifetime reduced to
half a foot of shelf space.
But others came to me saying,
we too loved him, let us take you
to the place of our love.
So they showed me
everything, everything--
a cliff of notebooks
with every draft and erasure
of every poem he
published or rejected,
thatched already
with webs of annotation.
I went in further and saw
a hill of matchcovers
from every bar or restaurant
he'd ever entered. Trucks
backed up constantly,
piled with papers, and awaited
by archivists with shovels;
forklifts bumped through
trough and valley
to adjust the spillage.
Here odors of rubbery sweat
intruded on the pervasive
smell of stale paper,
no doubt from the mound
of his collected sneakers.
I clambered up the highest
pile and found myself
looking across not history
but the vistas of a steaming
range of garbage
reaching to the coast itself. Then
I lost my footing! and was
carried down on a soft
avalanche of letters, paid bills,
sexual polaroids, and notes
refusing invitations, thanking
fans, resisting scholars.
In nightmare I slid,
no ground to stop me,

until I woke at last
where I had napped beside
the precious half foot. Beyond that,
nothing, nothing at all.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Curso de encadernação

 


Na foto, o resultado do curso de encadernação com a Rosa Guimarães, uma delícia que quero repetir!!!Delicadeza, capricho, cuidado máximo com os detalhes.. o resultado não poderia ser melhor. Espero ter guardado pelo menos um décimo do que me foi mostrado. Estarei muito melhor!!!
Posted by Picasa

Carlos de Oliveira

E viva Portugal, nosso avozinho que sói acontecer de ser mais moderno que os netos!!!


"Aço na forja dos dicionários
as palavras são feitas de aspereza:
o primeiro vestígio da beleza
é a cólera dos versos necessários."

(no livro Mãe Pobre)

sábado, 8 de janeiro de 2011