quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Conquista da América - parte III - The End


Ao contrário de várias pessoas, não tenho nenhum tipo de prevenção contra os americanos. Na verdade, não tenho prevenção contra nacionalidade alguma, com exceção dos marcianos, mas aí já entramos em outro campo.

Dean & DeLucca de Washington, em Georgetown, o lugar para se passear por lá. Restaurantes, lojas, gente bonita.

Como se vê, Washington é (quase) toda assim: prédios baixos, arborizada, muitos parques e monumentos. 


Por falar nisto, vcs já pensaram que qualquer que seja o extraterrestre que nos contate, nós seremos os botocudos supersurpresos e admirados, e prontos para sermos derrotados/devorados/usados com cobaias da civilização que nos encontrar? A menos que sejam drones que se aproximem, então tudo fica mais fácil.

Lembram de Forrest Gump? Então...O Obelisco está sendo reformado, mas é muito lindo, e haja parques...
Preciso ainda escrever o post do blog Cavezan, que trata quase que exclusivamente de encadernação. Há um post sobre Buenos Aires lá que surpreendeu até a mim...era para estar aqui...rs
Momento totalmente Nani Gouveia, junto ao monumento mais emocionante que já vi. São apenas nomes, 58 mil e tantos, sem estar em ordem alfabética. Como é americano (o monumento), existe um app para você localizar o nome que se quer.

Vida cultural em NYC: só não se faz o que não se quer. Alguns programas exigem meses de planejamento, com antecedência, principalmente se for mainstream. No mais, um, dois meses bastam, inclusive há lugares que somente aceitam reservas trinta dias antes do evento.

Interior da Biblioteca do Congresso, impressionante...

Museus, galerias e outros: só adquirem vida após o Labor Day, este ano cai em 2 de setembro, não sei se é móvel. O Google sabe!! A grande maioria das galerias que agitam as ruas 19 a 25 estava fechada, uma ou outra exposição, um ou outro summer show.É padrão, isto é, repete-se todo ano: nada acontece antes da retomada das aulas, que é depois do feriado. Cuidado ao se programar, mas adianto que os restaurantes e alguns outros lugares ficam mais acessíveis e reservas são conseguidas com mais facilidade no último mês do verão (agosto).

Ruas de Nova Iorque. No caso, a Broadway e ao fundo, vermelha, a Strand, livraria de usados, 8 miles of books....Fecharam a loja de Seaport, uma pena.




Museus: mesma coisa, se não considerarmos os acervos. Se bem que o Metropolitan, o Moma, o Whitney preenchem semanas de visitas somente com o acervo. As exposição especiais, geralmente, também são depois do verão, começando em outubro, meio de setembro. Tivemos muita sorte em ter visto a exposição do Edward Hopper (Whitney) e também a do Modernismo Americano (Moma), com mais quadros de Hopper, Georgia O'Keefe, uma série inteira do Jacob Lawrence (meu queridinho do momento!!) e outros menos votados, o que não é o caso do Stuart Davis!! No Moma, Le Corbusier também comparecia com uma exposição imensa, da qual não gostamos muito, se limitava a expor o acervo da Fundação Corbusier, de Paris.
O quadro dos pratos do Momofuku...não perca e não tenha medo de experimentar. A comida é maravilhosa. Não, Valéria, você não vai gostar..rs. Mas a cerveja é ótima, David.

As perspectivas para setembro e outubro eram ótimos, estava programada uma hiper-exposição sobre Matisse e também uma sofisticadíssima exibição sobre a arte flamenca. Quem sabe eu volto? Para saber das coisas com antecedência, os sítios dos museus são ótimos.
O Capitólio, símbolo de poder!Todo mundo gentil e educado, afinal, com quem estou falando? Os gramados impecáveis e tudo organizadíssimo ao redor. A foto foi tirada por uma brasileira, é claro.

E não deixe de ir aos museus pequenos, que são surpreendentes quase sempre: a Frick Collection, o Rubin Museum, somente de arte asiática, mas sempre tem as melhores exposições, o Museu de Arte e Design (MAD), a Neue Gallery (arte européia), o New Museum (arte moderna, às vezes demais), o Museu da China na América, o Museu do Sexo, enfim, há muitas opções para você gastar seu tempo e enriquecer seu vocabulário. E ainda tem o The Cloisters, um braço medieval do Metropolitan, longe à beça, mas é um ônibus só, ou um metrô. Anime-se!!

Columbus Circle, muita coisa para se ver: Museu de Arte e Design, shopping center, com o Per Se (melhor restaurante dos EUA) dentro, a estátua do idem, início do Central Park, passeio de carruagem...
Bares e clubes de música têm mais de uma revista, revista mesmo, que pode ser consultada pela internet. A programação já atinge até o final do ano, mas nem todos aceitam reservas com tanta antecedência. Os teatros dos musicais vendem antecipadamente, mas, a menos que seu inglês seja perfeito - afinal, são quase três horas de espetáculo contado através de canções - não vale muito a pena pagar tão caro (US$ 150, por um lugar nem tão bom assim) para boiar no plot. As filas para os ingressos mais baratos, tanto no TKTS como na porta dos teatros são enormes e começam cedo, na hora do almoço. "O Livro dos Mórmons", por exemplo, tinha fila às onze da manhã!!!
Manhattan vista de Nova Jersey, deslumbrantemente linda...a foto foi tirada do Parque Hamilton, que tem o monumento aos mortos da Guerra da Coréia (se estou enganado, corrijam-me). Ao final da tarde, com o sol apenas nos prédios, é de tirar o fôlego.
Vimos "Kinky Boots", uma adaptação quase literal (algumas cenas são idênticas às do filme!) do filme, divertida, muita música (duh!!), dois shows no Kitano, um no Blue Note, e havia muita gente que não conhecíamos. Com o dólar a R$ 2,50 não dá para arriscar muito, é preciso alguma informação prévia. Mas há os concertos gratuitos do Central park, mas nestes o tambor toca muito alto.
O final de Kinky Boots. 

Esqueci alguma coisa? Caso a resposta seja sim, poste aí um comentário que eu terei prazer em responder. Mas repito aqui uma advertência que já fiz em outro post: descubra sua cidade, descubra o que você gosta em Nova Iorque. Você vai se surpreender com a qualidade e a quantidade das opções que existem à mão, desde que você se disponha a gastar algum tempo circulando pela rede. As informações estão aí mesmo, qualquer que seja ela!

A cidade vista do rooftop do Metropolitan, que só fica aberto durante o verão.

Americano é muito besta, é a essência deles! Mas são simpáticos, solícitos e, no mais das vezes, corretos. Aparentam serem comportadíssimos, mas não são!!Aparentam ser organizadíssimos, mas não são!! As revistas são feitas pela metade, se fosse o caso, teríamos entrada com um elefante todo ornamentado no avião e nos museus. Mas fomos revistados do mesmo jeito, entendem? O Metropolitan "sugere" que você pague US$ 25,00 para entrar lá. Leia as letras pequenas: você paga quanto quiser e nós sempre quisemos pagar US$ 1,00 (um dólar). E aí vem a americanice: eles tratam você e seu dolarzinho como se você fosse o melhor cliente que eles pudessem ter!!Não é ótimo? Na visita guiada da Biblioteca Pública de Nova Iorque, a senhora, são todas senhoras, as guias, a senhora avisa que "ao final da visita" teremos um bilhete que nos dará desconto de até 20% na loja!! "Afinal, somos americanos!" diz ela.

E americanos eles são.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Conquista da América - Parte II

É impressionante o orgulho que os norte-americanos têm de sua bandeira!!Usam-na para tudo, todos os motivos e fazem questão de ostentá-la!!Parece um país que eu conheço. Qual o dia da bandeira brasileira? Um doce para quem se lembra, se tiver menos de 40 anos. Se cantar o Hino, dois doces e um cachorro-quente.
Nova Iorque, eu adoro Nova Iorque, já pensei seriamente em me mudar para lá, mas o Paquinho não consegue aprender inglês...


O Monumento que ficará no lugar do WTC...muito lindo e o prédio é maravilhoso. Eu tirei a foto, mas não estou encontrando....
Quem vai sempre, já deve ter percebido as mudanças: os serviços já não têm o mesmo rigor e atenção de outros tempos, as travessias de rua já não são tão seguras como costumavam ser, os preços andam doidos, enfim, houve mudanças sutis e não tão sutis assim, a cidade já não é uma delícia permanente, é preciso estar mais atento e menos disposto a se esquecer que viemos de Cucaracha Country.


Paul, Raul e eu em Fire Islands, em um dia não tão próprio para praia...O meu patrimônio são meus amigos, como escreveu Emily Dickinson....estou riquíssimo com estes dois!!!
A principal dica que tenho de Nova Iorque poucos do que lêem aqui podem aproveitar: é contar com a atenção, o carinho, a disposição de ser gentis de Paul e Raul, nossos amigos queridos que têm a capacidade de nos fazer sentir em casa mesmo quanto atravessamos um episódio tão escroto como o que passamos em New Hope. Estão mudando para Manhattan, espero e desejo muito que sejam felizes lá e que se dêem superbem. Merecem, fazem por onde e batalham para conseguir o que querem. Não há chance de dar errado!!!

Esta, nem a Valéria. Manhattan, vista de Weehawken, New Jersey. E o lugar ainda tem história.....

Columbus Circle, visto do banquinho em frente ao MAd - Museu of Art and Design.
Uma notícia boa para quem gosta de muffins e cupcackes: a Magnólia Bakery abriu uma loja na 5ª Av. Endereço??Google, só dou a notícia, serviço não.

Restaurantes: procurem andar pela Hell's Kitchen, 8ª e 9ª Av., entre as ruas 37  e 47. Há centenas de restaurantes, alguns muito bons, outros ruins, mas é sempre bom ter em mente que o médio em Nova Iorque é muito bom para os padrões Rio. Preços então, é melhor nem comentar, senão vão achar que é campanha contra a cidade maravilhosa que um dia chega lá...ou não.

Pátio das esculturas do Moma, exposições magníficas, muita gente e este refresco!!!Os museus estão caros, há macetes para se pagar menos, mas nem é o caso.
Fomos ao Breeze, um franco-Thai, comemos uma comida ótima, o atendimento é pós-NYC. Demora, não entendem o que vc fala (Alberto acha que eles fingem que não entendem, para não ter trabalho! Isto por que não conhecem o meu poder de insistência...rs). Fomos ao Aureole, ao Le Cirque, ao Locanda Verde, ao Momofuku,  comemos pedaços de pizza, tomamos sopa japonesa, comemos porcarias.Tudo satisfatório, dentro da proposta de cada um. Evidentemente, alguns mais satisfatórios do que outros, mas não é tudo assim?
Cerveja, um vício americano!!
Um vício mesmo!!
Importante é ter em mente que o conceito de chique é diferente na Grande Maçã: eles querem é que você gaste. O Le Cirque, por exemplo: tem uma parte em que você só pode entrar de paletó, outra é mais casual. Mas se você fizer questão da parte chique, eles têm um paletó para emprestar, mesmo que vc esteja usando o mesmo jeans há quinze dias. Sem problemas, o tratamento é atenciosíssimo, o serviço muito bom. Mas, tristemente, em mais de um restaurante não havia o ingrediente de um dos pratos que pedimos, o que nos leva ao segundo parágrafo deste post.

Arte de rua, vista de dentro de um dos prédios cheios de galerias do Chelsea. Não, não sei de quem é nem o endereço. Mas é absolutamente lindo!!

Obras, NYC inteira está em obras, o que prejudica muuuito o trânsito. Não se preocupe, você vai ter problemas qualquer seja o meio que escolher para se deslocar. O Metrô (não se esqueça, o cartão de 7 dias, a US$ 31 se paga já no segundo dia, se você for um viajante viajador. E pode ser recarregado e deve ser guardado para uma próxima viagem, o que reduzirá o custo em US$ 1!!!) está em obras, é preciso ler os avisos e prestar atenção nas placas, senão tudo fica mais difícil. Táxi é barato, ônibus funciona muito bem, não se esqueça que os M sobem e descem e os outros são perpendiculares. Não tem erro!!

Nós, em Weehawken...

As pernocas balançando...rs...ergonometria americana não serve para brasileiros mesmo!!!
Não somos de fazer muitas compras, eu comprei material de encadernação e meu casaco na Uniqlo, tarefa desenhada já no Rio. O Century 21 agora é uma loja arrumada, fácil de encontrar o que se precisa. Não tem mais graça, mas os preços ainda são bons, principalmente de coisas para casa: lençóis, fronhas, toalhas, coisas de cozinha. Não compre nada antes de dar um pulo lá, os preços são muito bons. Evidentemente que coisas específicas não são encontradas por lá, mas facilita muito achar tudo em um lugar só. Você pode aproveitar a visita ao Monumento do World Trade - como assim, não vai? Tem de ir, é lindo, é um espanto e significa muito-, o C21 fica logo ao lado.

O salão de leitura principal da NYPL!!Este é um dos lados, no total é maior do que um campo de futebol americano!!Mais de 110 metros!!!

Crianças, gente, como NYC tem crianças!!! Foi a primeira vez que fomos no verão, mas a quantidade de crianças é assustadora. Mas é enternecedora a maneira como eles tratam as crianças, como estão conscientes de que elas representam mesmo o futuro, não é apenas uma figura de linguagem. Como exemplo, o rascunho, isto mesmo, rascunho da New York Public Library, feito por Dr. John Shaw Billings em um pedaço de papel, já reservava uma parte enorme para as crianças, você pode ver lá: "Children". UM espanto!! e mais espantado ainda ficamos quando soubemos que a biblioteca foi construída no lugar do reservatório de água da cidade, que hoje está no Central Park. E se você não está habituado a frequentar bibliotecas, frequente esta, é facílimo, as pessoas são muito gentis e solícitas, ajudam mesmo. Mesmo que você não entenda a ajuda (meu caso!...rs). Eu era fã, virei superfã, e volto sempre!! Eles tem tudo, a biblioteca está aberta para qualquer pessoa, tem visitas guiadas para os não-desbravadores, enfim, tudo que uma Biblioteca Nacional aqui não é!! Estive com a Enciclopédia de Diderot, edição de 1 e nada nas mãos. Chega???

De repente, uma pracinha agradabilíssima....NYC tem muito isso!!



Atenção para atravessar as ruas, os motoristas ou são russos ou paquistaneses, indianos ou bengals - cuidado para não confundir os três últimos, pode provocar um desentendimento sério -, você entra no táxi e está lá um sujeito diferente dos nossos padrões, com uma barbona, sem bigode, quipá na cabeça, um inglês que o Alberto adora (ele entende tudo...rs) e você nunca tem certeza de que ele entendeu o que foi falado...tudo fica mais emocionante. Mas eles não respeitam mais os sinais, passam por cima. E o mesmo vale para as bicicletas, agora com as ciclovias, ficou muito perigoso andar distraído pelas ruas de NYC, um dos maiores prazeres de se estar lá. Elas surgem de qualquer lugar, a velocidades ultrassônicas...cuidado, mesmo!! Mas você pode dar a volta em toda NYC de bicicleta, pelos parques à beira dos rios. Aqui você encontra os mapas onde andar de bicicleta e elas estão para alugar por toda a cidade.
Arte africana no Metropolitan...tem de ir, sempre!!

Este post está ficando muito longo, depois eu conto aos poucos as minhas perspicazes observações sobre o comportamento do americano e do ridículo comportamento dos brasileiros, que insistem em se calar na presença dos compatriotas. Jecas!!! E como se comportam mal....eu, nestas horas, sou húngaro, ou francês, como já nos confundiram.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Como vemos o mundo...



Tudo depende de como encaramos o que acontece à nossa volta. Um dos preceitos budistas que mais me afeta é aquele que diz que o comportamento dos outros não pode afetar a maneira como você vê e sente o mundo. Tudo bem, mas vamos admitir que é muuuuito difícil?



Coloquei um post sobre os médicos de Cuba e recebi algumas mensagens, que eu deletei, cheias de ódio e rancor, repletas de um sectarismo cego e sem sentido.A melhor argumentação que arrumaram foi a de que existe trabalho escravo no Brasil e eu não falei nada contra!!Como se precisasse!!E como se justificasse o tratamento que tais médicos vêm recebendo do Governo Brasileiro. Como você se sentiria se  dois terços de seu salário fossem diretamente para o Governo?


Para quem não costuma fazer contas, quatro meses e meio do ano aqui no Brasil são gastos apenas para pagar o imposto de renda e outros. São doze meses, então quatro meses representam um terço do ano, mais de quatro meses, mais de um terço...se considerarmos que todos os produtos, tudo o que é consumido tem imposto, a quanto isto chegaria? As contas da Fecomé3rcio, Firjan, Febraram falam em 37%, então como ficamos? Quem não paga imposto de renda, ok. E quem paga?







Acho estúpido, cruel, desonesto e malandro terem convocado os médicos cubanos para trabalhar no Brasil. Eles não sabem nada da população brasileira, de suas dificuldades. Tudo isto está me parecendo uma daquelas jogadas tão brasileiras, para beneficiar os "companheiros" que foram tirar seus diplomas em Cuba, depois de fracassarem nas peneiras nacionais, mesmo com todas as cotas e sistemas de privilégio instituídos pelo Governo. Mas não se pode provar, não se pode falar.

Na verdade, do que quero falar é do falso canil que existe no aeroporto de Washington para os cachorros que viajam com os donos. Temos as fotos, então vejam: tem falso hidrante, mangueira para banho, saquinhos e cesto de lixo para a sujeira, gramadinho, uma gracinha....

De alguma forma, isto fala do povo americano, de sua representação e do esforço dos representantes comunitários no sentido de satisfazer as necessidades das pessoas, mesmo que sejam representativas de uma certa minoria.






É isto: muito bom ter cachorro em Washington, muito ruim ser médico em Cuba, pior ainda ser médico cubano no Brasil.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Conquista da América - Parte I


Eu e Alberto, em frente ao Capitólio. O importante aqui é o azul!!Vejam que azul do céu!!!

Pensaram bobagem, tenho certeza!!Conquista aí também serve para ser conquistado, jogar tanto charme que torna-se praticamente irresistível!!Eu adoro os Estados Unidos, que eles insistem em chamar de América, não sei a razão, ou nem procurei saber, fica melhor assim. Eles têm problemas até com o número de continentes...
Este é o Monumento aos Mortos da Guerra do Vietnã...só os mortos americanos, é claro! Um dos momentos mais emocionantes da viagem e um monumento emocionantíssimo à estupidez humana. Chorei à beça!!E os nomes não estão em ordem alfabética, há um app para localizar o nome. Só americano...
A melhor e principal dica de Nova Iorque (ou New York, meio termo é que não dá!) ninguém que está lendo isto aqui pode aproveitar, ou poucas pessoas: a amizade, o carinho e a atenção do Paul e do Raul, sempre que vamos visitar sua (deles) cidade!! Podem reclamar à vontade, mas vocês que me lêem não terão sequer um vislumbre do conforto que é poder contar com a presença dos dois, sempre atentos e sempre por perto. Agradeço muito e aviso que ano que vem tem mais!!!

Viagens são para isto, descobertas...Jacob Lawrence, um pintor americano, expressionista, mas com uma força que faz pensar sobre até onde pode ir o talento e a estupidez humanos. Retrato horror com poesia e o quadro dele, A Carta, bom...se não fizer você pensar sobre a validade de ser humano, você tem algum sério problema.
Este ano começamos por Washington, que para mim, foi totalmente surpreendente!!Uma das vantagens de ser ignorante (e saber disto, é claro!): estamos sempre nos surpreendendo com o que, para alguns, é totalmente banal. Uma cidade que transpira e deixa sentir ter porder, aquela coisa do Mighty Mighthor: "Pelos poderes de Greyskull!!". Tudo lá é assim, sente-se a presença do poder por trás de quase tudo que se vê , fala ou recebe. O tratamento tem de ser impecável, afinal pode-se estar falando com alguém que importa, entendem? E, com a repetição, passou a ser o padrão. Então, Washington é assim: pede-se por favor, fala-se muito obrigado, conversa-se em voz baixa, tudo funciona, e a gentileza corre pelos menores quotidianos gestos. Uma beleza!!
O próprio, aqui no seu disfarce favorito de Joaquim Barbosa disfarçado de "Caçador de Lewandoswkis"....
Como se não bastasse, a cidade ainda tem atrativos: um sistema ótimo de transporte, os policiais mais bonitos que já vi (ficaste para trás, Berlin!!!), os monumentos mais significativos que pude entrar, muitas lembranças de fatos e momentos que não vivi (quem é que não se lembra da Marcha dos 100 mil ou do filme Forrest Gump - mesma coisa, mas a referência é outra, né não?). O Capitólio é de uma beleza....e a Biblioteca do Congresso chega a ser intimidadora, pela beleza de seus corrredores. Só para vocês terem uma ideia: a atendente dos turistas, ao saber que eu era (sou, né?) um encadernador, já queria agendar uma visita ao setor competente, me colocar para falar com o encarregado de restauro...se eu pudesse ter ficado lá mais uns dias, teria muito mais para contar.
UM espanto!!!
Monumento aos mortos da 2 WW










A cidade é linda, com prédios baixos, acredito que devido a algum diploma legal, muito arborizada, parques para todos os lados e centenas de museus e casas de cultura, um espanto para os olhos...e ainda fomos privilegiados por dias de céu claro e sol ameno, perfeitos para um passeio.

Andando pelos parques, Alberto nem reclamou do joelho

Sala de leitura da Biblioteca do Congresso. Post exclusivo para ela.

Museu do Espaço e Aeronáutica. Aviões i-n-t-e-i--r-o-s!!!!!

Museu do Índio Americano, aqui no sentido de três Américas, que os americanos dizem que são duas só. Eles e o resto!!Cuy!!!

Os museus Smithsonian são gratuitos e não dá nem para acreditar na qualidade deles. O Museu Aeronáutico e Espacial é de deixar qualquer um de boca abertíssima e o Museu do Índio Americano, bom, só o prédio já dá água na boca, e ainda se da ao luxo de ter índios do Maranhão, quando fala dos povos indígenas. Todos os museus são enormes, reserve muito do seu tempo. Um dia ainda conto para vocês a epopéia (acho que não tem mais acento, se analogizarmos com a palavra "ideia"...gostaram do meu momento "pt" total? Analogizarmos....não é bom???)

The Letter, do Jacob Lawrence. Da série World War. Também tem a série das migrações, que é tão bonita quanto.
E tem a Phillips Collection....bom, googlem aí e vcs terão uma ideia!! Aviso que Jacob Lawrence, pintor, não é para iniciantes ou emocionalmente fragilizados. Cuidado!! E também tem a maior coleção de Braque do mundo, e os comentários do fundador da instituição sobre a diferença entre Picasso e Braque....só lendo!!
O prédio do Museu do Índio Americano!!Inacreditável!!

O Capitólio, indo para a Biblioteca do Congresso! Impressiona mesmo!!!


Bons restaurantes, afinal o Poder gosta de se alimentar e de comer bem, bons bares, infelizmente a globalização está descaracterizando todos os lugares do mundo. Com um pouco de abstração, poder-se-ia estar em São Paulo, Cingapura, Bangkock...uma pena. E os aparelhinhos eletrônicos? De cada dez pessoas, 9 (contamos na rua e no Metrô!!!Ibope particular.), em média, carregam nas mãos ou estão usando um aparelho eletrônico, não importa a atividade que estejam exercendo.
Não custa nada lembrar: somos todos parte de algo maior, por mais diferenças que existam entre nós!!

Isto me faz voltar a um post meu, aqui, 140 caracteres, onde Sócrates (em Fedro, de Platão) descreve a reação de Tamus, o faraó egipcio, quando Thoth, o deus da escrita, lhe oferece a própria: indignação, medo e apreensão pelo fim do conhecimento, pelo surgimento de uma cultura de aparência...e esta história tem apenas 5 mil anos...

Toda esta ciência, toda esta eletrônica está nos afastando de nós mesmos, do verdadeiro conhecimento que importa: o auto-conhecimento, aquele que trouxe o Homem até onde está hoje e que permite que se veja, com tristeza, para onde está sendo levado. Uma pena, um sentimento de angústia quando pode se ver que o horizonte, afinal, não passa de uma tela cinematográfica, um verdadeiro(???) show de Truman, sem um final feliz.

Para quem quer dicas: não é a proposta, para isto temos o Google, Tripadvisor, Booking.com e um etc enorme, que vale uma viagem, com perdão do trocadilho.
Será ótimo quando sua viagem cheia de sucesso for resultado de um esforço além da leitura de um texto bobo num blog amigo.

sábado, 10 de agosto de 2013

Amor além da razão

Feliciano iria odiar, onde já se viu amar tanto assim?Coisa de anormal!!Há séculos eu não fico com os olhos cheios d'água lendo um texto. Fiquei, estou!! Desculpem-me se eu não traduzo, mas são as regras da casa. Aproveitem para um Readers Digest, enriqueçam seu vocabulário, googlem-se aí. Beijos molhados, involuntariamente!!


Em junho de 1945, o físico  Richard Feynman perdeu sua esposa,  Arline Feynman,  para a tuberculose. Com apenas vinte e cinco anos, ela era a namoradinha dele desde a escola, e ainda era mais, como diz Lawrence Krauss , na biografia de Feynman, escrita em 2012:
Richard and Arline were soul mates. They were not clones of each other, but symbiotic opposites – each completed the other. Arline admired Richard’s obvious scientific brilliance, and Richard clearly adored the fact that she loved and understood things he could barely appreciate at the time. But what they shared, most of all, was a love of life and a spirit of adventure.
Nos anos em que ficaram juntos, Richard e Arline trocaram muitas cartas, muitas delas  constantes da coletânea, Perfectly Reasonable Deviations from the Beaten Track.  Mas nenhuma delas é mais enternecedora, emocionante, do que a carta que ele escreveu dezesseis meses após a morte dela. Ainda desesperado, ainda perdido, Feinman escreveu uma carta catártica, que ficou fechada e selada até a sua morte, em 1988. Tocante ao extremo, a carta diz:

October 17, 1946
D’Arline,
I adore you, sweetheart.
I know how much you like to hear that — but I don’t only write it because you like it — I write it because it makes me warm all over inside to write it to you.
It is such a terribly long time since I last wrote to you — almost two years but I know you’ll excuse me because you understand how I am, stubborn and realistic; and I thought there was no sense to writing.
But now I know my darling wife that it is right to do what I have delayed in doing, and that I have done so much in the past. I want to tell you I love you. I want to love you. I always will love you.
I find it hard to understand in my mind what it means to love you after you are dead — but I still want to comfort and take care of you — and I want you to love me and care for me. I want to have problems to discuss with you — I want to do little projects with you. I never thought until just now that we can do that. What should we do. We started to learn to make clothes together — or learn Chinese — or getting a movie projector. Can’t I do something now? No. I am alone without you and you were the “idea-woman” and general instigator of all our wild adventures.
When you were sick you worried because you could not give me something that you wanted to and thought I needed. You needn’t have worried. Just as I told you then there was no real need because I loved you in so many ways so much. And now it is clearly even more true — you can give me nothing now yet I love you so that you stand in my way of loving anyone else — but I want you to stand there. You, dead, are so much better than anyone else alive.
I know you will assure me that I am foolish and that you want me to have full happiness and don’t want to be in my way. I’ll bet you are surprised that I don’t even have a girlfriend (except you, sweetheart) after two years. But you can’t help it, darling, nor can I — I don’t understand it, for I have met many girls and very nice ones and I don’t want to remain alone — but in two or three meetings they all seem ashes. You only are left to me. You are real.
My darling wife, I do adore you.
I love my wife. My wife is dead.
Rich.
PS Please excuse my not mailing this — but I don’t know your new address.
do sítio  Letters of Note, reproduzido no portal Open Culture. Só me resta agradecer!!..e pensar que gostaria de saber amar assim.