quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Konstantin Kavafis





Momento Caras: era dele o poema (Ithaca) lido no enterro da Jackie O! O que isto significa, não tenho nenhuma noção! Mas o legal é conhecer o trabalho deste grego, que nasceu e morreu no dia 29 de abril (estas datas têm de significar alguma coisa!!)


Hidden Things

From all I did and all I said
let no one try to find out
who I was.
An obstacle was there
that changed the pattern of my actions
and the manner of my life.
An obstacle was often there
to stop me
when I'd begin to speak.
From my most unnoticed actions,my most veiled writing
-from these alone
will I be understood.
But maybe it isn't worth
so much concern,
so much effort to discover
who I really am.
Later, in a more perfect society,someone else
made just like meis certain to appear and act freely.





E, para não ficarem dizendo que eu não explico, só lanço sementes em solo infértil, salgado, segue o Ithaca...

As you set out for Ithaka
hope the voyage is a long one,
full of adventure, full of discovery.
Laistrygonians and Cyclops,
angry Poseidon—don’t be afraid of them:
you’ll never find things like that on your way
as long as you keep your thoughts raised high,
as long as a rare excitement
stirs your spirit and your body.
Laistrygonians and Cyclops,
wild Poseidon—you won’t encounter them
unless you bring them along inside your soul,
unless your soul sets them up in front of you.
 
Hope the voyage is a long one.
May there be many a summer morning when,
with what pleasure, what joy,
you come into harbors seen for the first time;
may you stop at Phoenician trading stations
to buy fine things,
mother of pearl and coral, amber and ebony,
sensual perfume of every kind—
as many sensual perfumes as you can;
and may you visit many Egyptian cities
to gather stores of knowledge from their scholars.
 
Keep Ithaka always in your mind.
Arriving there is what you are destined for.
But do not hurry the journey at all.
Better if it lasts for years,
so you are old by the time you reach the island,
wealthy with all you have gained on the way,
not expecting Ithaka to make you rich.
 
Ithaka gave you the marvelous journey.
Without her you would not have set out.
She has nothing left to give you now.
 
And if you find her poor, Ithaka won’t have fooled you.
Wise as you will have become, so full of experience,
you will have understood by then what these Ithakas mean.


Sei que alguns preferiam a tradução, mas estas já são traduções, já que o original, para mim, é grego....(Ainda vou acabar preso por causa dessas piadinhas....). Konstantin Kavafis escreveu pouquíssimo, acho que são apenas 140 ou 150 poemas, que ele revisava durante toda a vida, sem nunca aceitar uma forma final...ótimo..


O mito de Ulisses diz mais respeito à viagem e sua motivação do que à aventura, às peripécias. Grego não escrevia, grego analisava, subvertia, metaforizava (ainda vou virar político) e nem sempre o herói semi-deus preenche os requisitos básicos do nosso imaginário de herói...Muitas vezes, a essência está na capacidade de tomar a decisão, ficando esta e suas consequências em total segundo plano. Decidiu, está feito!!that's my motto... e, seguindo o conselho do poeta, eu "keep Ithaca always in my mind, ...but do not hurry the journey at all." Não é bom??? 





terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Fagundes Varela



Estudei no primário, pode uma coisa dessas? Era preciso saber português, ter um vocabulário razoável, a escola daqueles tempos era para formar, não formatar. Tudo isto provocado pela palavra "caminheiro", que me remeteu a Castro Alves (outro obrigatório na escola..."Caminheiro que passa pela estrada, seguindo pelo rumo do sertão, quando vires a cruz abandonada, deixe-a dormir em paz na solidão...) e ao Fagundes Varela.

Névoas

Nas horas tardias que a noite desmaia 
Que rolam na praia mil vagas azuis, 
E a lua cercada de pálida chama 
Nos mares derrama seu pranto de luz, 

Eu vi entre os flocos de névoas imensas, 
Que em grutas extensas se elevam no ar, 
Um corpo de fada — sereno, dormindo, 
Tranqüila sorrindo num brando sonhar. 

Na forma de neve — puríssima e nua — 
Um raio da lua de manso batia, 
E assim reclinada no túrbido leito 
Seu pálido peito de amores tremia. 

Oh! filha das névoas! das veigas viçosas, 
Das verdes, cheirosas roseiras do céu, 
Acaso rolaste tão bela dormindo, 
E dormes, sorrindo, das nuvens no véu? 

O orvalho das noites congela-te a fronte, 
As orlas do monte se escondem nas brumas, 
E queda repousas num mar de neblina, 
Qual pérola fina no leito de espumas! 

Nas nuas espáduas, dos astros dormentes 
— Tão frio — não sentes o pranto filtrar? 
E as asas, de prata do gênio das noites 
Em tíbios açoites a trança agitar? 

Ai! vem, que nas nuvens te mata o desejo 
De um férvido beijo gozares em vão!... 
Os astros sem alma se cansam de olhar-te, 
Nem podem amar-te, nem dizem paixão! 

E as auras passavam — e as névoas tremiam 
— E os gênios corriam — no espaço a cantar, 
Mas ela dormia tão pura e divina 
Qual pálida ondina nas águas do mar! 

Imagem formosa das nuvens da Ilíria, 
— Brilhante Valquíria — das brumas do Norte, 
Não ouves ao menos do bardo os clamores, 
Envolto em vapores — mais fria que a morte! 

Oh! vem; vem, minh'alma! teu rosto gelado, 
Teu seio molhado de orvalho brilhante, 
Eu quero aquecê-los no peito incendido, 
— Contar-te ao ouvido paixão delirante!... 

Assim eu clamava tristonho e pendido, 
Ouvindo o gemido da onda na praia, 
Na hora em que fogem as névoas sombrias 
– Nas horas tardias que a noite desmaia. 

E as brisas da aurora ligeiras corriam. 
No leito batiam da fada divina... 
Sumiram-se as brumas do vento à bafagem, 
E a pálida imagem desfez-se em — neblina!


Morreu totalmente maluco, doidinho mesmo...perdeu filho, mulher, não conseguiu se formar em Direito. Para quem tiver disposição de ler mais deste fluminense de Rio Claro, abaixo o poema feito    para curtir a dor pela morte da criança.




Cântico do Calvário
À Memória de Meu Filho
Morto a l l de Dezembro
de 1863.



Eras na vida a pomba predileta 
Que sobre um mar de angústias conduzia 
O ramo da esperança. — Eras a estrela 
Que entre as névoas do inverno cintilava 
Apontando o caminho ao pegureiro. 
Eras a messe de um dourado estio. 
Eras o idílio de um amor sublime. 
Eras a glória, — a inspiração, — a pátria, 
O porvir de teu pai! — Ah! no entanto, 
Pomba, — varou-te a flecha do destino! 
Astro, — engoliu-te o temporal do norte! 
Teto, caíste! — Crença, já não vives! 

Correi, correi, oh! lágrimas saudosas, 
Legado acerbo da ventura extinta, 
Dúbios archotes que a tremer clareiam 
A lousa fria de um sonhar que é morto! 
Correi! Um dia vos verei mais belas 
Que os diamantes de Ofir e de Golgonda 
Fulgurar na coroa de martírios 
Que me circunda a fronte cismadora! 
São mortos para mim da noite os fachos, 
Mas Deus vos faz brilhar, lágrimas santas, 
E à vossa luz caminharei nos ermos! 
Estrelas do sofrer, — gotas de mágoa, 
Brando orvalho do céu! — Sede benditas! 
Oh! filho de minh'alma! Última rosa 
Que neste solo ingrato vicejava! 
Minha esperança amargamente doce! 
Quando as garças vierem do ocidente 
Buscando um novo clima onde pousarem, 
Não mais te embalarei sobre os joelhos, 
Nem de teus olhos no cerúleo brilho 
Acharei um consolo a meus tormentos! 
Não mais invocarei a musa errante 
Nesses retiros onde cada folha 
Era um polido espelho de esmeralda 
Que refletia os fugitivos quadros 
Dos suspirados tempos que se foram! 
Não mais perdido em vaporosas cismas 
Escutarei ao pôr do sol, nas serras, 
Vibrar a trompa sonorosa e leda 
Do caçador que aos lares se recolhe! 

Não mais! A areia tem corrido, e o livro 
De minha infanda história está completo! 
Pouco tenho de anciar! Um passo ainda 
E o fruto de meus dias, negro, podre, 
Do galho eivado rolará por terra! 
Ainda um treno, e o vendaval sem freio 
Ao soprar quebrará a última fibra 
Da lira infausta que nas mãos sustento! 
Tornei-me o eco das tristezas todas 
Que entre os homens achei! O lago escuro 
Onde ao clarão dos fogos da tormenta 
Miram-se as larvas fúnebres do estrago! 
Por toda a parte em que arrastei meu manto 
Deixei um traço fundo de agonias! ... 

Oh! quantas horas não gastei, sentado 
Sobre as costas bravias do Oceano, 
Esperando que a vida se esvaísse 
Como um floco de espuma, ou como o friso 
Que deixa n'água o lenho do barqueiro! 
Quantos momentos de loucura e febre 
Não consumi perdido nos desertos, 
Escutando os rumores das florestas, 
E procurando nessas vozes torvas 
Distinguir o meu cântico de morte! 
Quantas noites de angústias e delírios 
Não velei, entre as sombras espreitando 
A passagem veloz do gênio horrendo 
Que o mundo abate ao galopar infrene 
Do selvagem corcel? ... E tudo embalde! 
A vida parecia ardente e douda 
Agarrar-se a meu ser! ... E tu tão jovem, 
Tão puro ainda, ainda n'alvorada, 
Ave banhada em mares de esperança, 

Rosa em botão, crisálida entre luzes, 
Foste o escolhido na tremenda ceifa! 
Ah! quando a vez primeira em meus cabelos 
Senti bater teu hálito suave; 
Quando em meus braços te cerrei, ouvindo 
Pulsar-te o coração divino ainda; 
Quando fitei teus olhos sossegados, 
Abismos de inocência e de candura, 
E baixo e a medo murmurei: meu filho! 
Meu filho! frase imensa, inexplicável, 
Grata como o chorar de Madalena 
Aos pés do Redentor ... ah! pelas fibras 
Senti rugir o vento incendiado 
Desse amor infinito que eterniza 
O consórcio dos orbes que se enredam 
Dos mistérios do ser na teia augusta! 
Que prende o céu à terra e a terra aos anjos! 
Que se expande em torrentes inefáveis 
Do seio imaculado de Maria! 
Cegou-me tanta luz! Errei, fui homem! 
E de meu erro a punição cruenta 
Na mesma glória que elevou-me aos astros, 
Chorando aos pés da cruz, hoje padeço! 

O som da orquestra, o retumbar dos bronzes, 
A voz mentida de rafeiros bardos, 
Torpe alegria que circunda os berços 
Quando a opulência doura-lhes as bordas, 
Não te saudaram ao sorrir primeiro, 
Clícía mimosa rebentada à sombra! 
Mas ah! se pompas, esplendor faltaram-te, 
Tiveste mais que os príncipes da terra! 
Templos, altares de afeição sem termos! 
Mundos de sentimento e de magia! 
Cantos ditados pelo próprio Deus! 
Oh! quantos reis que a humanidade aviltam, 
E o gênio esmagam dos soberbos tronos, 
Trocariam a púrpura romana 
Por um verso, uma nota, um som apenas 
Dos fecundos poemas que inspiraste! 

Que belos sonhos! Que ilusões benditas! 
Do cantor infeliz lançaste à vida, 
Arco-íris de amor! Luz da aliança, 
Calma e fulgente em meio da tormenta! 
Do exílio escuro a cítara chorosa 
Surgiu de novo e às virações errantes 
Lançou dilúvios de harmonias! — O gozo 
Ao pranto sucedeu. As férreas horas 
Em desejos alados se mudaram. 
Noites fugiam, madrugadas vinham, 
Mas sepultado num prazer profundo 
Não te deixava o berço descuidoso, 
Nem de teu rosto meu olhar tirava, 
Nem de outros sonhos que dos teus vivia! 

Como eras lindo! Nas rosadas faces 
Tinhas ainda o tépido vestígio 
Dos beijos divinais, — nos olhos langues 
Brilhava o brando raio que acendera 
A bênção do Senhor quando o deixaste! 
Sobre o teu corpo a chusma dos anjinhos, 
Filhos do éter e da luz, voavam, 
Riam-se alegres, das caçoilas níveas 
Celeste aroma te vertendo ao corpo! 
E eu dizia comigo: — teu destino 
Será mais belo que o cantar das fadas 
Que dançam no arrebol, — mais triunfante 
Que o sol nascente derribando ao nada 
Muralhas de negrume! ... Irás tão alto 
Como o pássaro-rei do Novo Mundo! 

Ai! doudo sonho! ... Uma estação passou-se, 
E tantas glórias, tão risonhos planos 
Desfizeram-se em pó! O gênio escuro 
Abrasou com seu facho ensangüentado 
Meus soberbos castelos. A desgraça 
Sentou-se em meu solar, e a soberana 
Dos sinistros impérios de além-mundo 
Com seu dedo real selou-te a fronte! 
Inda te vejo pelas noites minhas, 
Em meus dias sem luz vejo-te ainda, 
Creio-te vivo, e morto te pranteio! ... 

Ouço o tanger monótono dos sinos, 
E cada vibração contar parece 
As ilusões que murcham-se contigo! 
Escuto em meio de confusas vozes, 
Cheias de frases pueris, estultas, 
O linho mortuário que retalham 
Para envolver teu corpo! Vejo esparsas 
Saudades e perpétuas, — sinto o aroma 
Do incenso das igrejas, — ouço os cantos 
Dos ministros de Deus que me repetem 
Que não és mais da terra!... E choro embalde. 

Mas não! Tu dormes no infinito seio 
Do Criador dos seres! Tu me falas 
Na voz dos ventos, no chorar das aves, 
Talvez das ondas no respiro flébil! 
Tu me contemplas lá do céu, quem sabe, 
No vulto solitário de uma estrela, 
E são teus raios que meu estro aquecem! 
Pois bem! Mostra-me as voltas do caminho! 
Brilha e fulgura no azulado manto, 
Mas não te arrojes, lágrima da noite, 
Nas ondas nebulosas do ocidente! 
Brilha e fulgura! Quando a morte fria 
Sobre mim sacudir o pó das asas, 
Escada de Jacó serão teus raios 
Por onde asinha subirá minh'alma.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Bloomsbury rules!!!






Ah! O pessoal (ou Grupo, para os puristas) de Bloomsbury! Nenhuma das travas classe média, um comportamnento tão upper-class que até hoje são tão modernos que não são midiáticos! Sugiro "The Loving Friends", de David Gadd, àqueles que tiverem curiosidade sobre a tchurma.

O poema abaixo é de Vita, uma das mais ativas membros do grupo.

No Obligation

Come on the wings of great desire,
or stay away from me.
You're not more stable than the day,
or than the day less free.

The dawning day has clouds in store;
Desire her cloudy moods;
and sunlit woods of morning may
by noon be darkened woods.

So be you free to come or stay
without a reason given,
as free as clouds that blot the light
across the face of heaven.

Para se entender a teia de relacionamentos do grupo, aberto a qualquer tipo de experimentação, fizeram este quadrinho, que me ajudou a entender tudo!!


A literatura produzida por e sobre eles é enorme e até hoje os scholars procuram entender tudo o que acontecia por ali. Em português também ha bastante material, é só se animar!! Posso garantir que é muito divertido!!

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Ossip Mandelstam

Apesar de escrever sempre em russo, ele era polonês, nascido em Varsóvia. Viveu em vários países da Europa, incluindo França, Suiça, Itália e Alemanha e, apesar de vários pontos em comum, detestava, repudiava mesmo, Rimbaud. Era judeu, mas escolheu ser batizado para poder entrar na Universidade de São Petersburgo. Pragmatismo perde!!!Preso por motivos políticos, foi preso para a Sibéria, onde morreu de fome...Sua esposa, Nadjena (Nádia) decorava seus poemas, para que eles não se perdessem. Lembra alguma coisa do Ray Bradbury? (Farenheit 451...noblesse oblige).

A vantagem de ter uma livraria como a Cultura-Cine Vitória: uma edição bilíngue, como tem de ser, editada pela Assírio e Alvim de Portugal, com um ensaio ótimo como prefácio. A tradução é de Nina Guerra, uma total desconhecida para mim, esse passageiro desta caravela descontrolada que insiste em se afastar de Portugal.



Caminheiro

Sinto é um medo, um medo insuperável
Defronte das alturas misteriosas.
E dizer que me agradam andorinha
NO céu e do campanário o alto voo!

Caminheiro de outrora, cá me iludo
Pensando ouvir à borda do abismo
A pedra ceder, a bola de neve,
o relógio batendo eternidade.

Se assim fosse! Mas não sou o peregrino
Que vem dos fólios antigos desbotados,
e o que em mim real canta é essa angústia:
Certo - desce uma avalancha das montanhas!!
E toda a minha alma está nos sinos,
só que a música não salva dos abismos!!

e este poema abaixo detonou todo um processo de engajamento político e permanente ameaça de prisão, que acabou acontecendo.



Vivemos sem sentir o país sob os pés,
Nem a dez passos ouvimos o que se diz,
e quando chegamos enfim à meia fala
O montanheiro do Kremlin lá vem à baila.
Dedos gordurosos como vérmina gorda,
as palavras certas como pesos de arroba.
Riem-se-lhe os bigodes de barata,
reluzem-lhe os canos da bota alta.

À volta a escumalha - guias de fino pescoço-
Nas vênias da semigente ele brinca com gozo.
Um assobia, o outro geme, aquele mia,
só ele trata por tu, escolhe companhia.
Como ferraduras, lei "trás de lei ele oferta,
em cheio na virilha, olho e sobrolho e testa.
Cada morte que faz -crime malino
e o peitaço tem amplo, ossetino.

O sotaque é português, como se nota...mas não lembra alguém conhecido por aqui nos últimos 10 anos??

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

History repeating...

Depois do Mensalão,  do Enem, da CPI do Cachoeira, vem aí "A Mesada"....que está sendo preparada pelo Pai da História e o FH (esse não, o outro!!!)...



quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

O futuro é fruto do passado?




Com a visão de oráculo dos poetas, Jorge de Lima nos avisou de onde viriam os problemas:

"Também há as naus que não chegam/
mesmo sem terem naufragado;/
não porque nunca tivessem/
quem as guiasse no mar/
ou não tivessem velame/ 
ou leme ou âncora ou vento/
 ou porque se embebedassem/
 ou rotas se despregassem/
mas simplesmente porque/
já estavam podres no tronco/
da árvore que as tiraram".

É isto, de onde menos se espera, daí é que não sai nada mesmo! Àqueles que entregaram suas esperanças a esses que ora nos governam: Começar de novo!

Se vai valer a pena? O sentimento de inação é uma tortura diária, a impotência outra, façamos o que se pode para que o sofrimento amenize...

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Manuel Bandeira dá o recado...




Queria fosse meu, mas é do Bandeira, mas ainda assim é para o Alberto:

"Beijo pouco,
falo menos ainda
mas invento palavras
que traduzem a ternura mais funda
e mais cotidiana.
Inventei, por exemplo, o verbo teadorar.
Intransitivo;
Teadoro."

A caminho da maioridade, vamos indo...e tudo ainda está aberto!!Não é bom??!!!

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Philobolus

Iniciando o ano com coisas bonitinhas. Agora, com a concorrência do Maluquices, eu preciso me aprimorar...Brincando, Valéria...

sábado, 5 de janeiro de 2013

Edna St. Vincent Millay

She Is Overheard Singing
Oh, Prue she has a patient man,
And Joan a gentle lover,
And Agatha's Arth' is a hug-the-hearth,­--
But my true love's a rover!

Mig, her man's as good as cheese
And honest as a briar,
Sue tells her love what he's thinking of,­--
But my dear lad's a liar!

Oh, Sue and Prue and Agatha
Are thick with Mig and Joan!
They bite their threads and shake their heads
And gnaw my name like a bone;

And Prue says, "Mine's a patient man,
As never snaps me up,"
And Agatha, "Arth' is a hug-the-hearth,
Could live content in a cup,"

Sue's man's mind is like good jell­--
All one color, and clear­--
And Mig's no call to think at all
What's to come next year,

While Joan makes boast of a gentle lad,
That's troubled with that and this;­--
But they all would give the life they live
For a look from the man I kiss!

Cold he slants his eyes about,
And few enough's his choice,­--
Though he'd slip me clean for a nun, or a queen,
Or a beggar with knots in her voice,-­-

And Agatha will turn awake
While her good man sleeps sound,
And Mig and Sue and Joan and Prue
Will hear the clock strike round,

For Prue she has a patient man,
As asks not when or why,
And Mig and Sue have naught to do
But peep who's passing by,

Joan is paired with a putterer
That bastes and tastes and salts,
And Agatha's Arth' is a hug-the-hearth,­--
But my true love is false!