sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Biografias, autobiografias e censura...

Se você tiver uma vida escandalosa e resolver escrever sua autobiografia, alguém pode se sentir ofendido e pedir para não publicar? Uma vida de sacanagem pode ser sacralizada, mitificada para o registro histórico, se o biografado se arrepende do que fez?

Considerando as pessoas que tem lutado contra as biografias não autorizadas, os favoráveis à chapa branca, há algo estranho no ar...Roberto Carlos, não! Além de rei, ele deixou de ser normal há tempos, aquela história de marrom, azul, TOC,... na Luciana Vendramini ainda fica bonitinho.

Aproveitando a onda, minha listinha das 10 biografias que li e marcaram, de certa forma, a pessoa que hoje é favorável que se divulgue tudo, voluntariamente ou não, sobre todo mundo. A transparência é ótima!! Alfred Bester tem um livro ótimo, O Homem Demolido (ficção, fixados em sociologia, nada a ver!!ficção científica classe AAA!) onde todos são transparentes, comunicam-se telepaticamente e não há espaço para falsidades e mentiras. Há os que só transmitem e os que apenas recebem, esses se transformam em uma classe à parte, já que "incompletos". E não há espaço para o crime, é claro...até que...Procure!

1 - Life of the Painters, Sculptors and Architects,  Giorgio Vasari;
2- Proust, do G. Painter
3- Cocteau, do Steg Muller
4- Richard Burton
5- Genet, do Edmund White
6- James Joyce, do Ellmann
7- Oscar Wilde, do Elmann também
8- Chateaubriant, do Fernando Morais
9- Paul Gauguin, do Sweetman
10- Todo o Pedro Nava...

falta alguém? Ah!é claro que falta, muita gente mesmo. Mas acho que sem esses dez acima, minha vida seria diferente. E a de vcs?

E no episódio brasileiro, ninguém consegue argumentar de forma clara a favor da censura. Por que será?

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Notícias da Semana

Agora são chamadas de "pessoas em situação de rua" por uma gente "em situação de idiotice"..
Diz a Val Galvão, cujo blog Macaquices e outras coisas é uma delícia, e agora está se especializando em fotografia, uma mais linda do que a outra, diz ela que eu atraio, mas acho que as coisas acontecem comigo por que eu presto atenção nas pessoas. Vejamos:

1) Descendo a rua da Assembleia, a senhora moradora da rua se aproxima, depois de mais uma tentativa frustrada, e pede:
"-Moço, paga um pedaço de bolo prá mim!
 e eu:
 - "Bolo? Não serve pão de queijo?"
Aqui, já se nota que algo estranha acontece. A pergunta doida, e a resposta, com duas perguntas mais doidas ainda!Eu nem tinha pão de queijo!E quando me pegam distraído, é sempre um perigo!!!
- "É meu aniversário, eu quero um bolo!"
Pronto, gente velha, pedindo o mais do que razoável, o menos que mínimo, sempre me atingem nos bagos!!
E lá fomos nós até a Lanchonete Nacional, onde ela comeu seu bolo de limão com casquinha de açúcar, tomou café pingado com leite ("Preto não, senão eu não durmo!"), um longo papo, um tchau. Não rolou beijinho nem sei o porquê, acho que o cheiro do cobertor cortou uma despedida mais efusiva!!


2) No caixa do supermercado Apolo, passo meus dois itens (Sucrilhos e peito de frango, com osso!), que, como poderão ler, são peça importante no desenvolvimento da minha análise sociológica. "Senha", assim mesmo, uma palavra só, e seca. Estamos todos acostumados, né não? Gentileza, hoje em dia, é apenas uma palavra na camiseta, já que nem o próprio praticava o que escrevia. OK, o costume me levou a digitar os números mágicos. Enquanto aguardava a resposta do banco, a caixa levanta os olhos e diz:
"- Me dá aquela flanela ali!", e, realmente, ali havia uma flanela.
Eu baixei meus olhos, olhei nos olhos profundos como um valão na Zona Norte do Rio, e não me mexi. Ela levantou seus olhos em direção aos meus, eu baixei os meus em direção aos dela, isto por três vezes... e aí:
"- Não ouviu?", assim mesmo, uma professora primária, sem disposição para repetir a pergunta para o aluno que não prestava atenção.
Mas eu estou acostumado, né? e mandei:
"-Ouvi. O que eu não ouvi foi o pedido de por favor!!".
Ah! uma frase vencedora, vocês não acham? Pois erraram, feio mesmo, erraram longe. Pois tive de ouvir:
"-Essas pessoas que compram essas coisas acham que todo mundo é escravo!", dirigindo-se a ninguém, especificamente, mas referindo-se a mim. Peguei minha sacolinha reciclável e me mandei.A Kellog's nunca deve ter imaginado a posição ingrata que ocupa no imaginário dos menos favorecidos cariocas.

Selvagem é bonzinho até o forno atingir a temperatura correta...
Minha vocação para Leôncio, francamente, é muito fraquinha. Estou mais para Lévi-Strauss, que aproveita estas oportunidades para apreciar o desenvolvimento (ou a involução) do ser humano.
É triste ver no que o carioca está se transformando, no que está transformando a sua cidade, e no que a cidade está transformando a ideia antiga de que carioca era um estado de espírito. Não mais, até mesmo porque carioca hoje é uma espécie em extinção.
Não tenho a menor nostalgia do que não vivi, muito embora ache que a cidade do Rio de Janeiro era a cidade mais linda que o mundo já viu. Era, gente, era um lugar lindo, como disse a Elizabeth Bishop, com uma cidade horrorosa nele. Ah! Os poetas! Tão perspicazes!!! Se vissem em que a cidade se transformou, derramariam lágrimas de sangue e suas palavras mágicas os abandonariam...


sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Brincadeirinha

O notícia da moço (assim mesmo!) que resolveu se matar aos quarenta e quatro anos por acreditar ter vivido o suficiente só veio reforçar a depressão na qual ando mergulhado.

Nós, pessoas nº 6, somos assim: transformamos nossas tristezas e depressões em jogos. Alguns terminam bem, outros nem tanto.

Então, resolvi fazer a lista dos dez filmes mais depressivos que vi em minha vida de cinéfilo, e convido aos poucos que leem o que escrevo aqui a fazerem a sua lista e postarem como comentário. Nada é definitivo, a não ser o fato de que nada é definitivo. Então, posso mudar minha lista amanhã, se estiver melhorzim...

1 - The Pledge (acho que se chamou A promessa), com o Jack Nicholson;
2 - Boa Noite, Mãe! - ver o post de 3/10/13
3- Mas eles matam cavalos, não matam? (They shot horses, don't they?)
4- O Homem de Kiev (The Fixer), com Alan Bates
5- Imitação da Vida - precisa dizer alguma coisa?
6 - Frances - Chorei dias seguidos, ninguém deveria sofrer o que essa mulher sofreu!
7- Ironweed (Merry Streep e Jack Nicholson, acho que é do Hector Babenco), baseado no livro do W. Kennedy;
8 - Requiem para um sonho, por tudo, todas as cenas.
9 - Johnny vai à Guerra;
10- It's my Party (a pessoa dá uma festa para avisar que vai morrer!!)
e tive que achar um espaço para
11. Leolo

Não são filmes tristes, são filmes depressivos, ok?

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Super-8

Para quem se lembra do filme 'Night Mother, com a Anne Bancroft e a Sissy Spacek (originalmente, uma peça de teatro, que nossos tradutores acharam por bem chamar de "Noite de Desamor", tirando toda a carga dramática do título original), não chega a ser uma notícia  surpresa. A surpresa mesmo é serem tão poucos a tomarem a mesma atitude.



Não sei o que acontece, mas os vídeos não se incorporam mais às postagens.
veja aqui:

http://noticias.r7.com/videos/belga-decide-tirar-a-propria-vida-em-procedimento-conhecido-como-eutanasia/idmedia/524c13770cf299286d27a819.html


A Caminho do fim...



O último terço do ano..muita coisa passou, muita coisa que não deveria ter acontecido, aconteceu, e ficamos, como sempre, à espera de melhores tempos.
Em um ano pré-eleitoral - é sempre bom lembrar que 2014 não existirá: Carnaval, Copa, eleições, preparativos para posse em 2015 - mais uma vez temos contato com a selvageria e apetência do pessoal do SEPE, onde alguns poucos manipulam a vontade de muitos.



É uma discussão ultrapassada, no sentido de não fazer mais sentido, o grande problema da educação no Brasil: o salário do professor deixou de ser o problema há tempos, já postei aqui, os jornais também já mostraram, quem continua mostrando contracheques de professor com turno de 20 horas semanais aos crédulos é o SEPE. Mas este não é o assunto agora.


O passar do tempo, esse é o problema...além dos óbvios problemas físicos e consequentes problemas psíquicos, o passar do tempo nos coloca cada vez mais distante do nosso Shangrilá, que, espantosamente, localiza-se no passado, no "como tudo era bom", "como as coisas mudaram para pior", e por aí vai.


As mudanças, principalmente neste gigante deitado eternamente neste berço que dá sinais de esgotamento, são para pior, infelizmente. O ser humano não está acompanhando a evolução tecnológica, tornamo-nos diferentes em muitos sentidos, acentuamos as diferenças em vez de nos aproximarmos pelas semelhanças.



Daqui a pouco, imploraremos por um Messias, por um Moisés que nos conduza para fora deste deserto. E ele surgirá, podem ter a certeza. E cinco mil anos de evolução desabarão como muralhas, só que ao som do Rock in Rio...ou um sertanejo, vai saber.