quarta-feira, 17 de abril de 2013

Serviço Poeira!!!


JÁ  F!!!!!


Como (não) vender um serviço

Sou assinante da Oi há anos, não tenho queixas, acho que problemas eventuais fazem parte, o valor que pago é suportável e acredito que certo para o serviço que prestam. Que bom!, diriam vcs. E eu também disse e tentei conseguir um modem para o meu laptop, que uso direto no Atelier Cavezan Encadernações. Pois é, acreditar é ter fé,  é perceber que algo é possível, ainda que improvável.

Resumindo: Protocolo inicial-201300062283857, aberto às 10:41h, depois temos 201300062285226 (10:46h), 201300062295089 (10:49h), 201300062296126 (10:53h), a ligação terminou às 11:14h e eu continuo sem o modem. Foram 33 minutos de uma conversa estéril....

Alguém com sotaque nordestino (onde estão estes call centers????), mal preparado, mal informado, jurou que alguém entraria em contato comigo. Não entraram. Confirmei meus dados cadastrais três vezes , minha mãe, que Deus a tenha, foi citada três vezes. A intenção não foi perturbá-la, Dona Joana...A cada vez que eu dizia que a ligação de meia hora era uma excrescência, ele tomava minha observação como ofensa pessoal, alterava o tom de voz, uma coisa assim...poeira!!!

Pois é, William, você precisa rever seus conceitos, seus chefes(???) precisam rever o seu treinamento e Oi, vc precisa melhorar o atendimento aos seus clientes. Afinal, 33 minutos para vender um serviço é a senha para partirmos em busca de um novo fornecedor...ainda que de problemas...

Preciso do modem, mas estou partindo para outra operadora. Ah! E o Paco, meu cachorro, está danado com vocês, que estragaram o passeio dele, já que eu fiquei pendurado ao telefone. E nada pode ser pior que isso!!!

Gastos com educação

Quem acompanha o Acendedor, sabe que a educação, formal ou não, é uma das minhas preocupações principais. Eu acho que a educação e sua falta são a fonte de todos os problemas nacionais, acho que há uma manipulação violentíssima de dados e outra não menos violenta de sentimentos. Afinal, quem pode ser contra o professor?



O que me deixa nervoso é a limitação da discussão aos números, a uma questão salarial que, longe de ser resolvida, não passa nem perto de ser a maior fonte dos problemas. Afinal, de que adianta comparar o salário de um professor brasileiro com o salário de um professor americano ou europeu??Nossa realidade, sob qualquer enfoque, é muito diferente e normalmente, esta discussão desvia-se para o sentimentalismo e sectarismo.

Claro que sei da importância do professor, sei de suas dificuldades, tenho amigos professores, então estou acostumado com os argumentos quase nunca profissionais e sempre monetários. Todos os professores têm a minha simpatia, sem exceção, mas para ter a solidariedade é preciso que a discussão mude. 




Os números abaixo são irrebatíveis, como se vê. Onde vai todo esta dinheirama??Agradeço muito os esclarecimentos que aparecerem, inclusive dos gabinetes de políticos lotados de professores que fazem falta nas salas de aula. OU você acha que nossa classe política, tão audaz e previdente, escolheria os menos habilitados para partilhar das sinecuras diárias de seus gabinetes???

Os dados sobre a reportagem constam do preâmbulo aí, e, só por simpatia, deixo até a foto da sua autora. Não a conheço, deixo claro. Gostaria que os envolvidos que se dignarem a responder não adotem o comportamento selvagem e deseducado que os membros do SEPE mostram quando comparecem à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. E apontar erros nos meus escritos somente confirmará o que já sei: meus professores poderiam ter sido melhores!!!e eu também poderia ter sido melhor aluno!!

Os gastos do Brasil com educação em relação ao mundo


O Brasil é o 15º maior gastador, mas só aparece em 53º - de um total de 65 países - quando se trata de qualidade da educação. Confira como ele se compara a outras nações

Marcos Santos/USP Imagens
Carteiras na sala de aula
Ensino no Brasil: qualidade de ensino não acompanha altos investimentos
São Paulo – Tramita no Congresso Nacional uma proposta para fazer o volume de recursos para a educação chegar a 10% do PIB nacional. Hoje, o Brasil investe 5,7% - um dos índices mais altos entre os 42 países membros da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a frente de Reino Unido, Canadá e Alemanha, por exemplo.
Na semana passada, a organização lançou um relatório sobre os gastos em educação de várias nações. Investir um décimo de toda a riqueza produzida no país deixaria o Brasil em primeiro lugar no ranking, acima da Islândia, que investe assombrosos 7,8% do PIB em educação hoje.
Esse número considera, além dos investimentos nas instituições de ensino, gastos governamentais com bolsas e programas de apoio aos alunos.
Apesar do investimento brasileiro ser próximo da média dos países da OCDE, o país se encontra somente em 53º lugar - de um total de 65 - no Pisa, um programa de avaliação da qualidade da educação da mesma organização. Ou seja, maiores investimentos não necessariamente acompanham, na mesma proporção, uma melhora no desempenho dos estudantes.  (grifo meu)
O Brasil é o 15º que mais investe o PIB na área na lista da OCDE. Os lanternas no ranking foram Indonésia (investimento de 3% do PIB), Índia (investimento de 3,5%), Japão (3,8%), Eslováquia (4,1%) e República Tcheca (4,4%).
Confira os maiores “gastadores” e sua posição no ranking de qualidade educacional:
RankingPaísGasto com educaçãoPosição no Pisa
1Islândia7,80%16º lugar
2Noruega7,30%12º lugar
3Suécia7,30%19º lugar
4Nova Zelândia7,20%7º lugar
5Finlândia6,80%3º lugar
6Bélgica6,60%11º lugar
7Irlanda6,50%21º lugar
8Estônia6,10%13º lugar
9Argentina6%58º lugar
10Áustria6%39º lugar
11Holanda5,90%10º lugar
12França5,90%22º lugar
13Israel5,80%37º lugar
14Portugal5,80%27º lugar
15Brasil5,70%53º lugar
16Eslovênia5,70%31º lugar
17Reino Unido5,60%25º lugar
18Suíça5,50%14º lugar
19Estados Unidos5,50%17º lugar
20México5,30%48º lugar
21Hungria5,10%26º lugar
22Polônia5,10%15º lugar
23Canadá5,10%6º lugar
24Alemanha5,10%20º lugar
25Coreia do Sul5%2º lugar
26Espanha5%33º lugar
27Austrália5%9º lugar
28África do Sul4,80%(não participa)
29Rússia4,70%43º lugar
30Itália4,70%29º lugar

domingo, 14 de abril de 2013

Liberdade de sofrer


Caminhando pelo centro, depois de constatar em loco o incêndio da Casa Caçula, o que me privou de divertidas visitas e gastos desnecessários, venho pela calçada da Buenos Aires meditabundo.

Ao meu encontro, carregando uma criança enrolada em uma fralda imunda, a definição de periguete, o short não maior que um cinto anos 80, um top cobrindo os seios não maiores que uma maçã, sandália de dedo, os não mais de catorze anos desfraldados no corpo esguio,  falando ao celular.

Rindo, disse: "Peraí..." a alguém que, certamente, a divertia.

e olhando nos meus olhos, com a inocência que a abundância do pecado tornava irreal, soltou:

-"Tem um trocado para trocar a fralda do neném?"

e, perplexo e divertido,  nem respondi, e fui embora, rindo....

O poeta Woodsworth definiu o sofrimento como "permanente, impreciso e sombrio", Oscar Wilde simpatizava com tudo, menos com o sofrimento. Eu, muito menos humano, só resto pensando que ambos não conheceram nossos trópicos...

quinta-feira, 11 de abril de 2013

O futuro, lá no passado...


Um artigo já há algum tempo na praça, mas não deixa de ser atual, nos tempos que correm. 
Estamos ficando na rabeira na América do Sul também, o índice de "hate crimes", crimes cometidos em função do que as pessoas são ou deixam de ser,  só faz crescer e caminhamos para o fundo do poço da tolerância, achando tudo colorido e lindo. 
Se não prepararmos o futuro, sofreremos no presente tudo que deixamos inconcluso no passado. Simples, mas muito dolorido...


A voz do silêncio
(artigo) 18/08/2005 12:10

A família é a mola propulsora do preconceito. É com este desafio que temos que aprender a lidar:Pssss... Por favor, não fale, cale. Não enfrente. Deixe o silêncio encobrir tudo, penetrar até a alma. Afinal, é mais fácil acreditar que aquilo que não se ouve, que não se vê, não existe. Para a manutenção do que é aceito como certo - pelo simples fato de ser igual -, o jeito é não ver nem ouvir qualquer coisa que se afaste do comportamento majoritário. O importante é respeitar os costumes, que nada mais são do que repetições do que é considerado bom e correto pelas gerações anteriores e arcaicas. É reconhecido como verdadeiro o que a maioria diz e todos repetem como eco. Com desenvoltura, a sociedade faz surgir mecanismos de exclusão. Engessa as pessoas com rigidez dentro de estruturas cristalizadas, criando sistemas de alijamento do que refoge do padrão convencional. Toda e qualquer tentativa de fugir dos estereótipos estratificados é identificada como vício, pecado ou crime e rotulada de imoral, um atentado à ética e aos bons costumes. Quem se afasta do modelo necessita se refugiar em guetos. A união de esforços, a formação de instituições e entidades é a forma encontrada pelos marginalizados para emergir e obter a respeitabilidade social. Dolorosa a inserção desses segmentos. Nem sempre a conjunção de forças, a organização de movimentos ou a constituição de agremiações logram êxito. É a família que serve de mola propulsora para arrostar o preconceito. Porém, alguns segmentos, por serem estigmatizados também no âmbito familiar, têm mais dificuldade de romper a barreira da invisibilidade. Dentre os excluídos, os mais discriminados são certamente os homossexuais, que enfrentam maior dificuldade de obter aceitação. Sequer do respaldo familiar desfrutam, o que compromete a imagem pessoal, limita a auto-estima e dificulta a busca de integração. Praticamente são submetidos a um processo de auto-exclusão.

A falta de respeito em praticamente todos os núcleos vivenciais os sujeitam ao escárnio público e os tornam o alvo preferido do anedotário de uma forma degradante. Essa é a face mais perversa do preconceito. Essa cruel realidade está começando a ceder. A laicização da sociedade e a universalização dos direitos humanos estão rompendo a barreira do silêncio. A partir da consagração constitucional dos princípios da igualdade e da liberdade, bem como da eleição da dignidade da pessoa humana como finalidade maior do Estado, o Direito passou a ser a grande esperança. Somente a conscientização da sociedade poderá reverter posturas discriminatórias que levam a duvidar de se estar vivendo em um estado democrático de direito. O preconceito e a discriminação dificultam o processo integratório pela via legislativa. É difícil a aprovação de leis destinadas a segmentos com pouca expressão numérica e alvo de uma forte rejeição da maioria do eleitorado. A possibilidade de comprometer a mantença no poder intimida o legislador. A Justiça é lenta, morosa e conservadora. É difícil ao magistrado romper barreiras sem temer estigmas ao enfrentar assunto permeado de tamanha rejeição. No entanto, é preciso que os juízes tenham sensibilidade para enlaçar no âmbito da juridicidade situações que não dispõem do respaldo legal. Mas para isso é preciso coragem para empunhar a bandeira da igualdade e da liberdade na busca do respeito à dignidade da pessoa humana e da cidadania. Poucos são os que têm a coragem de cumprir este dever. Poucos e bravos.

Por Maria Berenice Dias, Desembargadora do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul e Vice-Presidente Nacional do IBDFAM - Instituto Brasileiro de Direito de Família.