quarta-feira, 9 de junho de 2010

Age de Carvalho

Finados

De madrugada
passa vazio, cheio
de sombras,
o Souza–Marambaia
todo iluminado

em frente
ao Goeldi –

ali, alheia entre
répteis, aléias e sonho
esplende a flor
da vitória-régia,
seu olho-açu, imenso
aberto no meio
da escuridão.

2.(sem título)
ÉS, és, és
o tempo
todo, exausto

a folhear o Inferno
de Nachtwey,
sete palmos acima

entre fogos:
no odor vulgar da menta,
na idéia de estar,
confusão de estrelas, na eterna
espera atrelada à despesa
mesma de tuas horas
sem a resposta,

latido na mata,

floral-
selado,
no envelope do Iapi
fechado
sobre a mesa,
és, és ainda.

Em cima,
do avesso, o cão puxa o homem pela coleira.
Se és
esse
homem, levanta.

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