sábado, 27 de janeiro de 2018

Uma semana para lembrar...

Toda essa conversa sobre igualitarismo, igualdade de direitos, igualdade de tratamento, tudo isso ressalta o que nos fere os olhos: desaprendemos a conviver com as diferenças. Para que não seja preciso respeitar quem é diferente, tornamo-os iguais, nos defeitos e nas (poucas) qualidades.

A equidade (quase equino, mas não tem a ver, mesmo!) é que seria a norteadora de todo esse movimento. Vejamos: a definição dicionarizada de equidade é

...

  1. 1.
    apreciação, julgamento justo.
  2. 2.
    virtude de quem ou do que (atitude, comportamento, fato etc.) manifesta senso de justiça, imparcialidade, respeito à igualdade de direitos

....

Precisaria de algo mais para que vivêssemos em paz, conosco e com o outro? A esse olhar destrambelhado, juntem-se as expectativas, as que nutrimos a nosso respeito e a respeito do outro. Pronto, estamos com um campo minado pela frente, prontos a detonar alguma violência à menor provocação (em qualquer sentido!).

Aparentemente, os freios sociais - regras, hábitos de comportamento, exemplo- não funcionam mais, já que os exemplos são péssimos, não há muito daquela imagem de alguém em quem se espelhar sem danos quase irreparáveis.

Na semana, a condenação do ex-presidente, o tal pai dos pobres, o exemplo de que, com esforço, (quase) tudo é possível, a condenação de Lula jogou muita gente em um poço de onde não há saída a não ser culpar alguém por tudo o que aconteceu. nosso judiciário (minúsculas, mesmo depois de ponto final) continua sem merecer a menor credibilidade, tal a quantidade de "uma no cravo, duas na ferradura", e é sempre bom lembrar que Gilmar Mendes continua solto.

Músicas que enaltecem o estupro que somente são retiradas depois de protesto, e a análise não chega ao ponto principal: como é que alguém acha que pode????

Aquela senadora pelo Paraná, Gleise alguma coisa, fazendo um discurso de ódio e desobediência civil, e ninguém para lembrar que o marido dela foi (e será novamente) preso e, provavelmente, ela também irá para a cadeia.

Sem falar nos Aécios, Jucás, Renans, Sarneys, Lindenbergs e outros menos votados, que se constituem na tal "elite", combatida pelo agora condenado Luis Inácio de dentro dos salões e das coberturas. Assim, como pensar em que algum exemplo é possível?

Fazem apologia das exceções, um campeão de matemática aqui, um prêmio por responsabilidade social ali, mas a educação continua onde sempre esteve: em lugar algum! E vamos a caminho do abismo, que aumenta a cada dia para caber esse país que poderia ser muito melhor.

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