sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Modern Sound



Tá bom, sempre foi um tantinho overpriced...mesmo o bristo. Mas exclusividade tem um preço que a maioria das pessoas, quando com condições, tem disposição em pagar. Tenho uma lista imensa de amigos que ainda hoje perguntam sobre o programa para sábado à tarde na "Modern". E os comentários com os atendentes, mais indicadores que vendedores, sempre com uma sugestão que nunca pareceu uma tentativa forçada de venda...coisa raríssima. E A Andrea Dutra, com seu cabelão vermelho, cantando coisas que todos adoravam ouvir e alguns adoravam descobrir...uma delícia com data para acabar.
Como pode ser deduzido pelas entrevistas do sr. Pedro, não é uma questão de frequência, de volume de público, é uma questão que o mercado não soube equacionar e acabou provocando a morte da galinha dos ovos de ouro. A banalização do produto CD e a universalização do acesso à música via Internet não permitem mesmo a manutenção de um processo educativo tão sofisticado como o que era promovido pela MS. Não é ser contra a universalização do acesso à informação, é aquele desejo atávico de exclusividade, de pertencimento a uma classe diferenciada que frequentar a MS proporcionava, de descobrir junto com alguns poucos, mas que fosse também para muitos, já que a informação circulava, de descobrir aquela voz única, um repertório exclusivíssimo, aquela gravação única...e que, milagrosamente, era colocada alí à sua disposição pelo pessoal da MS. Soa elitista, acho que é mesmo, mas também acho que tem de ser.
É pena, mas é a roda do tempo...Andrea agora canta lidamente no Triboz, os discos vêm depois de pesquisas extensíssimas pela Internet, as informações estão aí, no éter, o mesmo éter que abriga as boas lembranças de um passado lindo.
Vai deixar saudades, mas vai deixar ainda mais as marcas na formação musical de mais de uma geração.
Obrigado, Pedros e meninos...

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