sexta-feira, 19 de julho de 2013

Trombetas de Jericó(acoara)


Gritam muito, os trombetas...Encastelados em suas sinecuras, postos, pensões vitalícias e um etc que envergonharia qualquer país medianamente civilizado, falam com propriedade sobre qualquer assunto, definindo ações, atitudes, correção e moral. Uma graça!!



Geralmente, são polemistas de boteco, escrevem para a turma do fundão da sala de aula ou o grupo de pós- ou algo parecido, antecipando no próprio texto a concordância geral do séquito de admiradores de uma fluência que somente a boa educação que receberam pode proporcionar. Mas chegou a hora de renegar tudo, ou não? Escrevem citando um filósofo alemão, ainda bem que não no original, em uma especial atenção com os menos afortunados que não tiveram acesso a essa mesma educação que hoje denigrem em nome dos que aproveitam mal as chances que têm. Um loucura, este raciocínio espiralado, que se aprofunda em um terreno pantanoso, de onde não sabem sair. Então, são mal-humorados.



Taxistas de opinião, sempre prontos a embarcar em uma ideia que nunca é própria, cagam regras, comportamentos, que nunca são ouvidos, já que os próprios se encarregam de produzir um barulho ensurdecedor, que não permite uma audição atenta. Vou tentar ajudar um pouco a que voltem à realidade, que deixem de se preocupar com "como as coisas deveriam ser" e passem a pensar em "como as coisas são".

Como os trombetas gostariam que as PMs fossem...
Claro que a polícia militar faz parte do aparelho do Estado e, daí, do sistema a que pertencem (tanto a polícia como nosso trombeta!). As funções da polícia são definidas constitucionalmente, e uma delas é a garantia do patrimônio, privado e público. Mas os trombetas, repercutindo os findos (assim mesmo, já que é toda a década) anos 70, acham ótimo a apropriação do espaço público em proveito privado (muitos pês, uma aliteração meio esquisita), afinal fazemos todos parte deste universo...e por aí vai. Então, vamos separar as duas coisas, com muita clareza para que possamos estabelecer um plano de ação: há as manifestações e há os bandidos que se aproveitam delas para conseguir um aumento  de patrimônio com pouco esforço. Ficou claro? São duas coisas diferentes, que, a princípio, exigiriam uma ação diferente dos agentes do Poder Público. Mas nenhum deles porta crachá, nem manifestante, nem bandido e exigir dos policiais disposição para serem imolados no altar das "revoluções com algum atraso" é um tantinho demais... Não dá para receber um molotov na cabeça e perguntar se não podia ser gasolina aditivada... E não dá, no meio de um tumulto, parar tudo e discutir o papel de cada um naquele momento.



Poderiam estar melhor preparadas? Nem só poderiam, como deveriam. Este Governo que aí está parece ser corrupto, venal, alienado totalmente das circunstâncias e da realidade que o cercam? Nem discuto isto, é claro e indigno, como diria a Tássia.

Nem sou totalmente contra a violência, acho que ela tem vez em determinados momentos, históricos ou não. Mas sempre é bom lembrar que ela pode ser uma ação de mão dupla, pau que dá em Francisco, dá em Chico, que nos perdoe o Papa. A elite desembestada precisa de um corretivo, a História já provou, e nem sempre entende as mensagens escritas, então é preciso partir para a ação. Mas é preciso estar preparado para a reação à violência, não dá para ficar de lado, pedindo para pararem com a violência só de um lado.




Suponhamos que os donos dos estabelecimentos vandalizados  estivessem armados, preparados para defenderem seu patrimônio. Seria justificável uma reação mais forte do que o choro condoído do dono da Toulon nas Tvs?? O valor da propriedade privada estaria acima da necessidade de manifestação de desejos dos arruaceiros mascarados? Ninguém está preparado para esta discussão, já que implica em definir por escrito que a vida humana pode ser colocada como peso de negociações. Não pode.

E o papel da OAB nisto tudo ainda está para ser esclarecido...



Então, ficamos assim: aulinhas, apenas nas Universidades, Casas do Saber, etc e tal. Cagar regras é sempre muito fácil, importa, porém, saber se os que estão à volta, voluntariamente ou não, estão dispostos a suportar o mau cheiro de ideias atrasadas e desvinculadas da realidade. Ficar apontando o dedo para uns e outros permite que se veja que o próprio precisa de uma boa manicure. Melhor reunirem-se no boteco ou promover um encontro no play. Boa sorte.

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