segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Valerio Magrelli (2)

Mas deve existir uma estrada interna,
uma espécie de atalho
entre a cabeça e as pernas
que atravesse braços, barriga
e aquilo que Homero chama
no livro dezoito as vergonhas.
Uma trilha distante
imersa dentro do corpo,
uma veia que passou despercebida
ou um rio navegável,
uma rede viária
ou um subterrâneo. Uma idéia
encostada como um guarda-chuva
e depois esquecida.

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