quarta-feira, 14 de abril de 2010

Ferreira Gular

Foi uma descoberta. O livro Poema Sujo - Dentro da Noite Veloz me fez ver que eu gostava mesmo era de poesia e a partir daí assumi sem vergonha esse amor. Sabia (e sei) alguma coisa de cor, de tão lido e ainda tenho a primeira edição que eu carreguei para todo lado.

A Bela Adormecida

Onde ela dorme
não há lugar senão
o que o sono faz

a grama não é:
cresce perene e azul
rente a seus pés

os pássaros cantam
-é a antiga flor que volta
das vasilhas do pó

e nem move os lábios
dessa que dorme
fora da esperança

E a flora suicida
vai dançando em volta
seus fachos mortais
                                    (22/06/55)





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