domingo, 25 de outubro de 2015

Veneza, a estrela!

Isso mesmo, estrela! De cinema, é claro! A cidade mais cinematográfica, cenográfica que eu conheci até hoje. É impressionante a capacidade de Veneza apresentar sempre um ângulo novo, um recanto surpreendente, paisagem não, que não há! A cidade é espremida, praticamente sem horizonte, se você não estiver à beira d'água.

Como sempre, um alerta: não há a pretensão de ser um guia, para isso eles existem aos milhares! Narro nossas viagens  esperando encontrar alguém com sentimentos, gostos, experiências parecidas. Não digo "Vá!", mas sim "Aproveite!". Se vc for e não aproveitar, do que adianta?

Baudelaire escreveu sobre o encanto profundo e misterioso que surge quando se contempla um navio, como se fossem criaturas imensas, enormes, complicadas, porém ágeis, animais cheios de energia, sofrendo e arfando com todos os suspiros e ambições da humanidade. É que ele nunca chegou de trem em Veneza e precisou enfrentar aquele sistema de transporte aquático!!

Fosse Caronte um piloto aqui, confundiria Estige e Aqueronte, norte com sul, levaria alguns a alhures de onde desejavam, enfim, uma confusão que colocaria o mundo dos mortos em polvorosa. Prepare-se, chegar em Veneza é uma experiência única! E linda!

O leão alado de Venezia...Representação de São Marcos, o Evangelista, e geralmente carrega..um livro! É lindo!

Pode-se ser mais bonita??Mas atenção para o sistema de transporte aquático, um tantão confuso, barcos com o mesmo número indo para sistemas diferentes. Como sempre, compre os bilhetes de 24 horas ou de três dias, para não ter problemas com filas (sempre há, os turistas contam-se aos milhões diários!). A ida para o aeroporto fora dos horários convencionais pode ser um problema! Atenção! E caso você tenha algum problema de locomoção, esqueça Veneza, por enquanto. A cidade não é nada acessível, por si, e sem poder andar sem dificuldades a cidade não faz o menor sentido.
A Ponte dos Suspiros. Estão vendo ali, no canto inferior esquerdo, um cabelo ruivo? Pois é, fica congestionadíssimo o ponto de observação, a menos que você vá às quatro da manhã, e aí vc terá os ratos como companhia. O pessoal do hotel nos aconselhava a tomar cuidado com os ratos durante a noite. São enormes! Não há gatos! Provavelmente, foram comidos pelos ratos.

As gôndolas...se são seu sonho, são um sonho caro, a menos que você esteja viajando em turma. Há serviços conjugados, gôndola e jantar, mas todas as críticas que li e ouvi eram negativas. E você ainda se arrisca a pegar um gondoleiro chato!

Em Murano, terra do vidro. Um passeio muito agradável, cuidado com a volta, pode ser traumática, se você pegar o barco errado. Muita coisa de vidro, a preço turista, mas ainda assim mais barato do que na "cidade". Viu algo de que gostou? Não pode viver sem? Compre,  as chances de encontrar igual fora são mínimas, para não escrever nulas.

Loja de encadernação. Papel, aparentemente, era e é uma paixão em Veneza. Muitas lojas de encadernação, cartolerias, papéis marmorizados, lojas de caligrafia. E isso apesar da aparente incompatibilidade do papel com a água....

Mais uma loja de papel, que merece registro por ser também de caligrafia. Os papéis usados na encadernação dos cadernos e caixas à frente são todos produzidos pela loja, o dono é um craque em xilo e lito, e esses papéis aí são feitos com carimbos de madeira.

Lindo, né? É o interior de uma escultura em vidro na exposição que vimos no Instituto Europeu de Design. Como sempre, as exposição fora dos tradicionais ambientes são as melhores, ou são as que melhor se encaixam com nossa forma de apreciar arte. Vai saber!" Você tinha de se inclinar, entrar na escultura e olhar para cima. Lindo!

Mais uma da exibição do IED! Além do mais, o prédio onde fica o instituto é um dos mais bonitos que já vi. Um autêntico palazzo.

Vista da janela do IED! 


A Fundação Peggy Guggenheim foi uma das grandes surpresas da viagem! Apesar de sabermos dela, não imaginávamos que seria algo tão deslumbrante como foi. Se vc precisar escolher um lugar para ir em Veneza, que seja aqui. E imagine alguém morando em uma casa como essa, às margens do Canal, convivendo com esse tipo de artista e podendo ser alguém de relevância em suas vidas. Não é fácil! A foto foi tirada da fundação para a casa em frente. Irresistível!

NA entrada da FPG! Alberto ao fundo, besta, como eu, à frente! Como é possível viver assim?

Fosse eu editor, faria um livro" Os Pisos em Veneza... pisando em arte através dos séculos". Há lugares em que você não quer pisar nos mármores e nos mosaicos que se apresentam. Acha que seria um crime! Não é, mas parece.

Bienal de Veneza. O lugar onde é realizada a exibição é grandioso, lindo e super adequado a mostras como essas. Mas a arte moderna anda meio doida demais, é preciso um guia ou o artista ao lado, dando as dicas dos significados e significantes para que alguma coisa faça algum sentido.

Voltamos para a cidade!

Está vendo as pessoas com malas? Pois é, é a chegada de trem a Veneza! Brincadeira né? Você, imediatamente, se apaixona pela cidade, até precisar tomar um vaporetto para o hotel. Sabe como é, amor e ódio são separados por uma linha tênue....

Como devem ter notado, mudei o estilo, achei que estava ficando cansativo sempre o mesmo esquema. Dúvidas, quer perguntar alguma coisa que não seja obviamente um trabalho para um guia?
Coloque um comentário, eu respondo logo que souber dele.

Os inseparáveis companheiros de viagem, cheios de dicas, indicações e informações. Confie neles. Em Roma, diziam que era preciso fazer reservas e prenotações. Não acreditamos e nos demos muitíssimo mal! No Centro, o guia da Fundação Peggy Guggenheim, que, por si, valeria a viagem (a Fundação). Dois guias de Milão? Claro, o em italiano é de 2015, trazia as informações sobre a Expo2015, uma bobagem sem tamanho. Nunca mais me pegam! O Guia espiral, diferente, também é muito bom e fácil de usar, mas continuo preferindo o Passo a Passo. O Guia Folha de Roma é um tijolão, difícil de manipular, de achar o que se quer, os mapas não são úteis. Foi passear na Itália, já que foi aberto pouquíssimoas vezes. Serve como leitura, como fonte de informações, tipo uma enciclopédia. Pena que tenha o peso de uma! À direita, aberto na página com a foto da Crucificação branca, de Chagall, um dos quadros mais significativos de todos os tempos (google aí, procure saber porquê!), o meu caderno de viagem, com as anotações, recuerdos, tudo de importante que aconteceu na viagem. Uma delícia! Como espero que seja sua próxima viagem, seja lá para onde for! Apenas não se esqueça de que a primeira vez nunca se repete, então trate-a com o carinho que merece.

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