terça-feira, 14 de outubro de 2008

Marília Garcia

20 poemas para o seu walkman (este artigo definido aí...)me acompanhou por semanas, indo e vindo para o trabalho, passeios... Na verdade, era meu walkman...Música para os ouvidos.Lá, pode-se ler:

Le pays n'est pas la carte,


pensa bem, mas
se tivesse as ruas quadradas
teria ido a outro café, teria dito tudo de
outro modo e visto de
cima a ccidade em vez de se
perder toda vez
na saída do metrô, não é desagradável
estar aqui, é apenas
demasiado real diz com os cílios erguidos
procurando um mapa

II
não é o avião rasante sobre
a água e nem o corpo
na janela semi-aberta
vendo o desenho
dos carros embaixo - não comenta nada
porque prefere armar planos
em silêncio
(estaria sonhando
com colinas?)

III
de lá manda longas
cartas descrevendo o país,
os terremotos e a forma da cidade.
pode me dizer que nunca se
espanta mas não percebe que
caminha perguntando:
é de plástico a cabine? é sua voz
na gravação? é um navio no
horizonte? pode ser apenas
uma margem de erro mas
não pensa nisso
com freqüência

(pode ser apenas a janela
aberta que carrega os papéis)

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