A poesia uruguaia tem coisas lindas, mas, para terem uma ideia, não consegui o original do poema. Achando conseguir, edito e coloco aqui.
Para quem quiser conhecer mais um pouco, ou um pouco, da produção poética uruguais, veja https://revistaacrobata.com.br/tag/poesia-uruguaia/
![]() |
Da internet, sem o autor. |
El agujero”, de Juan Pablo Pedemonte
O buraco
O buraco
Teria que escavar os parágrafos do mar
para dar com o tempo;
esquadrinhar em sua fossa ou procurar
o ossatura do vento
nas escrituras profanas do esquecimento.
Ou reler, ao menos, as paisagens do outono,
onde sempre há um golpe de pássaro,
uma página de folhas caducas e perdidas.
Ou ir direto à ferida do relojoeiro,
a suas noites de parafuso e ferrugem,
até as doze e meia da dor animal.
Escavar até entrar no buraco
Ou não sair
nunca.
da água das agulhas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente o que acha que deve, mas use termos gentis, mesmo que desaforados...