quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Marcelo Montenegro


buquê de presságios

De tudo, talvez, permaneça
o que significa. O que
não interessa. De tudo,
quem sabe, fique aquilo
que passa. Um gerânio
de aflição. Um gosto
de obturação na boca.
Você de cabelo molhado
saindo do banho.
Uma piada. Um provérbio.
Um buquê de presságios.
Sons de gotas na torneira da pia.
Tranqueiras líricas
na velha caixa de sapatos.
De tudo, talvez, restem
bêbadas anotações
no guardanapo.
E aquela música linda
que nunca toca no rádio.

Marcelo Montenegro é poeta.Tbm trabalha com teatro, mas é poeta.Dá para notar...

4 comentários:

  1. Não conhecia o autor. Gostei muito do texto.

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  2. POis é, o que permanece deve ser o que significa...e viva o Paco!!E a declaração de amor do David para a Valéria!!!Viva!!!

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  3. Uai, está em Ferreira Gullar, do dia 8 de novembro...

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