segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Florbela Espanca



A história da poeta já é mais do que conhecida, porém sua poesia sempre nos reserva surpresas que chegam a ser chocantes. Na edição da Poesia Completa, pela Publicações Dom Quixote, de Portugal, lê-se na página 84:

Oração de Joelhos

Bendita seja a mãe que te gerou!
Bendito o leite que te fez crescer!
Bendito o berço aonde te embalou
A tua ama pra te adormecer!

Bendito seja o brilho do luar (Bendita essa canção que acalentou )
Da noite em que nasceste tão suave, (Da tua vida o doce alvorecer... )
Que deu essa candura ao teu olhar (Bendita seja a lua que inundou )
e à tua voz esse gorgeio d"ave! (De luz, a terra, só para te ver...)

Benditos sejam todos que te amarem!
Os que em volta de ti ajoelharem
Numa grande paixão, fervente, louca!

E se mais que eu, um dia te quiser
Alguém, bendita seja essa mulher!
Bendito seja o beijo dessa boca!

Entre parênteses, a segunda versão do mesmo poema, que foi chamado de "De Joelhos). Os demais versos, à parte algumas alterações na pontuação, continuam iguais.

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