quinta-feira, 10 de maio de 2012

Mário Faustino

Vira e mexe, posto algum poema do Mário Faustino. Crítico ácido, ótimo poeta, morreu jovem em um acidente de avião. Trombei com uma coletânea de seus poemas em um sebo no Largo da Carioca. Deus escreve certo por descidas erradas no Metrô...

Agora, esta pequena maravilha:

Soneto

Necessito de um ser, um ser humano
Que me envolva de ser
Contra o não ser universal, arcano
Impossível de ler
À luz da lua que ressarce o dano
Cruel de adormecer
A sós, à noite, ao pé do desumano
Desejo de morrer.
Necessito de um ser, de seu abraço
Escuro e palpitante
Necessito de um ser dormente e lasso
Contra meu ser arfante:
Necessito de um ser sendo ao meu lado
Um ser profundo e aberto, um ser amado.

2 comentários:

  1. No fundo, é tudo uma questão de afeto. É dele que mais necessitamos.

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  2. Mas alguns pedem com muito mais charme. Tá bom que nem sempre recebem, mas só o pedido já vale...

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Comente o que acha que deve, mas use termos gentis, mesmo que desaforados...