segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Minorias e coisas assim...


Luis Carlos Lisboa escreveu no Estadão e Jornal da Tarde durante anos. Não sei por onde anda, coisa minha. vou deixando pelo caminho os que admiro e amo, quando não posso me transformar neles. Luis escrevendo era uma alma que distribuia sabedoria, sossego e, vejam só, amor. Durante algum tempo, datilografei todas as suas colunas, caminhos maravilhosos que me levaram a Meister Eckhardt, Allan Watts, Kazanktzakis, Von Bigen, e tantos outros seres que tornaram este mundo melhor. Lembro-me de que, quando morava em Franca, próximo a Claraval, havia um mosteiro cistircense e eu ia lá, para ler e me sentir próximo a Merton e outros contemplativos.

Tenho alguns de seus livros, aos quais eu recorro sempre que a passagem por este mundo parece que não leva a lugar algum, sempre que este mundo dá sinais de que não há mais promessas a serem cumpridas e o caminho agora é para baixo, sempre...

Relendo Olhos de Ver, Ouvidos de ouvir, lançado pela Difel no distante 1977, na crônica "As minorias perdidas", pode-se ler: "Nossa mania de salvar as minorias é uma forma de fazê-las semelhantes a nós, para não ter(mos) que odiá-las. Se elas são o que são, sua presença acaba por nos incomodar de maneira insuportável. Quando reprimimos nossos impulsos egoístas, a mente elabora uma solução para aliviar o problema: tentamos fazer do grupo minoritário algo como uma caricatura nossa. Assim, eles não incomodarão mais, com sua dissemelhança e sua reles imitação de nossos hábitos mostrará, indiretamente, a nossa superioridade- o que é bastante confortável para os nossos preconceitos."

Ainda: "Todo enfoque da questão (das minorias) é vazio e inútil, se não é precedido de um elemento fundamental que não se pode deixar de definir com a desgastada palavra AMOR.(...)Só aceitamos as culturas diferentes da nossa quando transcendemos as ilimitações do discursivo, do teórico, do puramente verbal, para nos entregarmos à compreensão imediata proporcionada pelo amor- que deve ser entendido aqui em termos absolutos e abrangentes."

Não é bom??? Tudo simples, resumido naquilo que cada um pode dar, é só ter: amor e tudo que ele traz consigo: consideração, tolerância e aceitação.

Um comentário:

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