terça-feira, 24 de abril de 2012

Dos mortos

País moderno, o Japão tem algumas tradições que são interessantes. Os honjins me deixaram encantado, em uma exposição no Museu Guimet, em Paris. e tantas outras...Mas eu adoro a superstição que diz "se você dormir após uma refeição, pode virar um boi"...Considerando o afastamento japonês de nossas realidades rurais, é impensável que eles tivessem em mente o linguajar do jeca tatu...e eu tergiverso para  Boi Catarina, passando sobre a lua, com a língua perdida...uma delícia, como o The Cow Goes to The Swamp, do Millôr Fernandes, o Miltinho que nos deixou há pouco tempo.

Carlucho disse que Millor talvez tenha sido o verdadeiro filósofo brasileiro. Considerando o comportamento Über-british do Merchior, posso concordar com a afirmação sem ferir a admiração que sempre tive pelo prematuro habitante das planícies orvalhadas...Millôr somava tudo: profundidade, tirocínio, verve, um certo mau humor que eu invejava. Sempre pensei que para ser inteligente seria preciso ser mal humorado!! A rispidez, a irascibilidade(?), a falta de paciência com os menos dotados de rapidez nas ligações neurais era uma marca dele...em mais de uma entrevista, podia-se perceber o abismo a que o entrevistador estava se arriscando.

A história de vida dele é meio estranha, tem alguns pontos esquisitos, mas não tenho nada com isso. Acho que foi a LPM que lançou o "Todo MIllôr". Eu tive, não sei onde foi parar, e recomendo muito para quem não tem. Em tempos de 140 caracteres, quando se tem o que dizer, 70 bastam.

Ando cercado de mortos ou quase...Phillippe Ariés já escreveu o que basta sobre a Ceifadora dos Destinos, eu é que não meto a colher nesta sopa...A perspectiva de morte de pessoas próximas também e um fantasma duro de suportar, principalmente quando você não está em um castelo na Cornualha, bebericando seu malte e meditando sobre os últimos resultados do croquet. (AH! se vc pensou em críquete, reveja aí...Google!!).

Queria só falar sobre o Millôr, ainda que com atraso...Pronto, falei!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente o que acha que deve, mas use termos gentis, mesmo que desaforados...